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EDUARDO CUNHA
Teori libera para julgamento de denúncia contra Cunha após novas delações
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

Em regime de delação premiada, Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, afirmou à força-tarefa da Lava-Jato que parte da propina paga ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou por diversos países, dentre eles a Suíça – como já se sabia – e o Uruguai, onde foi depositada. No mesmo dia, o relator da Lava-Jato, Teori Zavaski, liberou para que se julgasse a denúncia contra Cunha de que este possuía contas no exterior.

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Foto: Lula Marques/ Agência PT

As contas teriam sido usadas para circular e guardar propinas cujo objetivo era a liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS para obras superfaturadas. Cleto confirmou as denúncias dos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, donos da Carioca Engenharia que, depois de fazerem acordo de delação premiada, confessaram o pagamento de R$ 52 milhões em propina para Cunha, em troca da liberação de recursos do FI do FGTS para financiar obras imobiliárias de OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia no Porto Maravilha, no Rio.

Cleto descreveu pelo menos dez casos de fraudes cometidas no período em que, como vice-presidente da Caixa, participava das decisões sobre a aplicação do FI do FGTS.

Num dos depoimentos, Cleto aponta o doleiro Funaro como um dos operadores do dinheiro de propina destinado a Cunha ao longo dos anos. Pelas investigações da Lava-Jato, Funaro pagou por um Land Rover Freelander e um Hyundai Tucson, que estão em nome da C3 Produções Artísticas, empresa de Cunha e da mulher Claudia Cruz. Cunha e Funaro aparecem juntos também em investigação da Comissão de Valores Mobiliários sobre desvios de recursos do Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Cedae (Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro).

Cunha foi o responsável pela indicação de Cleto para uma das vice-presidências da Caixa. Antes de ir para a Caixa, Cleto trabalhou com Funaro em São Paulo.

Cunha é acusado também de usar a Câmara para atender interesses de Funaro contra o Grupo Schahin, num negócio de R$ 1 bilhão.

Enquanto se avança em consenso contra Cunha, como concretização do primeiro passo para lavar a cara golpista da justiça que segue conduzindo a Lava Jato, as disputas de que rumo essa operação deve tomar e de que forma e quais frações burguesas vão levar os maiores ônus para resolver a crise política, seguem. Em todos os casos via superestrutura, a corrupção nunca estaria mais intacta, enquanto os trabalhadores sentem na pele o peso da crise.

Poder ver com clareza o nível de luxo e privilégio de homens como Eduardo Cunha que seguem tripudiando da vida das mulheres e LGBTs, fazendo todo tipo de jogo político sujo contra os trabalhadores e jovens que lutam por seus direitos, deve servir como combustível para alimentar a construção de uma saída política independente dos trabalhadores, que a partir da coordenação das lutas e de uma perspectiva de combate aos reacionarismos do governo golpista, imponha uma nova constituinte para o país, que debata e resolva cada problema sensível dos pobres e trabalhadores, da corrupção à legalização do aborto, do emprego, questão agrária ao combate a LGBTfobia, possibilitando uma experiência das massas com a mais radical democracia e sua consequente e necessária superação.

 
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