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DEBATE NA UFCG
Mesa-Debate sobre crise política no sindicato dos docentes na UFCG
Shimenny Wanderley
Campina Grande

Na terça-feira 22 de março, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (ADUFCG) sessão sindical da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES-SN) organizou um debate sobre a conjuntura que vive o país intitulado "Crise Política e Movimento Docente" no Auditório da entidade em Campina Grande (PB). Participaram o professor de Ciência Política nessa universidade Gonzalo A. Rojas pelo Jornal Esquerda Diário junto com o Professor Amauri Fragoso, tesoureiro da ANDES-SN e Nelson Júnior, presidente da Associação dos Docentes a Universidade Estadual de Paraíba (ADUEPB) e dirigente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

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O professor Gonzalo Rojas iniciou o debate contextualizando as articulações entre crises econômica e política que estão indicando um fim de ciclo dos governos ditos “pós-neoliberais” na América Latina e o giro a direita na região, que se manifesta de forma desigual em cada país, mas que fazem parte de uma tendência mais geral.

Nesse contexto realizou uma análise da conjuntura política no Brasil com seus cenários inconstantes e apresentou os desafios para os trabalhadores e a juventude no sentido de combater o impeachment e não apoiar os ajustes dos governos Lula-Dilma.

Argumentou que o bloco pró-impeachment integrado entre outros pela FIESP, o PMDB em geral e o de São Paulo em particular (base eleitoral de Michel Temer), a OAB, partidos como PSDB, PPS ou Solidariedade, assim como a fração de classe do agronegócios e a Igreja Universal do Reino de Deus, nada de bom poderia vir para os trabalhadores e a juventude. O que não significa que devemos apoiar os ajustes de um governo que adotou os métodos corruptos dos partidos tradicionais para administrar o capitalismo e que sua única possibilidade de sobrevivência, no caso que exista, depende de mostrar que pode realizar um ajuste muito profundo de forma rápida, como é com o “megapacote” de ataques aos servidores públicos federais divulgado na segunda-feira à noite, que não tem outro objetivo senão o de mostrar de forma urgente que ainda existe governabilidade no país.

Expressou ainda que os desafios do movimento docente é focar no plano de lutas aprovado no Congresso e na unidade com o espaço unidade de ação e a CSP-Conlutas, mas incorporando com clareza a mencionada luta contra o impeachment da oposição de direita e contra os ajustes, posição política que se diferencia do Fora Todos! defendido pelo PSTU ou a confiança na justiça igual para todos do PSOL. Tema que voltará a ser abordado no momento do debate.

Por sua vez Amauri Fragoso, focou sua intervenção no documento político elaborado pelo ANDES-SN sobre a conjuntura política e o papel da entidade na CSP-Conlutas e o Espaço de unidade de ação.

Por fim, Nelson Junior, depois de realizar a análise de conjuntura, defendeu a ideia, já formulada por Luciana Genro, que é necessário enfrentar a corrupção doa a quem doer, mas de fato sem questionar as regras do regime, como se a justiça no capitalismo pudesse ser neutra, independente e justa para tod@s.

Depois de um conjunto de intervenções do público numa nova rodada, Gonzalo desenvolveu mais detalhadamente quatro temas:

O primeiro explicando porque o MRT não participou das manifestações em defesa do governo realizadas na sexta-feira 18 de março, destacando a importância de manter a independência política dos patrões, dos governos e do Estado e questões programáticas em relação a uma defesa abstrata da democracia e uma ausência de crítica dos organizadores ao ajuste Dilma-Lula.

O segundo em resposta a uma questão que realizava uma comparação entre o golpe de 1964 e atualidade, que permitiu desenvolver uma crítica política a conciliação de classes e a política de Frente Popular do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que desarmou qualquer tipo de defesa autônoma dos trabalhadores frente ao golpe.
Os terceiro e quarto temas permitiram apresentar as diferenças do Esquerda Diário e o MRT com a política do Fora Todos do PSTU e com a confiança do PSOL nas instituições do Estado.

Estamos frente a uma situação política muito complexa e se faz necessário construir uma política independente por parte dos trabalhadores e a juventude, tanto da oposição de direita como do governo dos ajustes de Lula e Dilma. Neste sentido a posição do PSOL de confiar na Operação Lava Jato, a Polícia Federal e demais instituições do Estado não é uma saída, da mesma forma que a consigna do PSTU Fora Todos sem fazer de forma pública uma crítica explicita ao impeachment, a qual é uma instituição bonapartista, autoritária e antidemocrática e deixa nas mãos do governo a militantes honestos que querem lutar contra a ofensiva da direita que cobra forças.

Como saída política lutamos por impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que gere uma ruptura com as instituições do regime onde os juízes sejam eleitos por sufrágio universal, que imponha a revogabilidade de todos os mandatos pra que seja a população que decida a permanência ou não de um político caso este não cumpra o mando popular, e também que todos ganhem o salário de uma professora, para que não sejam os trabalhadores e a juventude os que paguem a conta da crise e sim os próprios capitalistas.

 
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