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DESMONTE NA SAÚDE
Zago fecha Pronto Socorro Infantil do Hospital Universitario da USP
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

No último dia 20, o Pronto Socorro Infantil restringiu seu atendimento ao período das 7h às 19h. Após esse período, não serão abertas novas fichas e serão atendidos apenas casos de emergência.

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Foto: Tatiana Santiago/G1

Toda mãe sabe que é a noite que as crianças doentes pioram e precisam ir para o hospital. E mais uma vez Zago mostra seu total descaso com a vida das mulheres.

Desta vez impõe, através de sua política de desmonte do HU, o fechamento do Pronto Socorro Infantil restringindo o atendimento às crianças das 7h às 19h.
Essa medida extrema é fruto da política da gestão do reitor Zago, que desde 2014 aplicou um dos mais profundos desmontes da universidade pública. Zago suspendeu a contratação e implementou um Plano de Demissão Voluntária. No HU, saíram 213 trabalhadores no PDV e dezenas de outros, entre médicos, enfermeiros, anestesistas e administrativos, pediram demissão por causa das péssimas condições de trabalho.

Foram fechados leitos na UTI semi-intensiva, na UTI Pediátrica, na Maternidade, Clínicas Cirúrgica e Médica o que gerou um represamento de pacientes no Pronto Socorro. As macas se acumulam lado a lado, sem respeitar a distância mínima de segurança. Os trabalhadores da enfermagem não conseguem dar o atendimento com a atenção e cuidado que sempre caracterizou o hospital. Tampouco conseguem dar atenção aos alunos que nas residências. Nessa situação de estresse, os trabalhadores adoecem física e emocionalmente. Esta situação também coloca em risco a vida de pacientes que acabam sendo expostos a doenças infecto-contagiosas e erros nos procedimentos.

A crise do HU mergulha na crise da saúde no país, que se agrava com as políticas dos governos federal, municipal e estadual de corte de verbas, precarização e privatização acelerada. As unidades de atendimento primário da Zona Oeste, onde está o HU, passa pelo processo de troca da Organização Social de Saúde (OSS – entidade privada) que atualmente faz a gestão a Fundação Faculdade de Medicina, para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Isso está gerando demissões, mas também resistência. E a população usuária não tem pra onde correr, pois as OSS são a porta de entrada dos convênios privados, precarizando ainda mais o atendimento ao público, privilegiando quem pode pagar em detrimento da população cada vez mais carente de saúde pública de qualidade.

Enquanto isso, o diretor da Faculdade de Medicina da USP, Prof. José Otávio Costa Auler Junior, busca convencer os estudantes de medicina que a desvinculação do HU é a única solução possível e apresenta a gestão e contratação de funcionários pelas OSS como luz no fim do túnel.

O que nem Auler, nem Zago respondem é de onde virá o dinheiro para financiar o hospital. Para isso não tem mágica: é preciso mais verba para saúde e educação. É preciso se contrapor à resposta que estes senhores querem dar para a crise, pois a alternativa que eles nos apresentam é precarização das condições de trabalho, estudo e atendimento e privatização do sistema de saúde.

Os ataques à saúde na USP correspondem aos ataques feitos nacionalmente ao projeto de saúde pública, gratuita e universal garantida pelo Estado, que hoje conhecemos pelo SUS. Na linha de desses ataques estão os setores mais reacionários que se expressaram, reivindicando a ditadura militar e seus torturadores, na votação do impeachment. Cunha e o PMDB financiaram sua campanha eleitoral com dinheiro de planos privados. Dilma e o PT, que vieram abrindo espaço a esses setores, também abriu espaço à privatização pelas mãos imperialistas com a aprovação da Lei 13.097, em 2015, que permite a participação do capital estrangeiro no financiamento da saúde.

Para barrar o golpe institucional da direita e os ajustes dos governos é necessário construir uma forte mobilização contra o desmonte do HU e da USP que arranque a contratação imediata, mais verbas para a saúde e educação. Um plano de lutas que some a força dos trabalhadores, estudantes em aliança com a população. Por isso estamos convocando todos à comporem um bloco no 1º de maio para expressar essa política e as lutas em curso e que seja a preparação, na USP, de uma forte paralisação no dia 05 de maio começa pelo nosso local de trabalho e estudo.

 
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