Desde antes de assumir o poder o governo golpista de Michel Temer tem buscado as sindicais mais pró-patronais para negociar os ataques aos trabalhadores, principalmente a reforma da previdência, sempre contando com o apoio de Paulinho da Força, deputado pelo Solidariedade. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) até o momento não aceitou discutir com o governo de Temer e o fato de que representa pelo menos 30% da classe operária organizada no país causa preocupação ao governo sobre uma possível oposição entre os trabalhadores.
Recentemente os dirigentes Paulinho da Força e Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), tem discutido uma possível união entre as duas centrais. Pesa a favor da união o fato de que as centrais têm perfis complementares, a Força tem base na indústria, a UGT é formada pelos sindicatos do serviço. A UGT (União Geral dos Trabalhadores) é das poucas centrais que tem aumentado sua representação, contando atualmente com 11,29% sendo que em 2015 era 10,3% e em 2010 somente 7,19% da força de trabalho. Já a Força, atualmente com 10,08%, diminuiu desde 2010, quando correspondia a 13,71%.
As negociações sobre uma possível fusão das duas centrais, que estão em segundo e terceiro lugar em representação no país, podem se tornar um ponto importante de apoio para o governo Temer, que vai precisar do apoio estratégico de representantes sindicais, tal como contavam os governos petistas. A grande mídia golpista tem avisado já sobre os sindicalistas da Força, UGT e demais não estarem facilitando tanto quanto ela quer nas negociações com o governo e certamente uma fusão como essa viria numa boa hora para que Paulinho e sua turma de burocratas sindicais negociarem seus próprios interesses com o governo golpista.
Duas burocracias sindicais nefastas, que negociam o futuro da juventude e de milhões de trabalhadores com a reforma da Previdência de Temer e Meirelles, são peça fundamental do sustentáculo da burguesia nacional e estrangeira dentro do movimento operário. Apesar de apoiarem bandos distintos da burguesia, compartilham com a CUT (que freou qualquer resistência na luta de classes enquanto o golpe passava) uma mesma função: polícia política da patronal dentro do movimento operário. A burocracia sindical, como dizia Trotsky, é a espinha dorsal que mantém o capitalismo de pé, principalmente em semi-colônias como o Brasil, com uma burguesia frágil e uma classe trabalhadora pujante.
É preciso, em meio à luta contra os ataques do governo golpista de Temer e para derrubá-lo, varrer a burocracia sindical dos sindicatos e recuperar estas instituições como ferramentas da luta de classes dos trabalhadores.
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