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LAVA JATO
Dirceu é condenado a 23 anos de prisão pela Lava Jato
Redação

Dirceu cumpria prisão preventiva em Curitiba, que foi renovada nesta quarta (18/05) ao receber de Sérgio Moro a condenação a 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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A maior sentença da Lava Jato, 23 anos e três meses, foi dada nesta quarta pelo Juiz Sérgio Moro ao ex tesoureiro do PT José Dirceu. Declarado culpado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, a sentença ainda cabe recurso. O juiz ainda decretou a renovação da prisão preventiva cumprida por Dirceu em Curitiba, pelo caso do mensalão.

Após a condenação pelo mensalão quando foi acusado de liderar um esquema de compra de votos, com sentença em 2013 de 7 anos e 11 meses por corrupção passiva entre 2004 e 2011, Dirceu cumpria a pena em regime semi-aberto até ser preso novamente em 2015 na operação Pixuleco, a 17ª fase da Lava Jato, acusado de enriquecimento ilícito através da Petrobrás. O nome da operação é dado pelo apelido que o também ex tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, dava ao dinheiro. Moro afirmou que Dirceu continuou recebendo propina durante o julgamento pelo mensalão, até 13/11/2013.

Junto a esta sentença, uma nova prisão preventiva foi decretada, 16 anos e dois meses para o lobista Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, por descumprir o acordo de delação premiada. Com a delação, Moura havia se livrado de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Sergio Moro considerou que o acordo entre Moura e o MPF foi violado e decretou a prisão preventiva. Segundo a justiça federal este seria o primeiro caso de violação de delação em mais de dois anos.

Empresários absolvidos

Moro absolveu Cristiano Kok, José Antunes Sobrinho, executivos ligados à Engevix, e Julio Gerin, ex consultor da Toyo Setal, além de Olavo Hourneaux de Moura Filho por falta de provas. O judiciário que toma para si as prerrogativas de paladino da moral, que teria a tarefa de livrar o país da corrupção, na realidade adota duras penas aos políticos corruptos que não jogam de acordo com os seus interesses. A relação fraterna com políticos de outras frações, como Aécio, garante que todos outros esquemas de corrupção corram soltos. Na realidade, se Dirceu não é nenhum exemplo moral a ser seguido, também não é pioneiro da propina mesmo sendo investigado, se em plena “cruzada contra a corrupção”, o judiciário não só liberou a corrupção tucana como ainda avalizou o golpe institucional para garantir este esquema.

O mesmo se pode dizer da moral do judiciário que “prendeu grandes empresários”, se uma lista infindável está sendo absolvida, ou sequer é investigada, já que cabe à vontade de juízes treinados pelo departamento de estado americano como Moro tornar sigiloso qualquer dado da investigação. Como viemos denunciando no Esquerda Diário, a Lava Jato é um instrumento que autonomiza o judiciário, baseado em demagogia de “limpeza do regime”, na realidade faz o oposto, varrendo para baixo do tapete a corrupção, generalizando medidas contra as liberdades democráticas como a delação premiada, que não tem nenhuma base objetiva de prova, já que como vimos hoje, cabe ao critério do juiz tanto acolhê-la quanto declarar sua falsidade. Essas medidas, cedo ou tarde, se voltam contra os trabalhadores, como já começamos a ver com as medidas de repressão aos estudantes de SP, que Temer anunciou que adotaria em todo país.

Não se combaterá a corrupção das mãos do judiciário, muito pelo contrário. Para que a política não seja uma fonte lucrativa para um punhado de empresários, lobistas e corruptos, e que a justiça não favoreça os mais ricos e seja incontrolável pelo povo, já que os juízes nem mesmo são votados, é necessário impor uma assembleia constituinte livre e soberana pela mobilização dos estudantes que estão ocupando escolas e universidades em aliança com os trabalhadores, para que seja o povo quem julgue os corruptos e que todo político ganhe igual à uma professora e possa ser revogável por aqueles que o elegeram.

 
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