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HIGILIMP
Governo, patronal e burocracia sindical contra as trabalhadoras da Higilimp
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.
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Nesse carnaval, as trabalhadoras da Higilimp protagonizaram uma luta dura pelos seus salários e empregos, enfrentando patronal, governo, e a burocracia do próprio sindicato (SIEMACO). A empresa de limpeza, com contratos com instituições do Estado e Município (como USP e Metro, entre outras), sumiu e deixou mais de 3 mil trabalhadoras sem pagamento, com atrasos de até 3 meses.

Siemaco: junto a Alckmin, Capez - o “ladrão das merendas” - e Higilimp

O SIEMACO é filiado à UGT, Central Sindical que na greve dos garis no Rio de Janeiro em 2014 ameaçava os trabalhadores em luta, e negociava a portas fechadas com a patronal para encerrar a greve, já agrediu trabalhadoras em greve da sua base na USP, e apoiou o PSDB nas eleições. Na Higilimp nunca foi diferente.

Quando viram que não seria mais possível enrolar as trabalhadoras, que já estavam de braços cruzados, tiveram que obedecer. O conflito tomou grandes proporções, durante 3 dias o editorial do SPTV repercutiu a sujeira no Metrô, as declarações absurdas do Presidente da companhia e de Alckmin, dizendo que “não sabiam o porquê disso estar acontecendo”, e até imagens da luta das trabalhadoras, com o âncora do jornal defendendo que “elas deveriam ser pagas”. O Metrô que, sabendo da provável falência, renovou o contrato com a empresa, teve que rescindi-lo e garantir que a nova empresa assumisse a contratação das funcionárias. Entretanto, os atrasados da imensa maioria ainda não foram pagos, e o Siemaco usou a recontratação como pretexto para encerrar a mobilização, dizendo que a única alternativa seria entrar com ações na justiça e que as trabalhadoras que continuassem em luta não seriam recontratadas. Tudo isso acordado também com os representantes do Governo e com o presidente da ALESP Fernando Capez

SINTUSP: Um novo tipo de sindicalismo que faz a diferença na luta de classes!

O único lugar em que a linha do SIEMACO não se efetivou foi justamente na USP, e não foi a toa. Lá a luta das trabalhadoras se cruzou com o sindicalismo combativo e classista do Sindicato dos Trabalhadores da USP (do qual o MRT se orgulha de ser parte), que historicamente impulsiona a luta das terceirizadas e defende sua efetivação sem necessidade de prestar concurso público, e com uma ala pró-operária do movimento estudantil, de Centros Acadêmicos como da Letras e da Pedagogia.

O SINTUSP incentivou que as trabalhadoras formassem sua própria comissão de negociação, e apoiou um piquete na Reitoria. Quando a burocracia do SIEMACO quis tirar o SINTUSP da mesa de negociação, as trabalhadoras recusaram. E com a luta arrancaram o pagamento dos salários da reitoria e a recomendação de contratação pela nova empresa.

O Sindicato dos Metroviários que estava na mobilização desde o seu início sofre agora um brutal ataque da empresa que hoje soltou uma carta aos funcionários repudiando sua atitude, mostrando o medo dos metroviários se unificarem com os trabalhadores terceirizados. Isso reforça que inclusive onde a esquerda que se reivindica classista atua, a pressão do sindicalismo oficial é muito forte. O sindicato dos metroviários, mesmo com todo seu apoio à mobilização, não foi capaz de ser alternativa à burocracia sindical do SIEMACO e impor que o Metrô arcasse com o pagamento dos atrasados. E a razão disso, é que não se trata somente de uma intervenção pontual num conflito, mas sim de criar uma tradição de defesa dos trabalhadores terceirizados e responder ao problema da unificação das fileiras operárias, com o programa da efetivação sem concurso público, que nem mesmo a CSP-Conlutas, dirigida majoritariamente pelo PSTU, defende.

 
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