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PEDALADAS DO ALCKMIN
Alckmin “pedala” e dá calote no Metrô de SP
Daniel Bocalini

Em acordo firmado em outubro de 2015 entre o governo de São Paulo e a direção do Metrô, a gestão do PSDB assumiu que não irá pagar R$332,7 milhões devidos à empresa. Ao contrário do que diz Alckmin, o rombo nas contas do Metrô afeta diretamente a qualidade do transporte e as condições de trabalho dos metroviários. Segundo o economista Fernando Torres, do Valor Econômico, calote se assemelha muito com as pedaladas que motivam o processo de impeachment de Dilma no governo federal.

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Todo o valor arrecado com a venda de tarifas e o uso do Bilhete Único no sistema metroferroviário de São Paulo é repassado para uma “câmara de compensação” para logo depois ser redistribuído para as empresas que compõe o sistema. No entanto, desde 2011, quando começou a operar a privatizada linha 4-amarela, o Metrô não consegue receber todo o valor ao qual teria direito pelas compensações tarifárias (gratuidades, integrações e entradas diretas no sistema).

Isso acontece porque a gestão tucana de Alckmin prioriza os altos lucros dos donos da linha 4-amarela. Além de receber um valor por passageiro maior que o preço da passagem em São Paulo, hoje em R$3,80, a linha privada ainda recebe uma compensação adicional para garantir a demanda de 1 milhão de usuários por dia estabelecida em contrato, quando na verdade só transporta cerca de 700 mil usuários. Como se já não bastasse esses privilégios, a linha 4 ainda tem a prioridade na “câmara de compensação”, ou seja, é a primeira a receber a sua parte e o que sobrar é repassado ao Metrô. O problema é que desde 2011 o valor que sobra na câmara é menor do que a empresa estatal deveria receber, daí a origem do calote de R$ 332,7 milhões.

Em entrevista a rádio CBN, o economista Fernando Torres, do jornal Valor Econômico, explicou que a única diferença entre as pedaladas de Alckmin e Dilma é o fato do calote de Dilma ter sido dado em uma instituição financeira e o do tucano numa estatal, e, segundo o economista burguês, apenas o primeiro caso é previsto como irregular na Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, sabemos que do ponto de vista prático dos interesses dos trabalhadores ambas as manobras servem para cortar dos serviços públicos essenciais e garantir os lucros dos capitalistas, seja para garantir o pagamento dos juros da dívida, no caso de Dilma, ou os lucros sem riscos de concessionárias privadas do transporte, no caso da manobra tucana.

Algumas conclusões que podemos tirar dessas denúncias são, em primeiro lugar, a arbitrariedade do poder judiciário em processar e punir seletivamente de acordo com seus interesses próprios para beneficiar os grupos capitalistas que melhor lhes convém. Em segundo lugar, de quão nocivo e prejudicial é a privatização dos serviços públicos; e como a gestão destes serviços nas mãos de políticos corruptos e seus amigos empresários só pode levar a precarização e ao caos cotidiano para milhões de pessoas.

Nesse início de campanha salarial para os metroviários de São Paulo, é fundamental que construamos a aliança com a população para exigir o fim dos privilégios da linha 4-amarela e sua reestatização imediata sob controle dos trabalhadores e usuários. Apenas um transporte completamente público e controlado por quem trabalha e usa o sistema todos os dias pode garantir qualidade e expansão tão necessárias.

 
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