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Rio Grande do Norte
Racismo: deputado bolsonarista saúda legado escravista da burguesia em evento monarquista no RN
João Paulo de Lima
Estudante de Ciências Sociais - UFRN
Marina Estrela
Estudante de Letras da UFRN e militante da Faísca Revolucionária

O deputado bolsonarista Coronel Azevedo realizou, no dia 12 de maio, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, durante uma audiência pública, um evento chamado “O movimento pró-monarquia e o legado da Princesa Isabel, a Redentora".

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Essa atividade é mais uma expressão do reacionarismo nojento da direita e da extrema-direita no Brasil, defendendo um regime sangrento na história brasileira, marcado pela escravização e pelo genocídio de milhões de negros e indígenas. Estima-se que cerca de 4,8 milhões de africanos foram capturados e sequestrados de suas terras, com base na guerra contra os povos da África e vendidos como escravos no Brasil ao longo de mais de três séculos. Isso foi parte do processo chamado por Marx de “acumulação primitiva de capital”, que é a base para o sistema capitalista então vivido e para a precarização do trabalho hoje.

Veja mais: Mulher negra em situação análoga à escravidão por 72 anos é encontrada no Rio

Além disso, na última sexta-feira, o bolsonarista nojento General Girão, que participou da atividade e é deputado federal no RN, postou em seu instagram o vídeo de uma pessoa atirando em um livro chamado “Como implementar o comunismo”, falsamente atribuído a Marx e Engels, já que os dois revolucionários jamais escreveram um livro com esse título e jamais acharam que a “implementação” do comunismo fosse ensinada como uma receita de bolo. Na realidade, o vídeo demonstra o ódio reacionário do bolsonarismo contra os comunistas. Veja o vídeo:

A abolição da escravatura foi uma conquista proletária, fruto da auto-organização quilombola e grevista, símbolo da união entre os trabalhadores “livres” e escravizados, fundindo negros e brancos na universal luta de classes, que, então, adotou a abolição como objetivo central. A burguesia brasileira jamais abriu mão da sua ideologia racista trazida pelo colonialismo português. Atribuir a conquista da abolição à Princesa Isabel, legatária de uma instituição monárquica burguesa e opressora, é inaceitável. Tal atitude evidencia o caráter preconceituoso, elitista, ignorante e reacionário do deputado Coronel Azevedo, cuja postura reflete o projeto de desgoverno bolsonarista.

No último dia 12, às vésperas do 13 de Maio, Bolsonaro voltou a repetir a frase racista, já denunciada e condenada pela PGR, afirmando que os negros são pesados em arroba. Bolsonaro mais uma vez escancara seu caráter racista nojento, representante da burguesia herdeira direta da Casa Grande. Nesse mesmo dia, no Rio de Janeiro, a polícia civil derrubou o memorial dos 27 assassinados na chacina do Jacarezinho. Uma cena revoltante que nos enche de ódio também contra o bolsonarista Claudio Castro.

Vimos também uma escalada brusca da violência policial em vários estados, tendo como consequência o assassinato de centenas de jovens negros pelas balas da polícia racista, assim como o aumento das denúncias de injúria racial, além dos ataques a terreiros de candomblé e umbanda. Ou seja, uma guerra declarada contra a identidade negra e a cultura negra, ao mesmo tempo que ataca os direitos dos trabalhadores. O giro à direita nas relações raciais também tem como objetivo descarregar a crise, sobretudo, nos braços das negras e dos negros da classe trabalhadora.

O fim do regime escravagista no Brasil, como falamos, não foi uma concessão dada pela Princesa Isabel. A abolição foi arrancada pela luta negra que organizou incontáveis quilombos, fugas, revoltas, greves e assassinatos de senhores de engenho.

É nessa história revolucionária que nos inspiramos para lutar contra o governo racista do Bolsonaro, Mourão e dos militares, que ampliaram os ataques aos negros e negras, a maioria da classe trabalhadora.

Nossa revolta contra o racista escravista que é o bolsonarista Coronel Azevedo tem que nos dar gás para a luta pela revogação das reformas trabalhista e da terceirização irrestrita, por exemplo. É crucial também lutar contra toda a corja que nos ataca, desde Bolsonaro e Mourão até o Congresso, o STF, e os militares.

Não serão esses bolsonaristas nojentos a afrontar nossa luta pela libertação do povo negro! Nos inspiremos no Black Lives Matter para varrer para a lata de lixo da história esses racistas nojentos! Assim como na juventude dos EUA que protagoniza um processo histórico de sindicalização, sobretudo em empresas que super-exploram a juventude negra, latina e LGBT, como a Amazon e Starbucks, como ferramenta de luta contra a exploração, assim como toda forma de opressão.

Nesse sentido que a UNE, UEE-RN e Ubes-RN devem colocar os grêmios, CAs e DCEs que dirige no Rio Grande do Norte, mas também em todo país, a serviço de auto-organizar os estudantes em rechaço essa extrema-direita racista, misógina e escravista, a serviço de descarregar a crise sobre os setores mais oprimidos da classe trabalhadora.

 
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