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SAÚDE - RIO
Médico atende paciente sentado em uma lixeira: cenário de calamidade pública no Rio
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ

Foi divulgada hoje pelo Sindicato dos Médicos, uma foto em que um médico atende paciente sentado numa lixeira, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cabuçu, no município de Nova Iguaçu.

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A intenção do sindicato é de mostrar a precariedade da estrutura hospitalar das unidades de pronto-atendimento. Segundo o presidente do sindicato, Jorge Darze, falta insumos, limpeza e cadeiras na UPA de Cabuçu. Jorge Darze disse que o sindicato entrará com uma denúncia ao Ministério Público nesta sexta-feira.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), não respondeu sobre a situação calamitosa da unidade de Cabuçu, porém alegou que houve repasse parcial esse mês para a organização social (OS) IDR, que administra a mesma unidade. No entanto, afirmou que o profissional sentado na lixeira que aparece na imagem divulgada será identificado para “determinar sua demissão e encaminhar denúncia ao CREMERJ, além de cobrar esclarecimentos da administração da unidade (...)”.

Ainda segundo a nota divulgada pela SES, a Secretaria reconheceu que houve débitos anteriores no repasse das verbas às OSs que administram as unidades de pronto-atendimento, e afirmaram que mesmo com os cortes no orçamento do Estado para a saúde, a SES está se esforçando para manter a manutenção dos serviços e o pagamento dos funcionários com todos os recursos disponíveis.

As imagens expressam a calamidade pública que há meses afeta a população do estado do Rio de Janeiro, antes do governador interino Francisco Dornelles cinicamente perceber tal fenômeno. A SES aponta a grave crise financeira como a causa do estado de precariedade que se encontra as unidades de pronto-atendimento do estado.

AJUSTES NA SAÚDE PARA PAGAR A DÍVIDA

A crise financeira, ou melhor, a falência do estado do Rio, é consequência do criminoso pagamento da dívida pública, contraída em sua maior parte para a realização de obras inúteis a população para a realização dos megaeventos na cidade, como a Copa do Mundo e as Olímpiadas.

No entanto, aos 45 do segundo tempo, faltando um mês praticamente para a realização das Olímpiadas, o governo Temer socorreu o estado do Rio com um empréstimo de R$ 3 bilhões pra serem destinados aos gastos em “segurança” para o megaevento, significando o aumento da repressão e da militarização nas favelas, em vez de serem direcionados aos hospitais e escolas precarizadas pela crise. Em contrapartida o governo do Rio se comprometerá a privatizar as empresas estatais como exigência para obter o empréstimo, tendo a Cedae, estatal de tratamento, saneamento e distribuidora de água potável do estado como exemplo de privatização recente. Exigência essa defendida pelo ministro golpista da Fazenda, Henrique Meirelles.

As prioridades dos golpistas do PMDB, tanto Pezão quanto Dornelles, desde o ano passado, foi uma política de cortes brutais nas áreas sociais como saúde, educação e no funcionalismo público, enquanto o governo isentou empresas de pagarem R$ 185 bilhões em ICMS, renovou a frota de carros de luxo para os parlamentares e inclusive até cobrar propina de empreiteiras para facilitar a licitação das mesmas para realizar as diversas obras feitas e ainda em curso na cidade, segundo delação premiada recente de Sérgio Machado. Não é de se estranhar que a linha de frente contra o governo ajustador do PMDB sejam os estudantes secundaristas e diversos setores do funcionalismo público e professores atualmente em greve contra os cortes e atraso de pagamentos.

É urgente e necessária uma saída à crise financeira do estado do Rio de Janeiro, falido por uma dívida que os trabalhadores e a população não criaram e que nem de longe vão à direção de nossos interesses. Nesse sentido, o Esquerda Diário lança a campanha pelo não pagamento da dívida pública, taxação das grandes fortunas e que todo político receba como uma professora da rede estadual de ensino, para que a crise seja paga pelos criadores dela, os empresários e políticos, e não a população.

FOTOS: Sindicato dos Médicos/Divulgação

 
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