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GOVERNO GOLPISTA DE TEMER
Meirelles: o homem de Temer para atacar já as aposentadorias dos trabalhadores
Luciana Vizzotto

Cotado para ser o ministro da Fazenda no governo golpista de Temer, Henrique Meirelles quer colocar na primeira ordem do dia a tão esperada – pelos empresários, seus respectivos representantes de direita no parlamento e aliados imperialistas – reforma da previdência. Ataques, ataques e mais ataques por todos os lados aos trabalhadores, como queriam com o avanço do golpe institucional que hoje começa a se fechar.

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Quem é Henrique Meirelles?

Ex-presidente do Banco Central no governo Lula – escolhido por este, e portanto o homem por trás dos escandalosos recordes de lucro dos bancos nesse período –, Meirelles é uma das figuras mais bem quistas pelos patrões brasileiros.

Já foi presidente do BankBoston no Brasil e depois da mesma rede mundialmente. Fez parte da “corte” de Bill Clinton, durante os anos em que morou nos Estados Unidos (até 2002).

Hoje, é o responsável pelo Conselho Consultivo da J&F, que controla sete empresas como a JBS – a maior empresa de carne do mundo, a Friboi –, com receita estimada em R$ 65 bilhões.

Até o ano passado, era o responsável, escolhido por Dilma, pelo Conselho Público Olímpico, que coordena os gastos com a realização das Olimpíadas do Brasil. E agora, é um dos escolhidos de Michel Temer.

Não à toa. Como podemos ver, este senhor já tem a sua ficha mais que aprovada por alguns dos maiores banqueiros e empresários do mundo, tendo uma vida de garantias de lucros exorbitantes e de obras faraônicas; em detrimento, obviamente, dos investimentos em direitos sociais e dos trabalhadores. O que nós trabalhadores poderíamos então esperar deste senhor?

Reforma da Previdência: um dos principais ataques planejados

Meirelles quer fazer algo que é considerado histórico pela mídia burguesa: unificar a pasta da Previdência ao Ministério da Fazenda, que até agora está vinculada ao Ministério do Trabalho e já teve em outros momentos status próprio de ministério. Ao propor isso, espera e investirá para que tal mudança ajude a acelerar a aprovação da reforma da previdência, já muito discutida em Brasília, mas que ainda não chegou aos objetivos que eles querem.

Este senhor alega que a reforma é a mais importante “para melhorar a evolução das despesas”. Os cálculos do Ministério divulgam que os maiores aumentos de despesas públicas – dos impostos pagos por toda a população – são com os benefícios previdenciários, que são gastos obrigatórios e que só podem ser alterados com a tal da reforma.

Ou seja, o aumento nas “despesas públicas” com os conchavos de Brasília, eles não contabilizam. Cortar nas “despesas” com a corrupção e altíssimos salários de parlamentares e juízes, altas injeções de dinheiro público nas empresas e sobretudo o pagamento da dívida eles não querem, escolhem “esquecer” que a dívida consome mais de 40% do orçamento; querem sim cortar, além da educação e saúde já atingidas, atacar também os direitos de milhões de trabalhadores após trinta, quarenta anos de trabalho.

O plano concreto da reforma ainda não foi divulgado, porém consta em declarações à imprensa a intenção de determinar uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. E sabemos também que desde o início do ano se pautam os seguintes pontos: alterar as diferenças nas regras de aposentadoria entre homens e mulheres, as regras que garantem as aposentadorias rurais e de servidores públicos, a possibilidade de impor idade média às aposentadorias, e as formas de financiamento da previdência social (abrindo espaço para mais inserção do setor privado).

Os trabalhadores devem decidir

Frente a todo esse cenário de profundos ataques e um reacionário golpe institucional cada vez mais consumado, abrindo espaço para todo tipo de arbitrariedades do parlamento e do judiciário, precisamos imediatamente de uma fortíssima mobilização. As ocupações de escola no Rio, SP, CE e RS, a greve das universidades estaduais paulistas mostra um exemplo do potencial para esta luta superar os limites impostos pela burocracia sindical da CUT, CTB e seus sindicatos, que não promoveram nenhuma luta séria contra os ajustes e foram um verdadeiro fiasco na luta contra o golpe. E com esta mobilização impedir o avanço da direita com o golpe e barrar os ataques aos nossos direitos mais elementares que eles querem arrancar.

E a partir disso, impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que questione a atual constituição (que mesmo esta está sendo rasgada com as últimas manobras do parlamento e do judiciário) e construa uma nova que garanta os direitos dos trabalhadores, assegurando as aposentadorias, colocando abaixo os salários de ouro de todos os políticos burgueses e instituindo a votação popular e revogabilidade dos mandatos de todos os representantes dos órgãos públicos, dos juízes aos parlamentares.

 
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