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LANÇAMENTO DO LIVRO
A Medicina dos Sintomas
Adriano Favarin
Membro do Conselho Diretor de Base do Sintusp

Acaba de ser lançado pela Editora Itacaiúnas/ Centelha Médica o livro do médico e doutor em sociologia pela UnB, Gilson Dantas. O objetivo do livro é problematizar o mecanicismo da medicina moderna e o método de pensar reducionista do médico alienado, preocupado apenas em suprimir sintomas e ‘patologizar’ o paciente. Também busca tematizar a necessidade imperiosa de uma mudança que passe por uma revolução social na perspectiva dos trabalhadores, mas também no modo de pensar e fazer medicina.

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Vivemos nos marcos da decadência e crise da medicina moderna. O foco central deste ensaio é a miséria a que chegamos na medicina dominante, no seio das relações sociais instituídas pelo sistema fundado na acumulação de riquezas, o capitalismo. A própria medicina que se propõe como alternativa, tornando-se mercadoria, cedendo à lógica cultural capitalista, também entra em crise, refém da metafísica, do empirismo e da religiosidade.

A medicina em sua função de assegurar a saúde, em seu desenvolvimento limita-se à obrigação de manter o indivíduo, o máximo de tempo possível, tão vivo quanto dependente dos equipamentos e remédios da indústria médica e farmacêutica. O ensaio tratará então de uma medicina que não consegue romper com sua função de degeneração controlada (e lucrativa) da vida, onde não se almeja a cura, mas sim a dependência química; em que o conhecimento não está voltado para a saúde do corpo, mas para a supressão momentânea do sintoma ao custo da própria saúde; que não se preocupa com as causas sociais, o entorno, o modo de vida e as condições de trabalho como responsáveis pela doença. Mas responsabiliza e culpa o próprio indivíduo ou o “acaso”. A medicina, como cita o ensaio, “em vez de propor a adaptação da sociedade ao bem-estar do homem, sacrifica o homem em benefício da ordem social” (PUENTE, Isaac, 1930).

Ordem social que começa a apresentar sinais de ruptura, e é por isso que não haveria momento mais apropriado para o surgimento desta obra. Após 30 anos de restauração burguesa, na qual a classe operária sofreu seu maior golpe na história e os velhos partidos socialistas e trabalhistas reformistas se transformaram nos principais agentes das políticas de suas burguesias nacionais, a medicina atingiu seu ponto mais miserável enquanto função social. Ao mesmo tempo, aquele sistema que por mais de setenta anos foi reconhecido como expressão do “socialismo real”, demonstrou a falência da estratégia de construção do socialismo em um só país e da substituição do protagonismo das massas trabalhadoras por uma burocracia política; com isso arrastou para a bancarrota os velhos partidos comunistas e as suas expressões pseudo-marxistas dentro da intelectualidade. A medicina, também naqueles países socialistas, apesar de superior em alguns aspectos, manteve todo o método de pensar reducionista, iatrogênico e voltado para o atendimento dos sintomas.

Este livro, portanto, é uma ferramenta que deve ser apropriada, refletida e debatida por todos aqueles que sabem que o capitalismo, por esse e outros motivos, merece perecer. Desenvolver a crítica pela raiz à a todas às instituições dominantes e às concepções capitalistas, inclusive em relação à medicina, é uma obrigação para aqueles que têm consciência de que a superação do capitalismo só será possível com a revolução internacional e a atuação decidida da classe operária organizada e independente de qualquer setor da burguesia. A juventude, a quem o próprio futuro dentro dessa lógica social está comprometido pela mediocridade e degeneração da vida, deve estar na linha de frente desses debates. O novo precisa ser apontado desde hoje e está nas mãos dos jovens, revolucionários, estudantes e trabalhadores da saúde, a batalha não apenas pela deselitização da medicina, mas também por uma medicina humanizada e em prol da saúde e da vida! É preciso criticar e subverter a ideologia dominante na esfera da cultura, das relações sociais, da ecologia, da medicina e das ciências, abrindo caminho para a construção de um novo pensar e um novo modo de vida sobre novas bases sociais. Uma revolução permanente em cada esfera da vida.

 
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