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NACIONAL
Debates na Fundação Santo André e EE Diadema: secundaristas mostram o caminho
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC

Ontem na Fundação Santo André aconteceu um debate sobre a situação nacional chamado pelos colegiados de Ciências Sociais e Geografia, um debate importantíssimo pois saímos de nossas aulas para discutir a luta de classes, uma aula sobre a situação nacional. Em meio ao turbilhão de acontecimentos diários na situação nacional é importante debater para onde vai nosso país.

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Mas esse debate não pode ser só acadêmico. Deve servir para pensar: nós como universitários, estudantes atacados pelos cortes da educação que em especial na FSA somos uma maioria de trabalhadores ou filhos de trabalhadores da região – ainda que a reitoria queira fechar as portas para nós – construímos a história hoje, no presente. Ela não é só aquela dos livros e os universitários ainda não acordaram para enxergar que podem sim encontrar uma alternativa para o país e não conhecem ainda o tamanho de sua força.

Também na última sexta feira no final de um simpósio de três dias, os alunos da escola E.E Diadema, organizaram o simpósio para fazer a mesma discussão, sobre a situação nacional. Mas como os secundaristas vem de um processo de luta e de vitória contra Alckmin e sua tentativa de fechar escolas através da “reestruturação”, seu nível de politização e noção de suas forças é maior, pois pensam o debate para refletir como o governo e o estado não defendem nossos interesses e é necessário lutar!

A democracia burguesa tem cara do PT e da direita!

É verdade que ao longo dos anos o PT, como gostam de falar os PTistas, “dialogou” com a classe trabalhadora e os setores oprimidos em especial os negros. Mas os Ptistas não aprofundam o debate a ponto de dizer que tipo de diálogo foi esse. Pois ainda que tenha colocado uma parte dos negros na universidade a maioria esmagadora ainda está fora, pois o vestibular é um filtro social e nem o PT e nem a direita querem mudar isso. O “diálogo” do PT com as mulheres negras da classe trabalhadora foi aumentar de 4 milhões para quase 13 milhões o número de trabalhadores terceirizados nos governo do PT (a enorme maioria sendo de mulheres), e Dilma não legalizou o aborto e seguiu o pacto com a igreja sem dar ao menos saúde de qualidade às mulheres negras, abriu vagas nas universidades dando dinheiro na mão de mega empresas do ramo da educação como Anhanguera e Kroton para que tivessem o seu maior alcance de lucro no governo do PT ao invés de criar vagas públicas (com o dinheiro que o governo dá às empresas para “financiar” a abertura de apenas uma vaga em uma universidade privada daria para manter 3 estudantes em universidades públicas) e assim não mudou nada estruturalmente do ponto de vista de melhoras objetivas à classe trabalhadora e à juventude.

Se por um lado é verdade que o PT ataca cada vez mais com os cortes a classe trabalhadora e a própria juventude que sofre com o desemprego, também é verdade que essa direita não pensaria duas vezes em cortar ainda mais e atacar os que lutam já que o próprio PT abriu espaço para direita em seu governo, sendo que recentemente deu a carta na mão da direita com a Lei antiterrorismo que os Ptistas ainda tem a falta de decência de dizer " que nem é tão ruim assim como querem nos fazer crer".

Essa constituição de 88 que os petistas hoje tanto invocam é a da impunidade aos militares da ditadura, da violência em massa contra a população negra, que garante com excelência e destreza em matar esse regime democrático, com 82 jovens mortos por dia no país, nas favelas, morros e periferias – e esse governo manda tropas pro Haiti pra exportar a violência.

Somos contra o impeachment não por defesa do PT ou dessa democracia degradada, mas por ser uma medida anti democrática que passa por cima de bilhões de votos e que quer com isso profundar os ataques a juventude negra e a classe trabalhadora que já sofre com trabalho precário e demissão.

E.E Diadema mostra que o caminho é de luta!

Baseado no processo de ocupações que Diadema começou, vários estudantes em Goiás e agora no Rio de Janeiro com cerca de 30 escolas ocupadas onde esses estudantes de maioria negros e das periferias dão um basta a política de ataques e querem abrir espaço para construir o seu futuro, mas não podemos esquecer dos trabalhadores, ainda mais em nossa região no grande ABC, já foram perdidos mais de 32 mil postos de trabalho só em 2015.

Essa juventude das ocupações e esse secundaristas mostram que quando a juventude se mobiliza ela pode mostrar ao conjunto da classe trabalhadora que é possível, preciso e urgente se organizar, tomar partido! Quando a juventude vai a rua e se organiza injeta ânimo na classe operária, e a luta dos secundas dá justamente esse ânimo pois derrotou o picolé de chuchu, o governador linha dura e assim fortalece os operários que fruto desse exemplo na Mabe e na Mabel os trabalhadores ocuparam, e assim também tomam em suas mãos seus destinos.

Os estudantes e a juventude estão mostrando que é possível organizar um plano de luta contra os ataques do PT e da direita. Agora imaginem a força social de jovens secundaristas, universitários e trabalhadores lutando por melhores condições de estudo e trabalho, por melhores salários e por uma vida digna? O que não estaria ao nosso alcance?

Essa juventude de luta que ocupa não só por uma questão de espaço ou “apenas” pela educação, mas ocupa porque toma consciência que pode tomar as rédeas de suas vidas, ser parte da historia e construir o futuro, livre de toda a exploração, construindo uma sociedade já com esses olhos de que o mundo pode ser diferente, sem LGBTfobia, sem racismo e com as mulheres à frente!

 
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