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PRECARIZAÇÃO DO METRÔ
Metrô de SP na toada do golpe
Daniel Bocalini

Muitas pessoas vêm acompanhado pelo Esquerda Diário as denúncias feitas contra a direção do Metrô de SP por favorecer as manifestações da direita “coxinha” liberando catracas e pagando horas extras aos funcionários do administrativo nos dias de atos (tratamento bem diferente de qualquer outro ato da esquerda). O que muitos não sabem é que a relação do Metrô de SP com o golpe institucional em curso também impacta cada vez mais as condições de trabalho dos metroviários.

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Na última quarta-feira, 27, o julgamento em segunda instância referente ao pedido de reintegração dos 32 metroviários que foram demitidos injustamente durante a greve de 2014 terminou com mais uma decisão que reconhece a ilegalidade das demissões. No entanto, graças à articulação entre a direção da empresa e a Justiça do Trabalho, a liminar que pede a imediata reintegração foi negada e permanece o ataque ao direito de greve e a organização sindical dos trabalhadores. Tal manobra jurídica, de declarar as demissões ilegais mas não conceder a imediata reintegração, sem dúvida nenhuma, se apoia na correlação de forças aberta pelo golpe institucional articulado por PMDB e PSDB, com o qual o judiciário se sente cada vez mais à vontade para fazer o que bem entender em favor dos seus corruptos preferidos.

Quanto mais se concretiza a farsa do impeachment e se avizinha um governo federal PMDB/PSDB, mas sentimos a direção da empresa intensificar os ataques contra toda a categoria e, consequentemente, contra a população que depende do transporte público.

A redução drástica do número de trabalhadores nas estações e na manutenção chegou a tal nível que a empresa realiza nesse momento alterações nas escalas de trabalho para adequá-las ao novo e enxuto quadro de funcionários. Outros dois ataques emblemáticos e sem precedentes foram o parcelamento da PLR (participação nos lucros e receita) e o recente atraso no pagamento dos salários do mês de Abril, fato inédito em 47 anos de existência do Metrô de SP.

Nessa mesma toada, foi publicado no diário oficial do estado nesta sexta-feira, 29, o edital de abertura de licitação para a aquisição de máquinas de venda de bilhetes. Tal medida visa possibilitar ainda mais a redução de trabalhadores nas estações e abre caminho para a já anunciada intensão de privatizar por completo a venda de bilhetes; o que deverá aumentar as filas e gerar ainda mais transtornos aos milhões de usuários.

Sabemos que todos esses ataques se ligam em geral a necessidade da burguesia em descarregar sobre os trabalhadores os prejuízos da crise. Mas, no que diz respeito aos transportes em particular, se ligam ao objetivo já anunciado de privatizar por completo o transporte público na região metropolitana de São Paulo. No ano passado, Alckmin anunciou e iniciou o processo de privatização da linha 5-Lilás do Metrô. Cerca de uma semana atrás, o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pellisioni, anunciou a privatização das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM. A tendência é de que conforme avance o golpe da direita e a entrada do PSDB no governo federal mais acelerado será também a intensão de privatizar o transporte.

Neste sentido, a luta contra o golpe institucional e a luta contra a retirada de direitos e privatização se entrelaçam de forma inseparável. Sabemos muito bem que o projeto de transporte do PT também passa pela precarização do trabalho e a privatização. Projeto esse que tende a se acelerar nas mãos da direita, alimentada durante anos pelo PT, que há anos governa São Paulo e que é responsável pelo caos atual do transporte.

A mesma justiça que hoje passou a enxergar apenas a corrupção do PT, mantêm os metroviários demitidos em 2014 afastados dos seus locais de trabalho mesmo após reconhecerem a ilegalidade das demissões por justa causa e abrem caminho para que os articuladores do trensalão, que desviou bilhões de reais, e os ladrões de merenda ascendam ao poder.

É urgente que os metroviários e os ferroviários de São Paulo se articulem com outras categorias e a juventude e sejam protagonistas da mobilização contra o impeachment da direita e também os ajustes dos governos, para que essa possa ser a base para conquistar a reintegração imediata dos demitidos da última greve e barrar a privatização.

 
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