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RIO GRANDE DO SUL
Estudantes secundaristas rechaçam a UGES em grande ato independente
Daniel Dias, Porto Alegre

Segundo ato unificado das escolas ocupadas independentes na frente de prédio da UGES rechaça entidade estudantil burocratizada. Diretor da UGES em revanche agride estudantes no decorrer da marcha, mas os estudantes estavam eletrizados e unidos na defesa da educação e contra a PL44.

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Em grande marcha quase 500 estudantes das escolas ocupadas passaram pela sede da UGES, onde o ato rechaçou a burocracia, e também pelo Palácio Piratini, com a queima simbólica da proposta rebaixada do governo estadual para o fim das ocupações. Os estudantes demonstraram que não são bobos, que estão fortes e disposto a lutar. Com a unidade independente que esta semana ganhou peso nas ruas as ocupações saem fortalecidas.

A estudante do julinho, ativa na ocupação e presente no ato, Camila Weirich perguntada - depois da experiência do ato unificado das escolas ocupadas independentes de hoje, que inclusive rechaçou a UGES em seu percurso, com que sentimento os estudantes voltam para as suas escolas? – Respondeu - “Voltamos com o sentimento de que estamos cada vez mais perto da conquista de nossas reivindicações, de que os secundas estão cada dia mais vitoriosos, além de tudo que já aconteceu, ainda continuamos firme na luta e vamos continuar, e sempre tendo em mente que essas entidades não nos representam.”

UGES tumultua e agride garotas que protestavam

Próximo ao Palácio Piratini, depois que o ato vaiou a sede da UGES, um diretor da entidade junto de poucos outros estudantes agrediram uma estudante no carro de som e a tentaram tirá-la de dentro dele. Na sequência derrubaram outra estudante e a chutaram, os estudantes secundaristas de pronto separam e fizeram um cordão de isolamento para evitar um confronto maior e o agressor saiu escoltado por membros da UGES. Os estudantes reconheceram que o agressor é militante do coletivo À Marighela, grupo conhecido por truculência, machismo e oportunismo, desde sua recém fundação pós junho/2013 e participação eleitoral pelo PT em 2014.

Essa violência machista é a única resposta que entidades burocráticas podem seguir depois de serem rechaçadas, os estudantes precisam ficar em alerta e se prepararem para responder de todas as formas necessárias as velhas burocracias que temem perderem sua falsa representação legitimada pelo estado burguês.

Os próximos passos

A estudante Babi, Barbára Vuelma também do julinho, questionada sobre qual é o caminho da vitória respondeu em plena marcha na av. João Pessoa: - “Sinto agora que conseguimos avançar depois de ontem”- responde em relação a reunião com o governo que pressionou pela desocupação das escolas. Babi também afirmou que a luta está cansativa, mas: - “Na audiência quebramos o prazo da desocupação e esperamos até segunda-feira uma resposta”-.

Um ato com as principais escolas de Porto Alegre, construindo uma mobilização independente das velhas burocracias aliadas dos governos petistas que tanto abriram as portas para a precarização e privatização da educação no Brasil, lança um novo fôlego para a luta secundarista. O caminho do fortalecimento das ocupações é justamente esse: unificar as escolas ocupadas!

Os estudantes em luta pela educação pública precisam de toda a solidariedade da sociedade, os governos do PMDB, golpista Temer, e Sartori aqui no RS estão comprometidos em acabar com a educação pública passo a passo entregando-a a iniciativa privada. Os estudantes já gritam: “educação não é mercadoria”, merecem agora todo o apoio para saírem vitoriosos!

Na finalização do ato, no Zumbi dos Palmares, foi marcada a próxima assembleia das escolas ocupadas, sábado no Instituto de Educação às 14h. Cada estudante presente é muito importante para fortalecer e organizar esta grande luta, que já é exemplo de radicalidade e combate ao governos e traidores.

Solidariedade de classe

Por fim, deixo aqui o depoimento do Adailson, rodoviário e um dos líderes da histórica greve da categoria em 2014, pela necessidade de unir estudantes e trabalhadores na luta, que em sábias palavras sintetizou o clima do ato desta quinta-feira:

“Na noite fria da Porto Alegre em luta de ontem e sempre, me fiz presente, em apoio a luta dos estudantes secundaristas, que de forma independente, saíram às ruas dizer não aos burocratas que a semanas emperram as engrenagens desta motriz que se abala sobre o governo do estado, com uma força jamais vista, desde o começo das ocupações. Sendo eu, um rodoviário, peão, me senti muito a vontade em meio a centenas de jovens, que mais pareciam irmãos dentro de suas próprias normas de como encarar o mundo e seu sistema opressor. A mim causava estranheza, o fato de levar tanto tempo pra sair um ato, verdadeiramente unificado, e o porque de algumas escolas não aderirem à luta de forma coletiva, orgânica, em um único objetivo, derrotar o governo e alcançar as demandas de estudantes e professores. Mas bastou sair em marcha, e as coisas foram se explicando quase que como uma peça teatral dramática, dividida em atos, e com final surpreendente. Supostas lideranças do movimento, iam aos poucos sendo rechaçadas, expulsas do ato, em palavras de ordem como: "fora traidores", assim, os próprios jovens, identificando pela própria materialidade, os traidores de sua causa. Outras organizações ou parte delas foram, (talvez prevendo algo) abandonando o ato em meio do caminho...não sem antes, tentando causar pequenos incidentes que viessem a manchar a verdadeira manifestação do ato. Nada disso foi suficiente para tirar o caráter independente e classista, alcançado no ato de ontem, onde mesmo a policia do Sartori, manteve distância segura dos jovens cheios de coragem e esvaziados de medo ou insegurança sobre o que queriam alcançar. Fizeram um lindo movimento, que mesmo parecendo meio desengonçado por vezes, demonstrou que aquele movimento era dos jovens, e qualquer demonstração de inexperiência, dava ainda maior legitimidade ao ato que culminou com uma assembleia no largo zumbi dos palmares. Sem medo de errar, lhes asseguro, que foi o melhor ato que pude presenciar em muito tempo.”

 
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