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ELEIÇÕES EUA 2016
Obama apoiou Hillary Clinton: o fim de Bernie Sanders se aproxima?
Celeste Murillo
Argentina | @rompe_teclas

Na quinta, 9, o presidente Barack Obama recebeu na Casa Branca o pré-candidato democrata Bernie Sanders. No mesmo dia, Obama anunciou que apoiará a candidatura de Hillary Clinton.

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O senador de Vermont e pré-candidato democrata Bernie Sanders foi convidado para ir à Casa Branca pelo presidente Barack Obama. Na reunião com o mandatado, Sanders assegurou que espera se reunir logo com Hillary Clinton para “trabalharem juntos” para derrotar o republicano Donald Trump nas eleições gerais de novembro.

A longa corrida presidencial esteve marcada pela crise dos candidatos do establishment e da elite política. Se entre os Republicanos essa crise se traduz no mandato “indiscutível” de Donald Trump, entre os eleitores Democratas significa uma competição até o último momento entre a favorita Hillary Clinton e o deslocado Bernie Sanders. Perto do fim do último tempo da “super terça-feira”, Clinton pode cantar vitória.

Nesse dia, Hillary anunciou ter conseguido a maioria dos delegados com VOTO e os 2383 delegados necessários para a nomeação (contando os superdelegados, que não têm VOTO dos eleitores nas primárias e podem eleger qualquer candidato). Clinton inclusive ganhou na Califórnia por vários pontos, onde se esperava uma disputa apertada.

O fator “Obama”

Nessa quinta, mesmo que o presidente Barack Obama tivesse convidado Sanders para ir à Casa Branca, ele respaldou formalmente Hillary Clinton em sua candidatura presidencial e pediu aos democratas que se unam em torno dela sob uma prolongada rede com o senador de Vermont.

“Não acredito que tenha existido jamais alguém mais qualificado para ocupar o cargo”, disse Obama em seu vídeo de apoio.

Desde antes do apoio de Obama, crescia a pressão para que Bernie Sanders abandonasse a corrida e se escondesse atrás da candidatura de Hillary Clinton. No entanto, sob a reunião na Casa Branca, Sanders voltou a confirmar que competirá na terça, 14, nas primárias de Washington DC, que dão fim ao processo das primárias antes do congresso do partido. O respaldo de Obama aumenta a pressão sobre Sanders.

Hillary Clinton agradeceu o apoio do presidente: “É um prazer enorme e uma honra que o presidente Obama e eu, depois de tantos anos, tenhamos passado de ferozes competidores para verdadeiros amigos”. Obama derrotou Clinton nas primárias dos Democratas de 2008. Durante seu primeiro governo, Clinton foi designada secretária de Estado do presidente.

Da “revolução política” de Sanders para a reforma moderada do partido

É esperado que Bernie Sanders se mantenha na competição até o congresso. O senador já adiantou que buscará influenciar o programa que Clinton levará para as eleições gerais.

Já durante os últimos meses, os esforços da campanha de Sanders vem se redobrando para ganhar terreno na comissão que dirigirá o congresso e na discussão das regras internas do partido. Mas que a justa revolta de sua base aponta contra o sistema antidemocrático de eleição do candidato, em que o voto do FUNCIONÁRIO do partido vale mais que um eleitor “raso”, as críticas expressivas de Sanders não questionam esse mecanismo que expressa em última instância quem decide o quê no partido. Porque ainda hoje, Hillary conseguiu mais delegados votados nas primárias, desde que na primeira eleição em Iowa os meios de comunicação e o partido a declararam ganhadora mesmo sem ganhar na quantidade dos votos.

Sanders nunca questionou esse mecanismo seriamente, ainda contava com a força para fazê-lo, e suas críticas contra a participação das grandes empresas e dos bancos no financiamento de campanhas não passaram de demagogia. Claro que isso não é mais que a continuidade da sua decisão de competir dentro do partido Democrata, que beneficiou antes todo o establishment e o partido, que pode canalizar internamente o descontentamento da juventude e dos setores de pouco acesso à elite política (algo que o partido Republicano não conseguiu).

Depois da sua reunião com Obama, disse que trabalharia como a ex-secretária de Estado para “derrotar Donald Trump e criar um governo que represente a todos e não somente ao 1%”. Tudo parece indicar que Sanders está disposto a limitar sua promessa de “revolução política” a uma via interna para pesar seu capital político dentro de um partido irreformável e que tem demonstrado, a cada passo, que seus interesses são os de Wall Street e Washington.

Resta esperar se cumprirá sua promessa inicial e chamará os milhões que o adotaram como porta-voz de seu descontentamento para votar na candidata do establishment. Se o chamado se concretiza, sua campanha que prometia lutar contra a desigualdade e as corporações será financiada. O que acontecerá com a enorme energia empregada em sua campanha? Ainda é uma incógnita. O que a cada dia é mais nítido é que o “fogo” de Bernie Sanders pouco tem a ver com o candidato e muito mais com seus eleitores.

 
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