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Transportes em SP
Em mais um ataque à população, Doria diminui o tempo de transferência gratuita entre Metrô e CPTM
Filipe Amorim - operador de trem do metrô de SP

O governo do Estado de São Paulo publicou hoje uma nova resolução que diminui em 4 horas o tempo de transferência gratuita entre o Metrô e a CPTM em São Paulo. Em nome da “relevância da redução de custos” Doria segue o ritmo de ataques ao direito da população em acessar o transporte público.

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Foto: Ricardo Guimarães

O governo do Estado de São Paulo publicou a resolução nº 052 da STM (Secretaria de transportes metropolitanos) que corta 4 horas do período de transferência gratuita entre o metrô e a CPTM nas estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera. Aprovada na surdina em pleno sábado dia 30, a resolução estabelece os seguintes períodos para a transferência gratuita:

– De segunda a sexta, dias úteis, das 11h às 15h e após 21h até o término da operação comercial;
– sábado a partir das 15h até o término da operação comercial em Corinthians-Itaquera e a partir das 10h da manhã no Tatuapé;
– domingos e feriados a integração sem cobrança é aberta durante todo o dia.

O ataque que resultará em 4 horas a menos de gratuidade nos dias úteis que vão impactar o bolso da população que utiliza da transferência gratuita para se locomover nesses horários. Um dos argumentos que baseiam a medida é “a relevância da redução dos custos de transferência para os usuários do Sistema Metroferroviário”. Ou seja, o Estado pretende reduzir custos obrigando a população a pagar do seu bolso a tão desejada “desonração”.

Além disso, o governo do estado aponta na resolução uma consideração bastante segregadora: “Considerando o contingente populacional expressivo da Zona Leste de São Paulo que utiliza os serviços de transporte coletivo de passageiros”, ou seja, para solucionar a “expressiva” demanda por transporte que têm a população da Zona Leste de São Paulo, Doria restringe ainda mais o direito dessa população de se locomover pela cidade. Ou quando o governo escreve “contingente populacional expressivo”, estaria ele pensando em cada mísero centavo que às vezes faz peso no bolso de cada trabalhador?

De acordo com o plano estratégico do governo Doria de privatizar o metrô e a CPTM, e com a venda fatiada por linhas que vem ocorrendo há anos no Estado, que em abril de 2021 concedeu as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda ao consórcio ViaMobilidade, formado pela CCR e Grupo Ruas, por 30 anos, e mantém estudos para a concessão também das linhas 11, 12 e 13. Dessa forma, atacar o direito à transferência gratuita entre os diferentes modais de transporte é uma forma de preparar as linhas para a venda sem o inconveniente que seria para as empresas controladoras terem que lidar com a concessão de gratuidades no transporte.

Ao mesmo tempo, Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo e aliado de Doria vem ameaçando desde dezembro aumentar as passagens dos ônibus municipais, ameaça que foi corroborada pelo próprio governador do Estado que lançou a hipótese de aumento dos transportes estaduais ainda esse ano.

Esses ataques ao direito ao transporte da população, que sente na pele cada vez mais a inviabilidade de pagar para se locomover, é parte dos planos privatizadores de Doria e Nunes que buscam garantir antes de tudo os interesses das patronais privadas que querem abocanhar as linhas de metrô e trens e aquelas que hoje dominam as empresas de ônibus e exigem lucro fácil e garantido vindo dos cofres públicos.

Somente no Estado de São Paulo,7 cidades já anunciaram ou diretamente implementaram ajustes nas tarifas dos ônibus municipais e a medida é seguida por diversas outras prefeituras pelo país que para garantir os lucros dos empresários dos transportes tem jogado o custo para os trabalhadores. São ataques nacionais que são aplicados aproveitando um momento de volta à normalização das atividades econômicas e que terá impacto nacional e que deve ser respondido com mobilização pelo conjunto dos sindicatos e centrais sindicais assim como pelas entidades estudantis e juvenis.

Nesse sentido as principais centrais sindicais, CUT/PT e CTB/PCdoB e a UNE, dirigida também pelo PCdoB que organiza minhare de estudantes nacionalmente, precisam romper com o imobilismo em suas bases e com a trégua institucional com os governos para organizar trabalhadores e estudantes pela base de maneira unificada para barrar esses ataques ao direito de mobilidade da população.

 
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