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NACIONAL
Renan Calheiros considera a possibilidade de eleições gerais
Fernando Pardal

Nesta terça-feira, dia 5, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) se somou ao PSB, PPS e Rede e afirmou publicamente ser favorável à proposta apresentada pelo Senador Valdir Raupp (PMDB- RO) de realizar eleições gerais antecipadas no país.

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Foto: Divulgação

A proposta foi feita pelo Senador do partido de Renan, pertencente à ala mais próxima do vice-presidente Michel Temer, no plenário do Senado nesta segunda-feira, dia 4. A ideia de Raupp seria que novas eleições presidenciais ocorressem simultaneamente às eleições para prefeitos e vereadores deste ano, e ele afirmou que seria uma solução alternativa ao processo de impeachment que está em tramitação no Congresso, nesse momento na comissão especial formada por 65 deputados.

Raupp não foi o primeiro a levantar a proposta de eleições antecipadas. Há algum tempo Marina Silva, futura candidata presidencial pelo REDE e indicada como favorita atual em todos os cenários eleitorais desenhados pelas pesquisas, tem apoiado a proposta de eleições antecipadas. Juntamente com ela, estão o PSB, partido pelo qual Marina concorreu nas últimas eleições após a morte de Eduardo Campos, e o PPS – um bloco de nove senadores desses três partidos se reuniu para discutir como levar adiante essa medida. Até mesmo Aécio Neves havia levantado há alguns meses essa possibilidade, ainda que hoje veja a proposta como "utópica" e uma distração em relação à linha do impeachment, que desde então passou a defender mais duramente. E ainda há uma parte da esquerda anti-governista que levanta a proposta de eleições gerais, com destaque para o PSTU e algumas correntes internas do PSOL, tais como o MES, corrente da última candidata presidencial do partido Luciana Genro.

O que há de novo é que setores de peso do PMDB estejam se pronunciando publicamente por essa saída “alternativa” ao impeachment, bem como o teor mais abrangente dado por Renan em sua fala, que está além da possibilidade de apenas eleições presidenciais. O que ele disse à imprensa foi: “Eu acho que se a política não arbitrar saídas para o Brasil, nós não podemos fechar nenhuma porta, deixar de discutir nenhuma alternativa, nem essa de eleição geral, nem a de fazer uma revisão no sistema de governo e até identificarmos o que há de melhor no parlamentarismo e no presidencialismo.” Ao ser questionado pelos repórteres sobre a declaração de Dilma, que afirmou sobre a proposta: “Eu acho que essa proposta, como várias outras, são propostas. Não rechaço nem aceito. É uma proposta. Convença a Câmara e o Senado a abrir mão dos seus mandatos. Aí você vem conversar comigo”, Renan respondeu: “Eleição geral é eleição para todo mundo, só é geral se for para todo mundo. É por isso que eu acho que nós não podemos descartá-la, nós temos que guardá-la como uma alternativa.”

Contudo, a ideia apresentada por Raupp em plenário da câmara era mais restrita, e tinha o contorno de uma mediação e uma “saída honrosa” para Dilma e o PT: “Não seria uma renúncia, não seria um impeachment, mas sim antecipar as eleições presidenciais, que aconteceriam agora em outubro próximo, concomitantemente às eleições municipais.”

Renan deixou clara a diferença entre as propostas, afirmando “Acho que antecipação de eleições presidenciais é outra coisa. A tese que está sendo defendida é uma tese mais ampla e pode significar uma resposta da política para o Brasil, que continua a demonstrar muita ansiedade.” Fica nítido que a preocupação da ala governista do PMDB está em tentar preservar algo da legitimidade de Dilma, mas a resposta a que alude Renan aponta para algo mais profundo: sabendo que a crise e o desgaste não são apenas do governo, mas também do regime e de toda a casta de políticos que vem sendo cada vez mais rechaçada pela população, o presidente do senado que sinalizar com uma suposta mudança mais profunda, mas que no fim não muda nada.

Em verdade, sua proposta se assemelha muito mais às palavras de ordem bastante adaptadas ao regime e ao sentimento pró-impeachment que parte da esquerda vem levantando, como o “Fora Todos” do PSTU combinado às eleições gerais. Como na defesa de Renan, é um “fora todos agora para que voltem todos em outubro”. Ou também a proposta de eleição geral defendida por Luciana Genro enquanto exalta a Polícia Federal pedindo por uma “lava jato até o final”, como se a resposta para a corrupção do regime e do capitalismo pudesse ser dada pelas mãos da polícia.

 
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