Existem uma enxurrada de dados e pesquisas que correlacionam o aumento da temperatura global com a queima de combustíveis fósseis e a emissão de outros gases. Porém mesmo com inúmeras evidencias existe uma luta ideológica feroz de setores sociais para convencer a população que não existe ligação entre queima de combustível fóssil e aumento da temperatura global. Esses setores, na realidade, são a representação ideológica ou “científica” das grandes indústrias petrolíferas.
Hoje o expoente com maior visibilidade da extrema direita mundial, Donalt Trump, já deu uma série de declarações afirmando que o aquecimento global é uma farsa, opinião hegemônica entre os Republicanos, que tentam de forma sistemática cortar verbas para estudos relacionados as mudanças climáticas destinadas a NASA e ao NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). Outro grande defensor de que o aquecimento global é uma fraude é o pitoresco Olavo de Carvalho.
O efeito estufa é um fenômeno importante para a vida na terra. Graça a composição de nossa atmosfera é possível que exista um equilíbrio térmico em nosso planeta, o que possibilita a existência de vida, na forma que conhecemos. De forma bastante simplificada, o efeito estufa impede que todo calor que a terra recebe do sol volte para o espaço novamente, como se fosse uma tipo de “cobertor”. O equilíbrio do efeito estufa é um aspecto muito específico de nosso planeta que possibilita ele apresentar a diversidade de vida que tem.
Se observarmos dois planetas próximos temos dois extremos que apontam a correlação do efeito estufa e sua temperatura. Mercúrio é o planeta mais próximo do sol, mas por quase não apresentar atmosfera, o calor que recebe do sol não fica retido no planeta, resultando grande oscilação térmica −173 °C a 427 °C. Já Vênus, o segundo planeta do sistema solar, tem uma atmosfera densa, formada principalmente por dióxido de CO2 (96,5%) que é o elemento predominante na formação do efeito estufa, o resultado faz com que sua temperatura média seja em torno 461 °C, sendo o planeta mais quente do sistema solar, graças a um “super efeito estufa”.
Já a atmosfera da Terra tem uma composição química responsável pelo equilíbrio térmico que temos. Ela apresenta uma composição de 78% nitrogênio, 21% oxigênio e aproximadamente 0,035% de dióxido de carbônico. O gás carbônico é dos gases responsáveis pela retenção do calor na Terra impedindo que ele retorne para o espaço. Na prática, existe uma correlação entre a concentração de CO2 atmosférico e o efeito estufa. O planeta vênus é uma expressão categórica disso.
Mas o gás carbônico não é o único gás capaz de impedir que a radiação infravermelha emitida da Terra retorne ao espaço. Na verdade, este contribui com cerca de 53 % do total dos gases estufa, sendo que outros gases produzidos pelas atividades humanas também contribuem para o efeito estufa: metano (17%); CFCs (12%), e óxido nitroso (6%), entre outros. Além de estar em maior porcentagem, a concentração do gás carbônico vem aumentando rapidamente nas últimas décadas.
O aumento da concentração CO2 na atmosfera da Terra vem progredindo constantemente no último século. Essencialmente pelo processo da queima de combustíveis fosseis e desmatamento. Pois esse processo acaba liberando para a atmosfera uma quantidade significativa de carbono que até então estava fixada nas florestas ou nos combustíveis fosseis (petróleo, gás natural, carvão mineral).
Os combustíveis fosseis são formados (de forma bastante simplificada) pelo seguinte mecanismo: Os organismos vivos concentram uma quantidade significativa de carbono. A medida em que morrem, organismos decompositores degradam as moléculas dos seres vivos e liberam o carbono novamente para o ambiente. Porém uma parcela significativa de organismos vivos (plantas, animais, entre outros) não foram decompostos por microrganismos, e com o tempo esses organismos sofreram inúmeras transformações químicas transformando-se em combustíveis fósseis.
Além disso, o aquecimento global pode intensificar a fome mundial, não só pela destruição da produção agrícola através de secas e tempestades, mas também pela redução da população de polinizadores. O aumento da temperatura resulta na queda drástica da população de polinizadores (abelhas, borboletas e outros insetos).
É preciso reduzir drasticamente a queima de combustíveis fósseis, investindo em energias renováveis. Também se faz necessário estancar o desmatamento e ampliar as medidas de proteção ambiental. Outros elementos que também intensificam o efeito estufa, como metano e CFC`s, devem ser reduzidas, e isso se passa por mudanças de hábitos da população.
A educação ambiental para o conjunto da população e o maior investimento na pesquisa científica para compreender de forma mais aprofundada o clima também se fazem necessárias. É preciso popularizar o conhecimento científico como forma de defesa do planeta, impedindo que charlatões a serviço da grande indústria petrolífera mantenham a população mundial em um ‘transe” que vivemos em um planeta infinito e que a grande fórmula para felicidade é o consumo desenfreado.
Essas medidas são urgentes e para realizá-las é necessário se enfrentar inevitavelmente com o modelo econômico mundial que joga a humanidade e o planeta para destruição. Está nas mãos dessa geração tirar o planeta dessa encruzilhada.