Em matéria divulgada hoje (23/05) pelo jornal “O Estado de S.Paulo” assinada por Bruno Ribeiro, afirma-se que o Metrô mantém 109 funcionários em cargos como “assessor técnico III”, “especialista III”, “chefe de departamento” e “gerente” ganhando salários mensais entre R$21,7 mil e R$35 mil, o que resulta por ano R$35 milhões aos cofres da empresa.
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Todos nós sabemos que são cargos do alto escalão da burocracia da máquina do governo. Enquanto um oficial da manutenção de trens ou mesmo um agente de estação recém-chegado na companhia não ganha 10% desse salário, o Metrô mantém benefícios e regalias a pessoas que mal sabemos quem são, onde trabalham e qual o ofício de fato realizam. Quem está dia a dia nas estações percebe o sufoco cada vez maior que tanto os funcionários que ali trabalham, quanto os usuários que utilizam do (cada vez pior) serviço, estão passando.
O Secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirmou na matéria ao Estadão que “os salários iniciais mais altos no Metrô estão em R$25 mil” mas que “a empresa tem muitos funcionários antigos , que ao longo da carreira receberam vários benefícios, e assim foram acumulando vencimentos maiores(...)A gente é obrigado a reajustar os salários.” O quê Pelissoni não diz é que estes funcionários sempre trabalharam na máquina burocrática da empresa, nunca no chão do pátio de manutenção ou na plataforma da estação.
Como denunciamos neste Esquerda Diário há algumas semanas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deu um calote de mais de R$300 milhões no Metrô entre os anos de 2011 e 2014 para “honrar o contrato” com a ViaQuatro, concessionária responsável pela Linha 4 Amarela e que também é investigada pela Operação Lava Jato por fraudes em licitações de obras na Copa do Mundo de 2014 e agora quer fazer com quê os metroviários paguem pela crise e o rombo que ele deixou. Diversas ações como a retirada de uniforme no dia 23 mostram a disposição em resistir a duros ataques que estão por vir.
Os metroviários do Movimento Nossa Classe e do MRT denunciaram e apontaram na ultima assembleia realizada na quadra do Sindicato dos Metroviários de São Paulo que somente uma greve unificada com ferroviários da CPTM e rodoviários pode dar uma saída de fundo para a grave crise nos transportes públicos e colocar o governo do Estado em xeque, tomando as lições que os jovens estudantes secundaristas deram no ano passado derrotando Alckmin e seu projeto privatista.
Por um transporte público, gratuito e de qualidade sob controle dos trabalhadores e usuários! Estatização de toda a malha metroferroviária! Contra qualquer privilégio ou cargo que tenha regalias a mais que qualquer oficial de manutenção ou agente de estação!
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