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GREVE NA VOLVO
Greve contra 400 demissões é mantida na Volvo em Curitiba
Evandro Nogueira
São José dos Campos

Cerca de 3200 trabalhadores da Volvo, fábrica de caminhões e ônibus em Curitiba (PR), votaram em assembleia nessa quarta-feira, 11, a manutenção da greve contra a iniciativa da empresa em demitir 400 operários, segundo o Sindicato de Metalúrgicos da grande Curitiba (SMC).

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O movimento foi iniciado um dia antes, na terça. Enquanto o setor automobilístico é o principal fator da onda de demissões que percorre a indústria no país, que opera em patamar semelhante ao de 2008, no auge da crise, uma greve contra demissões em uma grande fábrica como essa pode ser um importante exemplo para os trabalhadores nacionalmente.

Segundo o diretor do SMC, filiado à Força Sindical, Sérgio Butka, “Existem vários mecanismos possíveis para garantir os empregos. Temos o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), o layoff, temos alternativas para garantir o emprego sem prejuízo para a empresa, nem para o trabalhador. É só ter boa vontade”. Outro diretor, Nelson Silva de Souza também falou nesse sentido, “se não tiver alternativa às demissões, que ao menos a empresa pague incentivos extras a quem for desligado”.

Continuação de 2015?

Há quase um ano exatamente, em 8 de maio de 2015, iniciou-se a mais longa greve na Volvo em 36 anos, enfrentando já os intuitos patronais de descarregar sobre os trabalhadores as dificuldades da crise do setor, que é dirigido por eles mesmos. Aquela greve conquistou um aumento no PLR, de R$ 5 mil para R$ 8 mil, além da manutenção dos 600 postos de trabalho anunciados pela patronal como excedentes. Apesar disso, naquela greve a patronal já conseguiu impor o reajuste apenas da inflação, agora com esse anúncio de demissões. Além disso, implementou o Plano de Demissão Voluntária (PDV), lay-off e a redução gradativa da PLR.

Tudo pelo lucro...

Apesar do anúncio dessas 400 demissões, a Volvo iniciou em abril testes com um novo modelo de ônibus, com funcionamento 100% elétrico e capacidade para 154 passageiros, além de ter anunciado no início dessa semana um aumento total de 15% nos preços dos seus caminhões, aplicando uma parte a cada 3 meses, além de já ter aumentado 8% em janeiro. Quem ajuda a entender as intenções da empresa é o presidente interino para a América Latina, Carlos Morassutti, que no início desse ano disse, “Não fizemos dinheiro no Brasil em 2015”, mas, “Temos feito dinheiro Colômbia, Peru e Chile” e “visto sinais bons de recuperação na Argentina”, em referência ao governo do direitista Mauricio Macri.

No ABC milhares voltam a estar ameaçados

Operários da Ford de São Bernardo do Campo (SP) fizeram greve de 24 horas após a empresa informar que não pretende renovar a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e o lay-off – que vencem em junho. A montadora informou ainda ter um excedente de 1.110 trabalhadores, de um total de 4 mil. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que a Ford pretende revisar cláusulas econômicas do acordo coletivo, como alterações na tabela salarial e na PLR e congelamento de salários.

A patronal disse que, "está em negociação com o sindicato para tratar da significativa queda no volume de produção da indústria automotiva e os consequentes impactos na força de trabalho da empresa." Outras grandes montadoras como Mercedes-Benz e Volkswagen, ambas de São Bernardo, também afirmam ter, respectivamente, 2 mil e 1.060 trabalhadores excedentes.

É preciso uma lei que proíba as demissões

Contra essa onda de demissões e retirada de direitos que a patronal vem impondo na indústria em todo o país, greves como a da Volvo devem ser cercadas de solidariedade e serem encaradas pelas suas direções como oportunidades para servir de exemplo e estímulo às dezenas de milhares de operários que tem perdido seus postos de trabalho. Nesse quadro de crise no setor automobilístico, com governo e golpistas apoiando os ataques aos trabalhadores, as grandes centrais sindicais deveriam exigir nas ruas uma lei proibindo as demissões, em defesa dos postos de trabalho.

 
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