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CONSTITUINTE CIDADE DO MÉXICO
Uma campanha militante para tornar realidade Anticapitalistas para a Constituinte
Pablo Oprinari

No dia de hoje, apresentamos mais de 95 mil assinaturas, aprovando a plataforma de Sergio Moissen e Sulem Estrada. Uma intensa atividade militante, desempenharam centenas de pessoas coletando nas praças, escolas, faculdades e centros de trabalho, que tornou possível o objetivo, que antes parecia impossível, de ultrapassar as 73,5 mil assinaturas exigidas pelo Instituto Nacional Eleitoral.

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No sentido oposto dos métodos clientelistas de "independentes" como Ismael Figueroa (líder de Salamanca do sindicato dos bombeiros, próximo a Miguel Ángel Mancera), a plataforma impulsionada desde o Movimento dos Trabalhadores Socialistas e da Agrupação de Mulheres Pão e Rosas, realizou uma singular campanha militante. Dirigiu-se a dezenas de milhares de trabalhadores, estudantes, vizinhos de colônias e bairros, jovens e mulheres, a fim de pedir seu apoio e apresentar nossas propostas políticas.

Não podemos deixar de destacar as dezenas de equipes que percorreram todas as linhas do metrô e das quais há dezenas de testemunhos enfrentando a repressão e as células da polícia mancerista.

O lema da campanha "Que seja ouvida a voz dos trabalhadores, das mulheres e da juventude" foi recebido com simpatia por milhares na Cidade do México, que expressaram seu esgotamento e seu descontentamento com as políticas implementadas pelos governos federal e da cidade. Muitos se tornaram porta-vozes e pediram apoios entre seus vizinhos, companheiros de estudo e de trabalho.

Saímos às ruas e tornamos a busca da candidatura em uma enorme tribuna para falar com dezenas de milhares de explorados e oprimidos.

Fizemos o que a esquerda socialista deve fazer: expressar as aspirações daqueles que movem os recursos dessa cidade e sofrem dia-a-dia com a exploração, a miséria, a falta de oportunidades e a opressão por parte dos poderosos.

Continuamos pedindo assinaturas para ampliar a quantidade apresentada. Sabemos que as instituições que impedem a participação eleitoral das organizações operárias e de esquerda podem impedir a participação dos anticapitalistas na eleição.

Por isso chamamos a ficarem alertas, a fortalecerem a campanha nesses últimos dias e a protestarem contra qualquer cerceamento de nossos direitos políticos.

Uma grande oportunidade

O alcançado já é uma conquista. Fomos a única plataforma de esquerda anticapitalista que cumpriu os onerosos requisitos e saiu às ruas desafiando o governo de Miguel Àngel Mancera. O MTS se lançou a superar as restrições do regime político e a batalhar contra essa "democracia para ricos".
Se se confirma o registro da candidatura, estaremos diante de um fato não visto em muitos anos.

Haveremos quebrado a proscrição que desde há décadas impede a esquerda socialista e anticapitalista de participar das eleições, as quais são o terreno exclusivo para os candidatos dos partidos patronais, que, ainda que com um perfil mais opositor, não questionam a ordem capitalista existente. Essa candidatura não será uma conquista apenas do MTS, mas também para todos os trabalhadores, a juventude combativa e o povo, e será uma ferramenta a serviço de suas lutas, como as do magistério e das trabalhadoras do Instituto de Educação Média Superior (IEMS).

Por tudo isso, deveria ser apoiada por todas as organizações e personalidades que se reivindicam de esquerda.

Como socialistas que somos, participamos desse processo sabendo que as instituições são irreformáveis. Nossa participação eleitoral aponta para a difusão das demandas dos trabalhadores e do povo e para a luta por suas reivindicações, as quais apenas podem impor-se apoiadas na mobilização nas ruas.

Lutar para ampliar os direitos das maiorias sob uma perspectiva anticapitalista

Nesse primeiro mês, difundimos as propostas políticas que levaríamos na Constituinte.

Frente à cidade do “Pacto por México”, a serviço dos empresários e dos negócios imobiliários, queremos conquistas e ampliar os direitos das grandes maiorias operárias e populares.

Por isso defendemos que todo funcionário público seja revogável e ganhe o mesmo que uma professora, para começar a por fim aos políticos que enriquecem às custas do povo trabalhador e que governam para os patrões.
Na Assembleia Constituinte, proporemos garantir os direitos do povo trabalhador, começando pela proibição do trabalho precário e da terceirização - que exerce o governo do capitólio, por exemplo - e que se fixe um salário de acordo com a inflação e partindo de cobrir a cesta básica.

Também defenderemos que não há direito à educação sem garantir o acesso livre e irrestrito, e para isso necessitamos de impostos progressivos sobre as grandes fortunas e os magnatas que enriquecem na Cidade do México. Isso, como parte de lutar, a nível nacional, para ampliar esses recursos mediante o não pagamento da dívida externa. Esses são direitos chaves para a juventude, como o é o acesso livre e gratuito à cultura e ao lazer, e a trabalhar com plenos direitos trabalhistas e sindicais e igual remuneração que os mais velhos.

Frente à situação verdadeiramente catastrófica do transporte urbano e do impacto ambiental na Cidade do México, propomos privilegiar o desenvolvimento e a extensão de um transporte público moderno e acessível, gratuito para os trabalhadores e estudantes, planificado em função dos interesses das grandes maiorias e em equilíbrio com o meio ambiente.

E assim também sustentamos que não há "cidade dos direitos humanos" se não se garante o direito pleno à manifestação, o qual implica a abolição do artigo 362, do protocolo do controle de multidões e o desaparecimento do corpo de granadeiros.

Essas são algumas das medidas que propõem Sérgio Moissen e Sulem Estrada. Não falta quem nos diga que isso está por fora dessa Assembleia Constituinte. E não são apenas porta-vozes dos partidos do Pacto por México; são argumentos reproduzidos por representantes de Morena. Adaptam-se ao "possível" imposto por Mancera, Peña Nieto e o Congresso: uma Assembleia Constituinte limitada que não discuta os grandes problemas dos milhões que vivem e trabalham na Cidade do México.

Os partidos do Congresso, cujas plataformas estão repletas de "expressões de desejo" em prol dos direitos da população, querem evitar qualquer discussão que ponha em questão "seu" projeto de cidade. A fórmula Anticapitalistas para a Constituinte, por sua vez, apresenta suas propostas para lutar por uma cidade a serviço das grandes maiorias operárias e populares. Para garantir que isso esteja em discussão, é que desde que foi convocada essa Constituinte antidemocrática e concatenada, propusemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, com representantes a cada 10 mil habitantes e revogáveis, que se realize em torno aos problemas que afligem a população da cidade.

Convidamos a todos que nos acompanharam neste mês a impulsionar - a partir de obter registro - uma grande campanha militante para que se escute a voz e as necessidades dos trabalhadores, das mulheres e da juventude, e nesse caminho construir uma ferramenta política própria para lutar contra esse regime que serve aos empresários.

Tradução: Vitória Camargo

 
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