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Assista "Por que me proponho a ser vice de Vera Lúcia na chapa presidencial do Polo Socialista Revolucionário": entrevista com Marcello Pablito

Perdeu a live de entrevista com Marcello Pablito? Assista "Por que me proponho a ser vice de Vera Lúcia na chapa presidencial do polo socialista revolucionário".

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Maíra Machado e Letícia Parks receberam Marcello Pablito para debater sobre a proposta dele de encampar como vice, a chapa Vera Lucia pelo Polo Socialista e Revolucionário.

Confira abaixo alguns dos trechos da fala de Marcello Pablito:

Bom, toda essa situação desesperadora que a nossa classe tá vivendo faz com que exista uma legítima vontade de tirar esse maldito desse Bolsonaro e essa extrema direita do poder, e por isso são muitos os setores que estão vendo como única alternativa tirar ele pela via eleitoral, e pra muita gente o caminho pra isso é o Lula. A primeira coisa é dizer que pra derrotar a extrema direita não dá pra contar como aliado o Geraldo Alckmin. Mas eu queria trazer o exemplo dos Estados Unidos pra nos ajudar a pensar o Brasil. Porque lá também faz mais de 1 ano, toda a discussão era que o objetivo era tirar o Trump do poder, e a realidade é que o evento que realmente fez o Trumpismo enfraquecer foi a enorme luta do Black lives matter. E o fato de ter saído das ruas, da luta ter sido conduzida a uma saída apenas eleitoral pelo Partido Democrata que faz com que hoje o Trumpismo retorne.
[...]

O Alckmin tem a mesma agenda econômica bolsonarista e é um repressor, gente, não tenhamos dúvida que uma chapa como essa não vai revogar a reforma trabalhista, o que o Lula está propondo agora é uma revisão que vai na verdade regulamentar a uberização do trabalho. O que não seria uma novidade pro PT, porque nos governos federais petistas, triplicou o trabalho terceirizado.

O que nós precisamos é confiar na força da classe trabalhadora, indo pra cima das burocracias sindicais pra exigir que saiam da paralisia e coloquem de pé um plano de luta pelas nossas demandas. Nessa eleição precisa ter voz a luta pela revogação de todas as reformas reacionárias que vieram com o golpe, pelo reajuste automático de salários mensalmente de acordo com o aumento do custo de vida com a inflação, a estatização da Petrobras sob gestão dos petroleiros e controle popular, pelo não pagamento da dívida pública que sangra nossas riquezas, enfim, um programa pra que sejam os capitalistas que paguem pela crise. Depois a gente vai falar mais sobre isso, mas já anuncio aqui que esses são os motivos que levam a que a gente esteja no Polo Socialista Revolucionário com várias outras organizações e ativistas como ferramenta tanto pra agrupar vanguarda e a esquerda socialista na luta de classes como nas eleições também, porque apesar de eu ter concentrado aqui pra falar do papel que pode ter uma alternativa eleitoral como essa, o terreno do combate à extrema direita é a luta de classes.
[...]

Respondendo sobre o que é e quem compõe o Polo Socialista e Revolucionário, Marcello Pablito responde:

O Polo Socialista Revolucionário, que é por onde nós do MRT vamos lançar as nossas candidaturas nessas eleições, é uma iniciativa de setores da esquerda socialista que justamente veem a necessidade de não ceder à esse projeto de conciliação de classes. O Polo reúne uma série de organizações socialistas, como o PSTU, outras diversas do PSOL, além de ativistas independentes e outros grupos. Nossa luta é justamente por um polo de independência de classe, que esteja organicamente vinculado à luta dos trabalhadores e dos setores oprimidos, essa é a batalha que damos no Polo Socialista e Revolucionário. Agrupar a vanguarda é importante no marco da crise do PSOL, que é um partido que está numa crise histórica porque está justamente abandonando qualquer rastro de política independente do PT e se aliando com Alckmin, além de terem feito uma Federação com a REDE da Marina Silva. Então tem setores aí do PSOL que justamente buscam se reunir também no Polo. O Polo Socialista e Revolucionário nessa eleição também vai ter seus candidatos. O Polo se apresenta defendendo a perspectiva revolucionária socialista, diferenciada também das organizações da tradição stalinista como o PCB e UP, que defendem outra concepção de socialismo, que são estados burocráticos e em vários momentos praticam a conciliação de classes. Nesse marco, o PSTU apresentou a pré-candidatura da Vera Lúcia e nós estamos disponibilizando meu nome para vice, para fortalecer o caráter de independência de classe da chapa e pra isso a gente se inspira bastante no exemplo que vem da Frente de Esquerda e do Trabalhadores da Argentina, a FIT-U.
[...]

Nós como MRT fazemos essa proposta apesar das diferenças que temos com os companheiros do PSTU em diversos temas. Foi conhecido pela esquerda uma série polêmicas nossas sobre a necessidade de lutar contra o golpe institucional, a Lava Jato e a prisão do Lula. Agora também estamos tendo um debate com diferenças sobre a Ucrânia. Temos uma visão diferente de como encarar a questão da polícia e outras questões. Mas nós achamos que os acordos que temos em pontos importantes permitiriam uma forte chapa de independência de classe com a Vera Lucia e o Pablito baseado em eixos de agitação comum.

Em suas considerações finais, Pablito agregou:

Para nós, que como socialistas hierarquizamos em primeiro lugar a luta de classes, as greves, os piquetes, as manifestações e cada uma das batalhas, isso não está em nenhuma contradição com assumir um desafio como esse de estarmos nos propondo a ser parte da chapa presidencial do Polo. Encaramos esse desafio como um terreno a mais dessa mesma batalha pela construção de uma alternativa revolucionária, socialista e de independência de classe nacionalmente.

***

Marcello Pablito é trabalhador da USP, participa da secretaria de negros e negras contra o Racismo do Sintusp, é dirigente do MRT e fundador do coletivo de negros Quilombo Vermelho. Organizou também junto com Letícia Parks, o livro "Revolução e o Negro", além de ser autor de mais dezenas de artigos sobre marxismo e a questão negra.

Assista à entrevista completa:

 
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