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MANIFESTAÇÃO DA DIREITA 13/3
7 motivos (entre vários) para rechaçar a manifestação da direita no dia 13/3
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy

O ato do dia 13/3 está sendo convocado por Cunha, Bolsonaro, PSDB e toda uma direita reacionária saudosa da ditadura, pela patronal exploradora da FIESP e disseminado pela Rede Globo como “uma marcha contra a corrupção”. Sete razões para rechaçar essas manifestações.

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1) O PT, ao assimilar todos os métodos corruptos do capitalismo para governar, ao implementar ajustes e privatizações de dar inveja aos tucanos e ao usar sua influência nos sindicatos para proteger Dilma e não para resistir aos ataques que ela implementa junto com a patronal, abre o caminho para que uma direita reacionária, Sérgio Moro e a Rede Globo cinicamente posem de “honestos”. Mas estes que convocam essas manifestações apenas querem substituir os esquemas de corrupção petista pelos próprios e promover ataques ainda mais duros que o PT está fazendo para que a crise seja paga pelos trabalhadores e a juventude. Basta ver os convocantes: Cunha, Bolsonaro, Marco Feliciano, uma direita abertamente racista, machista, homofóbica e anti-operária, junto a todos os tucanos conhecidos por atacar os trabalhadores como Aécio, Serra, Alckmin e FHC.

2) O ato tem apoio da principal federação capitalista do país, a FIESP.

Trata-se de um conglomerado das patronais mais exploradoras do país, que hoje despede, aumenta a jornada de trabalho, reduz os salários, precariza, querendo tirar nossas férias, nosso 13º salário e atacar todos os direitos trabalhistas com a colaboração silenciosa da CUT que não organiza nenhuma luta de resistência. Querem implementar ajustes, ataques e privatizações ainda mais duros do que já está fazendo o governo do PT.

Estão ligados por mil laços com a direita latinoamericana que na Venezuela, na Argentina com Mauricio Macri e na Bolívia, foi fortalecida pelos governos chamados “progressistas” ou “posneoliberais” e que buscam se apoiar em seu legado para atacar ainda mais os trabalhadores.

A FIESP tem ligações com a ditadura militar, em que os chefes da FIESP – como o empresário Boilesen, ativo colaborador do Departamento de Operações Internas (DOI) do II Exército – comandavam sessões de tortura contra trabalhadores, ativistas dos direitos humanos e setores da esquerda, e dirigiam campanhas de financiamento dos aparatos repressivos. Vários destes “atores” ainda estão na ativa dentro desta instituição patronal. Não acidentalmente, portanto, nesta marcha levantam a cabeça os defensores da volta da ditadura militar e que apoiam os destacamentos policiais especializados em matar negros e pobres nas favelas e periferias do país.

Paulo Skaf, chefe da FIESP, com Temer e Sarney

3) Os setores que convocam esta marcha querem o fortalecimento de batalhões especiais de extermínio dos negros como o BOPE e a ROTA. Se o PT foi responsável pelo aumento exponencial da população carcerária negra e pela violência policial contra os negros nas favelas, a direita representada pelo PSDB, DEM, PPS levanta um programa ainda repressivo e reacionário contra os negros. Capitanearam a política da redução da maioridade penal (que afeta toda a juventude, mas especialmente a juventude negra nas periferias) e a privatização dos presídios, para que o encarceramento da juventude negra seja um negócio lucrativo, como nos EUA. O PSDB tem como líder da sigla na Comissão de Direitos Humanos da Alesp o ex-comandante da ROTA, o racista Coronel Telhada do PSDB, da “bancada da bala”, depois de declarar que “a redução da maioridade devia ser para 14 anos” e se referir ao golpe militar como “revolução de 64”.

4) Nessa marcha estão os que querem entregar do Pré-Sal para a Shell, Chevron e outras gigantes imperialistas que já se declararam interessadas no negócio, com a colaboração ativa de Dilma e do PT. O senador tucano José Serra foi autor original do projeto que visava retirar a obrigatoriedade da Petrobrás ser a operadora das plataformas do pré-Sal e de que participe de pelo menos 30% de cada bloco licitado. Junto a Dilma, Serra conseguiu “desobrigar” a Petrobrás de participar na operação dos poços e administração das plataformas, abrindo caminho para a volta de normas de privatização semelhantes às que foram implementadas por FHC, conhecidas como “modelo de concessão”.

5) Os convocantes desta marcha consideram o juiz federal do Paraná, Sérgio Moro, um verdadeiro “herói nacional”. Moro teve sua formação profissional no Departamento de Estado norteamericano, tem vínculos com a oposição tucana e é casado com uma advogada da Shell, uma das principais beneficiárias da crise da Petrobrás e da política de entrega do pré-Sal. Outro convocante, Kim Kataguiri do Movimento Brasil Livre argumenta (assim como outros grupos de direita, como o Vem Pra Rua) que os “militantes de esquerda recebem dinheiro para ir em ato”. Como mostramos no Esquerda Diário, os organizadores do ato do dia 13 contratam trabalhadores – que inclusive não concordam com a política de impeachment desta direita – para convocar a manifestação. Os animadores da campanha #EsseImpeachmentÉMeu mostram assim que pagam gente no país inteiro para construir seu ato.

Eduardo Bolsonaro, Kim Kataguiri e Marco Feliciano

6) Moro e o Poder Judiciário representam uma casta cheia de privilégios e que não é votada por ninguém. Os métodos que hoje são empregados por Moro e o Poder Judiciário para resolver disputas entre os próprios interesses capitalistas, imperialistas e os partidos que os representam, amanhã serão utilizados contra o movimento operário e suas organizações, a juventude e o povo que lutar contra os ajustes, como foi na ditadura.

Sérgio Moro e sua esposa, Rosângela Wolff de Quadros Moro,
que trabalha para o PSDB e a petroleira Shell

7) Esta direita também impulsiona a política de impeachment, um mecanismo reacionário que está sendo levado adiante pelos setores mais conservadores do Congresso Nacional. Este mecanismo autoritário do Estado não ameaça nenhum dos privilégios financeiros dos políticos e juízes, além de impedir que a população acerte suas contas tendo o direito de revogar todos os mandatos que não cumprirem o programa com que foram votados, inclusive os da própria direita, tão enlameada na corrupção quanto o PT. Busca com isso evitar uma resposta pela esquerda que se baseie num movimento nacional contra os ajustes, as demissões e a impunidade do PT e da direita.

O Movimento Revolucionário de Trabalhadores, aqui no Brasil, rechaça a marcha do dia 13 e exige que a CUT e seus sindicatos rompam com sua política de subordinação ao PT e impulsionem um grande movimento nacional contra os ajustes e a impunidade.

Uma verdadeira mobilização independente pelas mãos das massas trabalhadoras e da juventude que imponha uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana que possa atacar as raízes da corrupção desta democracia para ricos, instituir a revogabilidade de todos os mandatos políticos com salários iguais a de uma professora e a eleição de todos os juízes pelo voto popular; assim como para que as amplas massas possam decidir como enfrentar todos os problemas estruturais do país e a subordinação ao imperialismo.

 
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