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Autoritarismo judiciário
Justiça autoritária do Equador processa presidente da CONAIE por protestos
Redação

Nesta segunda-feira, a justiça autoritária equatoriana entrou com um processo contra o Leonidas Iza, presidente da CONAIE. O processo visa responsabilizar o líder indígena por paralisar um serviço público durante os protestos contra o governo do banqueiro Lasso.

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Foto/AP

No último 14 de Junho Iza ja havia sido preso por 24 horas também em decorrência das manifestações da população equatoriana contra o alto custo de vida no país. Na recente acusação contra o líder indígena, o julgamento ficou marcado para o dia 9 de Agosto.

Um dos advogados de defesa afirma que o audiência levará alguns dias devido a quantidade de testemunhas e evidências. Iza foi detido, como citado anteriormente, por bloqueios de estradas e pode ser punido por até 3 anos de prisão.

Segundo as autoridades locais, cerca de dois mil aborígenes se reuniram em frente ao tribunal em forma de apoio ao presidente da CONAIE. "Senti realmente uma pressão fatal para que a justiça atue de forma tendenciosa", afirmou Iza.

No fim da semana passada, houve um encontro - mediado pela igreja - entre a CONAIE e o governo, em que se acordou um ’’Ato pela paz’’, no qual se suspendeu as manifestações mediante aceitação de algumas reinvindicações - houve uma redução de apenas 15 centavos no preço do combustível, a demanda nas ruas era de até 40 centavos.

Tais pontos do acordo já haviam sido assinados meses antes e nada mudou concretamente na vida das massas trabalhadoras e dos oprimidos enquanto a crise se agrava, prova disso é que nesta terça-feira Guilherme Lasso anunciou renúncia de três ministros, Simon Curva (Economia), Ximena Garzon (Saúde) e Marcelo Cabrera (Transporte).

É um exemplo valioso o que fizeram os indígenas, camponeses e a juventude universitária de Quito ao enfrentar bravamente a repressão do governo nas ruas. Infelizmente, as lideranças dos sindicatos e federações, inclusive Leónidas Iza, atuaram para desmobilizar as manifestações, até culminar no Ato pela paz, mediado pela igreja e com condições muito abaixo do que os manifestantes exigiam.

O processo que agora o governo emplaca contra Iza, entretanto, é um ataque gravíssimo a toda a população que se mobilizou nas ruas e aos direitos de manifestação, que escancara o papel autoritário do regime e do judiciário.

Para resolver as questões mais profundas que são sentidas pelas massas, como a questão agrária, precarização do trabalho, subemprego, saúde e educação, e também para lutar contra as medidas autoritárias do governo e contra a prisão de Iza, é preciso romper com a política de negociações e levantar uma política independente, dos trabalhadores, indígenas e camponeses, contra a política neoliberal subordinado ao FMI do governo de Guilherme Lasso.

Pode te interessar: Com mediação da Igreja, a Conaie suspendeu os protestos no Equador

 
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