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Chacina na Vila Cruzeiro
Inocentes: familiares de mortos da chacina da Penha desmascaram mentiras racistas da PM
Redação

Familiares sofrem com a perda e ainda tem a dor de ter que provar a inocência dos entes queridos.

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Familiares de vítimas da chacina ocorrida na Vila Cruzeiro, deixando 23 mortos no bairro da Penha no Rio de Janeiro, têm que lidar com uma dupla dor: a perda de entes queridos assassinados pela Polícia e, ainda, as fake news divulgadas pela polícia, por grupos de whatsapp bolsonaristas e pela própria imprensa sobre os mortos nesta chacina.

A Polícia Militar, junto à PF e a PRF, dizem que os mortos são criminosos, justificando a brutalidade e usando de cobertura o racismo propagado nas redes e na própria imprensa, racismo segundo o qual o povo pobre e os negros são culpados até que se prove o contrário aos olhos da imprensa e do judiciário.

Um dos mortos, Douglas Costa Inácio Donato, 23 anos, era ex militar da Marinha e deixou um filho de apenas 2 meses. "Se pudesse, eu daria a minha vida para que o meu filho pudesse estar aqui hoje. Ele era um filho de ouro" declarou Patrícia Costa, mãe de Douglas, durante o seu sepultamento. "Contei o sonho pra ele. Aí, ele riu e falou assim: ’eu sei me cuidar’. Espero que Deus me dê força. Porque sozinha, não consigo", desabafou Patrícia.

João Carlos Arruda Ferreira, de apenas 16 anos, outra vítima da ação policial, foi visto pela última vez em uma manifestação dos moradores justamente pedindo pelo cessar-fogo na operação policial. "Meu irmão morreu com facada, não foi de tiro. Tinha 16 anos, o rapaz estudava. Não era bandido. Mas todo mundo na comunidade é tratado como se fosse", declarou Washington Patrício Ferreira, de 29, moto taxista enquanto aguardava a liberação do corpo de João Carlos no IML. "É mais uma vítima dessa guerra sem fim. E nós estamos aqui pra enterrar mais um irmão", disse Vanessa Silva, tia de João Carlos

Ricardo José da Cruz, 27, era moto taxista e havia se mudado recentemente para a região, vindo de vigário Geral. Era casado e deixou 3 filhas pequenas. No twitter, o morador da Penha e ativista Rene Silva compartilhou um video no qual Ricardo está cantando enquanto trabalhava, no período em que foi ambulante na Av. Brasil:

"O moleque era bom, era trabalhador. Veio para a Penha porque queria ter uma vida melhor e olha o que aconteceu", lamentou o mototaxista Vitor Alves, 26, durante o enterro de Ricardo.

Está é 39a chacina do governo de Cláudio Castro, uma operação reacionária e assassina para atrair o voto conservador e liberar a sede de sangue das polícias do Rio de Janeiro. A política de guerra às drogas se revela novamente como uma guerra aos pobres e aos negros. Quem bota um fuzil que custa o valor de uma casa ou de um carro importado é gente muito rica que lucra com essa política de morte. E, na verdade, os maiores contrabandistas de armas são ligados diretamente às forças armadas e policias - não à toa, a maior apreensão de armas da história, 111 fuzis, foi feita no endereço de um morador do condomínio Vivendas da Barra, aonde se localiza também a casa de Jair Bolsonaro.

A política de criminalização das drogas e reforço do aparato policial proposta pelo bolsonarismo tem que acabar, mas não será através da eleição de Freixo, que tem priorizado justamente o diálogo com as forças policias e defendido um programa de investimento no aparato repressivo. Ao mesmo tempo, não será com uma frente ampla de Lula e Alckmin, grande representante da repressão, que tinha como mote "colocar a R.O.T.A. na rua" quando governou São Paulo.

 
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