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DEMISSÕES E PROPINA
Vallourec suspeita de pagar propina para beneficiar corrupção na Petrobrás
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais

A empresa V&S, produtora de tubos sem costura do grupo francês Vallourec, é uma das empresas suspeitas de pagar propina para beneficiários do esquema de corrupção na Petrobrás na 30ª fase da operação Lava Jato.

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A empresa foi listada na acusação que envolve o pagamento de propina de pelo menos R$40 milhões da Confab e Apolo Tubulars para pessoas envolvidas no esquema bilionário de corrupção na estatal, incluindo o antigo ministro da Casa Civil José Dirceu.

Repasses desta empresa através da Interoil teriam chegado à empresa de José Dirceu, JD Assessoria, através de um escritório de advocacia. Segundo a polícia federal, como ainda não há provas suficientes sobre as propinas que teriam sido pagas pela Vallourec, os fatos permanecem sob investigação.
A Confab é acionista da Usiminas e faz parte do grupo Techint e teria efetuado pagamentos irregulares de 9,4 milhões de dólares para beneficiários do esquema por meio de empresas no exterior. Já a empresa Apolo pagou 6,6 milhões de reais, de acordo com o procurador do Ministério Público Federal Roberson Pozzobon.

Enquanto é investigada nos esquemas milionários de propinas ao redor da Petrobrás, a Vallourec alega falta de caixa e leva a frente uma grande reestruturação produtiva internacionalmente. Apenas na planta brasileira, em Minas Gerais, já foram centenas de demissões de trabalhadores desde o ano passado e segue em frente o fechamento da produção de aço na planta do Barreiro, em Belo Horizonte. Junto a isso o aumento de assédio moral, múltiplas funções que os operários são submetidos e a redução da PLR apenas somam os ataques contra os trabalhadores.

Essa situação mostra como a ideia reacionária de Michel Temer, que dirige o governo golpista no Brasil após o impeachment, de que os trabalhadores não devem falar em crise mas trabalhar, é uma das facetas de um golpe institucional que prepara profundos ataques aos trabalhadores. Isso porque não foram os trabalhadores a gerar a crise e, portanto, não são os que devem pagar por ela como quer o atual representante do governo golpista e ajustador.

Não é possível ter nenhuma confiança nas investigações da Lava Jato contra um setor do empresariado que atuou a favor da corrupção na Petrobrás para assegurar seus lucros, como a denúncia da Vallourec. Isso porque a Lava Jato não está interessada em acabar com as relações espúrias entre o atual estado que funciona como balcão de negócios para a burguesia e seus representantes. Ao contrário disso, a Lava Jato serve para fortalecer outros setores da própria burguesia contra os trabalhadores.

Apenas os trabalhadores assumindo o conhecimento e o controle dos gastos da empresa, com a abertura de seu livro caixa, publicizando todas as operações ilícitas realizadas, é que será possível fazer com que se conheça a realidade das operações da empresa para sejam os próprios criadores da crise na empresa a pagar por ela: os capitalistas e seus acionistas.

 
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