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RACISMO NA CHINA
A propaganda mais racista da história!
Lourival Aguiar Mahin
São Paulo
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A marca chinesa de detergentes, Qiaobi, lançou a aproximadamente um mês uma publicidade para promover sus novas pastilhas de sabão. Nela podemos ver uma mulher despindo-se para lavar sua roupa, quando entra em cena um homem negro, com roupas que insinuam que estava trabalhando com tinta branca e havia se sujado um pouco. Este homem caminha na direção da mulher chinesa, se insinuando para ela, que continua chamando o homem negro em sua direção, até que quando o mesmo faz menção de beijá-la, esta coloca um das pastilhas de sabão em sua boca e o empurra para dentro da máquina de lavar roupas. Segundos depois, um jovem branco aparece em seu lugar saindo da máquina, para o agrado da mulher.

https://youtu.be/OC3hgCeZKeY

A propaganda colocada no site Youtube na terça-feira, mas já conta com quase quatro milhões de reproduções. A indignação tomou conta das redes sociais e não demorou a receber o título de “a propaganda mais racista da história”. Sem dúvidas, esta publicidade é uma cópia de uma propaganda italiana, na qual uma mulher coloca um homem branco dentro de uma máquina de lavar-roupas e com o produto “Cololeria” sai um homem negro.

https://www.youtube.com/watch?v=4d0uYfyzFhI

“Acreditamos que a imprensa estrangeira foi extremamente moralista. Nós apenas queríamos promover o produto e nunca pensamos sobre o assunto do racismo”, declarou um representante da empresa ao jornal Global Times. A resposta foi muito questionada no Twitter e no Facebook: “Se não si dão conta que é uma publicidade racista, é porque SÃO racistas”.

Mas não nos deixemos enganar: se no primeiro vídeo fica explícito o racismo, no qual a predileção do branco pelo negro como padrão de beleza faz com que isso seja reproduzido mesmo em um país que quase não teve contato com os negros africanos, seja na condição de escravizado ou na condição de mulheres e homens livres, o racismo chegou lá com “força total”, levando consigo o que existe de mais venenoso, atrasado e desrespeitoso: a ideia, muito comum nas décadas de 1920/1930 de que a cor negra era resultado de pouca higiene e que bastava um “composto mágico” para reverter esta situação poder levar negras e negros para a “cor certa”: a cor branca; no segundo vídeo temos a segunda face deste mesmo racismo, que é hipersexualização dos corpos negros, que ainda hoje são vistos como “máquinas de sexo”, possuindo a imagens das negras associadas as das mulheres fáceis, que estão sempre disponíveis para o ato sexual e que não são ideais para uma relação que dure mais do que uma noite, pois não são “para casar” e que apenas podem entrar na casa dessas famílias pela porta da frente para fazer a entrevista de empregada doméstica, e a imagens dos homens negros como os “reprodutores”, aqueles que se por um lado são os parceiros sexuais ideais no perverso imaginário do universo racista no qual são o melhor “brinquedo sexual”, do outro lado são a grande ameaça, que deve ser exterminada, como vemos no genocídio da juventude negra, seja no Brasil ou nos Estados Unidos.

Todas estas coisas são parte da ideologia racista que está diretamente ligada ao capitalismo, que se apropria dessas divisões para seguir explorando cada vez mais a todos os trabalhadores, mas sempre mantendo o negro com os trabalhos mais precários e as negras como as mais exploradas, que deixam seus filhos sozinhos em casa para criar os filhos desta burguesia decadente.

Devemos entender que a luta contra o racismo é também uma luta contra o capitalismo, e que para que isso seja verdade, ambas as lutas devem explodir em escalas globais, colocando a baixo a opressão racial junto com a exploração, que assola a negras e negros, brancas e brancos. Devemos exigir a retirada imediata destes comerciais de circulação e a retratação das empresas responsáveis, que devem assumir o papel racista que estão cumprindo. O capitalismo não deve mais lucrar através da opressão dos negros, pois com dizia Steve Biko, importante líder da luta de libertação da África do Sul: “Capitalismo e Racismo, são faces da mesma moeda”. Por isso lutamos contra o racismo, esteja ele se oprimindo os negros em qualquer lugar do globo, pois nossa luta, é INTERNACIONAL.

 
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