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MANIFESTAÇÃO DA DIREITA
“Junho” não esteve na Paulista no domingo
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As jornadas de junho de 2013 mudaram a conjuntura nacional e colocaram a juventude na linha de frente dos protestos. Desde então, e como ficou evidente na mobilização dos secundaristas de São Paulo no ano passado, mulheres, negros e LGBTs, em especial os mais jovens, tomaram a dianteira na luta por direitos sociais, como educação e transporte. Porém, tanto essas pautas quanto esses atores não estiveram presentes no ato pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff realizado no último domingo na Avenida Paulista.

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O protesto, convocado por vários grupos de direita, teve um perfil de manifestante bem distinto dos de junho de 2013. Entre os presentes, 77% tinham curso superior, enquanto a média na cidade de São Paulo é de apenas 28%. A renda também era superior: 50% ganham entre 5 e 20 salários mínimos, bem diferente das famílias dos secundaristas que ocuparam as escolas, os que ganham até 6 salários mínimos eram apenas 4%. Cerca de 40% tinham mais de 51 anos de idade, 33% tinham entre 36 e 50 anos, e menos de 10% tinham menos de 25 anos, sendo apenas 4% com menos de 20 anos. O ato foi composto majoritariamente por brancos: 77% do total. Quanto à ocupação profissional, 12% se declararam empresários, enquanto sabemos que a proporção destes senhores são é irrisória diante da população jovem e trabalhadora.

Em relação às demandas, viu-se de tudo: pedidos de impeachment, de renúncia da presidente, de continuidade da Operação Lava Jato, de retorno dos militares. Só o que não se viu foram as demandas dos trabalhadores e da juventude nos últimos meses, como a luta das mulheres, a luta para barrar a reorganização escolar e o desvio de merenda promovidos por Alckmin (PSDB), ou contra o ajuste fiscal, também promovido por Dilma e pelo PT, mas que não estava nas preocupações da marcha verde e amarela.

É preciso lutar contra os ajustes que o governo federal vem implementando impondo uma grande mobilização independente que também barre a ofensiva da direita. Os setores que compuseram o ato de domingo, como o MBL, não defendem as pautas dos trabalhadores e da juventude. Pelo contrário, defendem uma agenda neoliberal, e querem que ela seja implantada o mais rápido possível. Contra o impeachment defendido por esse setor reacionário, contra os ataques do PT e a impunidade, é preciso levantar um grande movimento nacional contra os ajustes e a impunidade que arranque uma Assembleia Constituinte imposta por sua força, que questione os privilégios dos políticos, que proíba a entrega do Pré-Sal e das empresas estatais para o capital imperialista, e que interrompa o pagamento da exorbitante dívida pública, que consome quase metade do orçamento federal, enquanto os governos usam a desculpa da crise para cortar da saúde e da educação, e para atrasar os salários dos servidores. Apenas uma constituinte com base numa política completamente independente dos dois bandos, imposta pelas mobilizações contra o ajuste fiscal, pode responder à polarização entre PT e a direita, e erguer um campo dos trabalhadores.

 
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