www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
OPINIÕES
Jornal Esquerda Diário: sua importância política no seu primeiro aniversário
Gonzalo Adrian Rojas
Ver online

Faz um ano fiz uma matéria para o então Jornal Palavra Operária sobre a importância política do Jornal Esquerda Diário no Brasil que também foi publicada no Jornal La Izquierda Diario de Argentina. Sendo que no dia 25 de março faz um ano da primeira edição do Jornal Esquerda Diário no Brasil, considero importante revisitar e reatualizar os argumentos com os que justificava a mencionada importância política.

Esquerda Diário é o primeiro diário digital da esquerda latino-americana, com edições além de Brasil, na Argentina, México, Chile e recentemente Uruguai e que tem também edições nos Estados Unidos, na França e no Estado Espanhol e na , Alemanha, o que significou no Brasil um importante esforço militante da Liga Estratégia Revolucionaria - Quarta Internacional (LER-QI) de Brasil, hoje Movimento Revolucionário dos Trabalhadores (MRT) integrante da Fracção Trotskista - Quarta Internacional (FT-QI), considero importante, o que nos permite sublinhar uma de suas virtudes ser um jornal internacionalista.

Lembrávamos que Marx no seus escritos da ideologia alemã, afirmava que as ideias de uma época são as ideias de sua classe dominante, assim como Antonio Gramsci, também destacava que o senso comum é ideologia dominante, por isso é tão importante e necessário um jornal que unifique do ponto de vista político à classe trabalhadora e a juventude, contra as ideias dominantes e reflita as lutas da classe trabalhadora e dos oprimidos da sociedade brasileira, tendo como tarefa a de se opor as leituras realizadas pelas diferentes frações da burguesia e ir além do impressionismo que aparece em muitas das análise de uma parte da intelectualidade que se considera crítica e numa última instância temem a luta de classes.

No marco da crise econômica que atravessa o Brasil, num contexto de fim de ciclo dos governos ditos “pós-neoliberais” e o giro à direita na superestrutura política da região, num pais continental isto se faz ainda mais necessário. Neste sentido é central poder contar com uma análise da conjuntura internacional e nacional do ponto de vista da classe trabalhadora e a juventude combativa.

No Brasil a polarização existente no momento do começo da publicação do jornal e as crises se aprofundaram no último ano e é preciso construir nesse marco uma alternativa independente dos trabalhadores que pense a conjuntura de forma cotidiana, mas que seja em termos estratégicos e que nos delimite politicamente permanentemente de forma clara tanto da oposição de direita que cresceu nos últimos meses e os ajustes dos governos Dilma-Lula. Deste ponto de vista o Jornal Esquerda Diário se transformou rapidamente num necessário instrumento de leitura da realidade que vai além da organização que o promove, mas sem a qual não poderia existir.

A riqueza do jornal tem relação em assumir uma posição independente dos dois blocos em que se divide a política burguesa no país, mas tentando apreender as especificidades dos fenômenos políticos, econômicos e sociais rejeitando o impressionismo, o oportunismo e as pressões de todo tipo que supõe um empreendimento destas características.

A abordagem de temas que não são pautados nem pela grande mídia burguesa e seus jornais nem pelo governo é uma característica do jornal. Isto num contexto que temos que sublinhar, o Partido dos Trabalhadores (PT), depois de 13 anos de governo, continua falando de forma recorrente de mídia golpista, uma acusação gravíssima, mas sem consequência política alguma.

A própria Carta Capital, que expressa quase a última fração burguesa em não abandonar o governo federal, sendo seu principal editor Mino Carta acusado pela oposição de direita de ser o editorialista de Lula a partir de escutas feitas públicas, afirma em matéria publicada no dia 29 de junho de 2015 e intitulada “Distribuição desigual. Publicidade federal: Globo recebeu R$ 6,2 bilhões dos governos Lula e Dilma” justamente que entre os jornais, O Globo foi o que mais recebeu verbas; revista Veja recebeu mais de R$ 700 milhões no período, se referindo a 12 anos de governo petista. O governo fala de mídia golpista, mas se limita a um recurso retórico impotente, já não toma medidas políticas concretas contra tão gravíssimas acusações depois de tanto tempo no governo.

Esquerda Diário se encontra há um ano desmistificando tanto o expressado pela mídia burguesa como os discursos e políticas dos governos e dos patrões, apresentando tudo desde uma perspectiva que valoriza as lutas de classes dando conta dos protestos e das lutas de forma sistemática tanto no Brasil como no mundo contribuindo para que os trabalhadores possam construir uma nova visão de mundo articulando com uma perspectiva de totalidade economia, política, sociedade e cultura.

No caso de Brasil a concentração da mídia patronal pauta não só a oposição de direita senão ao próprio governo também por isso é importante destacar a importância do Editorial dos Editoriais que os domingos nos apresenta Esquerda Diário. Para sublinhar essa relevância nos interessa nesta ocasião voltar a algumas ideias das ideias do revolucionário italiano Antonio Gramsci, que foi fundador do Partido Comunista Italiano (PCI) e quem partindo da análise marxista e nas trilhas do leninismo segundo nossa interpretação destacava a relação existente entre as classes e as frações de classes e partidos políticos. Gramsci, entendia que as construções dos mencionados partidos não são independentes dos interesses das classes ou frações de classes senão que representam estes interesses a través de mediações políticas. Pode acontecer que o estado maior intelectual dos partidos orgânicos em que está dividida a burguesia, algumas vezes apareçam como não pertencendo a nenhuma das frações em que estão divididos os partidos burgueses, mas atua como se fosse uma força dirigente como se estivesse por acima dos partidos. Tomando em consideração esta visão, mas sem sobredimensionar, um jornal ou um grupo de jornais ou uma revista ou um grupo de revistas poderiam ser considerados em algumas circunstâncias também frações de partido ou função de determinado partido. Neste sentido os meios de comunicação devem ser entendidos como empresas de comunicação que expressam as visões de mundo e posições políticas das diferentes frações de classes que intervém na luta ideológica tendo simultaneamente um papel relevante para garantir o consenso conservador.

Os editoriais das mídias patronais precisam ser analisados de forma crítica como é feito no Editorial de Editoriais, fazendo a leitura dos editoriais de jornais como a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo ou O Globo, observamos com clareza que além de seus posicionamentos sobre o impeachment e a conjuntura sem exceção defendem aprofundar o ajuste governe quem governe e dão a luta ideológica para garantir isso. Este consenso do ajuste é o que unifica a classe dominante, seus jornais e o governo e seus partidos, o que acaba colocando um limite a este na mobilização na medida que justa sua própria base social. Num cenário de idas e voltas, com escândalos de corrupção, fortalecimento de opções bonapartistas como o impeachment e mobilizações da oposição de direita e do governo com o aprofundamento das crises, os cenários sempre podem mudar de forma qualitativa.

Outra particularidade que podemos destacar do Jornal Esquerda Diário é que apresenta debates teóricos aprofundados sem cair no teoricismo nem no academicismo já que entende em sentido marxiano que é práxis o que muda as consciências. Em termos leninistas sem teoria revolucionária não temos práxis revolucionária, nesse sentido Esquerda Diário a partir de analises teóricos em termos estratégicos e de conjuntura está permanentemente preocupado por uma intervenção na luta de classes, tentando politizar as lutas, para superar as tendências corporativistas e em luta contra as direções burocráticas, tentando reconstruir uma visão de totalidade frente a aparente fragmentação cotidiana, sempre tentando unificar lutas parciais defendendo uma visão ofensiva do marxismo.

Já faz um ano que Esquerda Diário está no ar, tentei destacar alguns elementos que considero qualitativos de sua presença, seguramente teremos alguma matéria que realizem uma abordagem mais quantitativo, também relevante de sua chegada, que tenha relação com ingressos no site e distribuição geográfica num país continental como Brasil.

Na melhor tradição do movimento operário mundial socialista, revolucionário e internacionalista podemos levantar as taças camaradas e brindar por este ano.

Parabéns !!!: Saúde e Revolução Social !!!

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui