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SOLIDARIEDADE À GREVE DA MECANO FABRIL
Estudantes da Letras USP apoiam os trabalhadores da Mecano Fabril
Barbara Tavares

Nesta terça-feira (12) representantes do Centro Acadêmico do curso de Letras (CAELL) levaram o apoio dos estudantes de Letras aos trabalhadores da Mecano Fabril em greve.

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No começo do ano os trabalhadores e trabalhadoras da Mecano Fabril, metalúrgica que produz autopeças para grandes montadoras localizada no centro de Osasco, protagonizaram uma greve de 22 dias exigindo o pagamento dos salários e benefícios atrasados. A patronal negociou o fim da greve com a proposta de pagar de forma parcelada o que devia a seus funcionários. Porém, neste mês voltou a atrasar os salários e não pagou integralmente a remuneração e nem as parcelas dos atrasados aos trabalhadores, que estão dispostos a lutar de novo por seus direitos e segunda-feira (11) iniciaram mais uma greve.

A assembleia que estava marcada para a manhã de hoje se iniciou após uma comissão se dirigir até o RH da empresa para negociar um acordo com a patronal. O acordo foi impossível, visto que a única e absurda proposta feita por parte da empresa foi a de parcelar novamente as parcelas que negociou há 2 meses atrás. Diante disso, os trabalhadores da fábrica votaram em assembléia a continuidade da greve e realizarão uma nova assembleia amanhã pela manhã.

A sua luta é nossa luta!

Entre os jovens, o desemprego já chega a 20%, nas universidades estão apenas 16% da juventude, e mesmo aqueles que tem a chance de cursar o nível superior têm dificuldade de se manter, dando fim às ilusões de que com o esforço individual seria possível que qualquer um fizesse ensino superior por meio de programas como Prouni, Reuni e FIES. Os que conseguem entrar na universidade não encontram condições de permanecer e mesmo os filhos das classes mais abastadas são confrontados com a precarização do ensino público e do trabalho. A necessidade de mobilização surge no horizonte não mais como uma defesa do outro, mas de si mesmo e de seu futuro. A juventude funciona hoje como caixa de ressonância da luta de classes, e lutar ao lado dos trabalhadores em d efesa de seus direitos e seus empregos faz parte também da luta dos estudantes. Os empregos da juventude também estão ameaçados, e defender esses trabalhadores hoje é defender as nossas condições de futuro.

Com a crise econômica, os patrões, para garantir a manutenção de seus lucros, cortam e atrasam o salário e demitem os trabalhadores. A juventude não consegue emprego. Quase 20% dos homens jovens estavam empregados na construção civil em 2015, setor que vem tendo muitas demissões nos últimos tempos. Na indústria, que emprega cerca de 10% dos jovens, sejam homens ou mulheres, também vemos um setor com muitas demissões, só em em São Paulo já são mais de 4 mil fábricas fechadas.

Se a luta se impõe como uma necessidade para a nossa geração, isso só pode ser feito deixando no passado a rotina à qual se adaptaram as entidades que nos representam. Existem outros estudantes em luta às centenas, aos milhares, cada um deles é uma força a mais para a nossa causa e nós para a deles. A luta é uma oportunidade de olharmos uns para os outros, enxergarmos nossas semelhanças, nossos objetivos comuns e fazer de cada braço, força e vida para que os trabalhadores possam defender o direito à sua e à nossa aposentadoria, salários dignos, direito a saúde, à educação. São os trabalhadores que tudo produzem, então é a eles que tudo pertence, não aos governos e seus patrões que nos roubam e pagam " especialistas" para fazer parecer certo nos roubarem e descarregarem a crise em nossas costas.

O projeto da gestão do CAELL 2016 é colocar a entidade em serviço das lutas que estão ocorrendo no momento. Os nossos problemas não são tão diferentes assim dos problemas dos demais explorados, nos organizar para fortalecer nossos iguais é também nos fortalecer.

Ao retornar ao curso de Letras, o CAELL está impulsionando uma campanha de solidariedade aos trabalhadores da Mecano Fabril, realizando uma campanha de fotos em apoio à greve e pelo pagamento de todos os salários e coletando um fundo de greve para que os trabalhadores em luta possam continuar resistindo.

Confira aqui abaixo o vídeo e as fotos tiradas em apoio à greve:

 
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