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ECONOMIA
Agência Moody’s rebaixa nota do Brasil
Márcio Barbio

Como já era esperado a agência de Moody’s rebaixou o grau de investimento, retirando o selo de “ bom pagador”, ou seja, categoria de grau de especulação, indicando que pode rebaixar ainda mais a nota. Mais uma pressão do imperialismo ao governo Dilma para maiores ajustes contra os trabalhadores.

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Segundo a Moody’s o rebaixamento se deu pelo “ambiente de baixo crescimento do PIB nos próximos três anos e pela deterioração das métricas de crédito”, e termina apontando que "a perspectiva negativa reflete a visão de que os riscos são de uma consolidação e uma recuperação ainda mais lentas, ou de que surjam mais choques, o que cria incertezas em relação à magnitude da deterioração do perfil de crédito do Brasil."

Das três grandes agências, Standard and Poor’s e Fitch, a Moody’s foi a última a retirar o grau de investimento seguindo as demais, entretanto, o rebaixamento já era mais que esperado, uma vez que desde 09 de dezembro do ano passado, essa mesma agência já havia colocado o país em revisão para baixo .

De imediato, tal rebaixamento não trará grandes conseqüências, uma vez como explicamos acima, a decisão já era mais que esperada. Muitos fundos estrangeiros de investimentos, por regras internas de segurança, só podem investir em tesouros de outros países caso esses possuam pelo menos notas de “bom pagador” em duas agências, o que já havia sido perdido pelo país.

Ou seja, diante do alerta e da dúvida, os investidores optam por "não pagar para ver".
Com menos investidores "interessados" no Brasil, o país pode perder dólares, o que acaba tendo reflexos na cotação da moeda.

Para o governo e as empresas, fica mais caro conseguir crédito, já que eles passam a ser vistos como "maus pagadores". Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco nacional Austin Rating, acredita, entretanto, que a decisão da Moody´s não deverá provocar turbulências no mercado, uma vez que a decisão já era aguardada. "Vai ficar mais difícil o Brasil receber grandes investimentos por parte dos fundos de pensão internacionais. Mas o mercado já precificou e já fez os ajustes em suas carteiras. Eu diria que vai passar desapercebido. Vai ser menos importante que o zika", diz.

Como consequências já visíveis da perda do selo de bom pagador ele cita a queda do volume de investimentos estrangeiros em ações, renda fixa e títulos públicos, como também do montante de investimentos estrangeiros diretos, que recuaram 22,5% em 2015.

Brasil não deve recuperar selo tão cedo

O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody’s.

Agora, com a perda do selo de bom pagador nas três agências, a perspectiva para uma reconquista do grau de investimento fica ainda mais distante. Historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o título.

“As perspectivas de melhora ficam ainda mais postergadas. O cenário é muito mais de um novo tropeço do que de uma melhora", avalia Agostini. "Uma melhora da nota do país fica só para depois de 2018, quando tivermos uma situação mais clara sobre o crescimento econômico, que ao que tudo indica não deverá ocorrer antes de 2017", completa.

Pressão por ajustes

O movimento das agências de risco de rebaixamento das notas de crédito do Brasil deve ser interpretado como uma pressão políticos dos grandes bancos internacionais por maiores ajustes na economia.

Ou seja, é um mecanismo de pressão imperialista por "reformas estruturais" ou "agenda Brasil" tais como privatizações (como o PL555), reforma da previdência (aumento da idade mínima para aposentadoria), cortes na educação, flexibilização das leis trabalhistas e ainda, a aprovação do PL 131 que entrega do Pré-sal para as mãos das petroleiras imperialistas como a Shell e a Exxon. Não por acaso, o anúncio do rebaixamento da nota do Brasil e da Petrobras foi dado no mesmo dia da votação do PL de Dilma, Renan e Serra.

 
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