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Racismo
84% dos trabalhadores resgatados de trabalho análogo à escravidão em 2022 são negros
Redação
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Os dados estão de acordo com as informações coletadas pela Auditoria Fiscal do Trabalho.

O perfil dos trabalhadores é predominante de nordestinos, recrutados em cidades pobres do interior do Maranhão, Piauí e Pernambuco, onde falta comida, trabalho, saúde e educação. Eles trabalham sem nenhum direito, em condições degradantes e extremamente precárias presos, sem EPIs, nem acesso a primeiros socorros, muito menos infraestrutura sanitária mínima, e são submetidos a alojamentos lotados e insalubres nos latifúndios de cana de açúcar para produção de combustível.

O auditor fiscal do trabalho, Humberto Monteiro Camasmie, afirma que esse é um problema generalizado, não acontecendo em uma usina ou outra: “Temos identificado que é um problema generalizado. O trabalho escravo na usina é um câncer em metástase”.

Essas indústrias usam a prerrogativa legal de terceirização irrestrita, escondendo as características de trabalho escravo. Usam contratos falsos com terceirizados, mas na prática operam os canaviais. "No fim, concluímos que a responsabilidade [pelo trabalho escravo] é das próprias usinas”, diz o auditor.

Essa indústria vem tendo alta na lucratividade, mas sabemos que isso não se converte em melhorias nas condições de trabalho, pelo contrário, só aumenta a ganância dos capitalistas. O plantio da cana tem tarefas sazonais e extremamente penosas, as quais os produtores não conseguem atrair mão de obra no volume necessário. Para seguir produzindo, os empresários recrutam esses trabalhadores negros e os empurra para a situação de escravidão moderna.

Tudo isso se agravou ainda mais a partir das políticas de ampliação da terceirização e da Reforma Trabalhista, ampliadas e aprovadas desde o governo Dilma-Temer, o que cresceu a níveis estrondosos com o reacionário governo Bolsonaro.

Bolsonaro e a extrema direita pretendem seguir explorando este cenário para que cada vez sejamos mais trabalhadores nesta situação. A chapa Lula-Alckmin já deixa claros os seus interesses de não alterar substancialmente esta situação.

Revogar integralmente a reforma trabalhista é um primeiro e imprescindível passo na luta contra essa precarização do trabalho, caminhando para questionar o conjunto do modelo de trabalho atual, que degrada, explora e humilha os trabalhadores.

[Com informações do Brasil de Fato.]

 
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