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CLÁUSULA DEMOCRÁTICA - MERCOSUL
Mercosul vai rejeitar punição para o Brasil sugerido por Dilma.
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

Caso a Dilma cumpra o que declarou na ultima sexta-feira, em Nova York, após participar de uma reunião sobre clima, e invoque formalmente a cláusula democrática do Mercosul por causa do processo de impeachment que enfrenta no Congresso, teria seu pedido rejeitado.

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A estratégia do Palácio do Planalto não é reivindicar diretamente a suspensão ou uma moção de apoio a Dilma, mas sim que os venezuelanos tomem a frente nesta empreitada. A decisão a favor de uma eventual punição precisaria ser tomada por consenso. Um único membro contra acabaria com a possibilidade de uso da cláusula democrática que, se adotada, teria como consequência a suspensão do Brasil da união sul americana e até a exclusão do país de acordos de países na região.
Anteontem ocorreu uma reunião de chanceleres da União de Nações Sul Americanas em Quito, no Equador. O tema do impeachment não entrou na pauta, segundo uma graduada fonte da área diplomática. Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estará em Montevidéu, no Uruguai, para um encontro de ministros do Mercosul para celebrar os 25 anos do bloco. O assunto poderá ser tratado nos bastidores do encontro.
Em 2012, o governo Dilma foi o principal promotor, junto com a ex-presidente da argentina Cristina Kirchner, da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para suspender o Paraguai do bloco, por considerar inconstitucional e ilegal o impeachment do então presidente Fernando Lugo. O Paraguai culpa Dilma por uma retaliação que causou “graves problemas econômicos ao país” há quase quatro anos.
A mesma posição, por diferentes motivos, é sustentada pelo governo do presidente argentino, Mauricio Macri. A coalizão Frente Ampla, que governa o Uruguai desde 2005, esta dividida, mas até agora vem se impondo a posição contra a ativação da cláusula. O único país que defenderia uma punição ao Brasil, em caso de derrota de Dilma no Senado, seria a Venezuela.

O PT e Dilma, com sua postura conciliatória, vai abrindo espaço para o golpe institucional

Para enfrentar o golpe institucional o PT e a Dilma estão usando de diversas estratégias conciliatórias para tentar barrar o golpe institucional. Pedir ajuda para o Mercosul para barrar o golpe institucional demonstra total ilusão em instituições que, apesar de dizerem e escreverem em seu estatuto que defendem a “democracia” nos países da América latina, não cumprem o que escreve.
Se o Mercosul é incapaz de levar esta linha até o final, se dá pelo motivo de que os governos da América latina de um modo ou outro estão atrelados com os interesses do imperialismo. A prova mais viva disto é que com as eleições de Mauricio Macri, com o novo congresso conservador da Venezuela existe um giro da direita na superestrutura da América latina, na qual a tentativa de impeachment da Dilma faz parte deste processo.
Não podemos confiar nos governos destes países, pois pelo fato de estarem atrelados ao mesmo imperialismo que estão organizando os seus jogadores para impor o golpe institucional no Brasil. Na luta contra o golpe institucional e os ajustes do governo, é fundamental contar com o apoio dos trabalhadores e setores populares dos países vizinhos do Brasil, por isso que a iniciativa da FT (organização internacional que o MRT no Brasil faz parte) em fazer atos contra o impeachment no primeiro de maio nas embaixadas brasileiras é de extrema importância para esta luta.
Se hoje o PT costura seus acordos e atua dentro das instituições para tentar barrar o golpe institucional, é porque governou durante 13 anos para o mesmo imperialismo que hoje quer a sua cabeça. Para lutar contra o impeachment, os trabalhadores e os setores populares da sociedade tem que lutar de maneira independente e por isso é fundamental que a CUT organize a luta nas ruas.

 
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