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TRIBUNA ABERTA
Uma estratégia para vencer Fortunati e a máfia dos transportes
Daniel Dias, Porto Alegre
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Bloco de Lutas com ato de lançamento no centro de Porto Alegre abre alas para barrar o aumento da passagem de ônibus anunciado para R$ 3,80! Por uma campanha de mobilização de massas para responder ao aumento mais abusivo da história!

R$ 0,55 de uma só vez!

O aumento da passagem estimada para este ano, que será implementada conjuntamente com 293 ônibus novos, é de R$ 3,80. Registrando um aumento abusivo, no limite do absurdo. Intolerável, mas a Prefeitura justifica com a renovação da frota. Porém a verdade é que não atenderá as necessidades da população, de aumentar a mobilidade através do aumento absoluto da frota, por exemplo, ao contrário vai dificultar ainda mais o acesso a cidade aos estudantes, índios, quilombolas e desempregados.

A manutenção das empresas ilícitas, com a licitação laranja do ano passado, combinado com este aumento absurdo deixa explícito, não só a ligação entre a Prefeitura de Fortunati e as empresas do transporte que financiaram suas últimas campanhas, como também que desconsideram toda a luta da juventude e mobilização dos rodoviários nos últimos anos dispostos a jogar a crise econômica nas costas da população pobre da cidade.

Fazem um jogo de ilusionismo pintando os ônibus com as cores dos times de futebol da cidade e na falsa propaganda da instalação de Ar Condicionado, que não chegará a 25% de climatizados atendendo principalmente os bairros elitizados da cidade. Nada justifica esse aumento, nem a RBS fazendo coro com a EPTC, a cidade que eles querem inviabiliza o direito de ir e vir aos moradores das periferias de maioria negra, pobre e com trabalho precário.

Ato do dia 16/02 ganha apoio nas ruas e promete ser maior semana que vem

O Bloco de Lutas Pelo Transporte Público ressurgiu mais uma vez. Com a responsabilidade de enfrentar um aumento sem precedentes sua composição principalmente de jovens estudantes coloca nas ruas em torno de 400 lutadores que farão repercutir essa luta justa pela cidade e pelas escolas e universidades.

Assim como em abril de 2013, quando barramos o aumento de R$0,20, barraremos o aumento deste ano. No momento em que tudo fica mais caro, que a inflação subtrai a comida, a saúde e as condições de vida em geral, a impaciência com a economia capitalista e a politicagem brasileira, um sentimento de descontentamento crescente entre os trabalhadores e jovens, pode desencadear uma reação explosiva contra os ataques econômicos se duas coisas mais se combinarem: uma faísca, a juventude, que tem o poder de incendiar de ânimo todos os explorados e oprimidos; e, a nossa mobilização estratégica, a organização certa de nossa luta para mobilizar todos que estão ameaçados com mais este abuso da Prefeitura e da velha e conhecida máfia dos transportes que lucra à custa do povo e da super-exploração dos rodoviários.

Muitos de nós estamos no movimento estudantil e social, em DAs, grêmios e coletivos, temos a experiência com toda a podre sociedade capitalista e ansiamos por mudanças duradouras em nossas condições de vida. A luta que fizemos que culminou no junho de 2013 segue viva no resgate do Bloco de Lutas que recolocamos na rua agora com esse primeiro ato. Para repetirmos a vitória de Abril daquele ano, e quiçá a unidade nacional contra grandes problemas do país como saúde e educação que andam cada vez mais precários e privatizados, temos em nossas mãos mais uma vez a pauta do transporte que ao mesmo tempo que atinge nossas bases diretamente pode dar o fruto da nossa unificação respaldando outras lutas à se organizar no conjunto da cidade.

O primeiro passo foi dado, rearticulamos o bloco e o colocamos nas ruas, precisamos pensar agora qual vai ser o nosso plano para levar até a vitória esse combate.

A solidariedade de classe nacional

Nosso Bloco de Lutas precisa se apropriar das lutas nos outros estados, para planejar atos concretos de apoio para a luta avançar e se defender da criminalização dos movimentos praticado pelo Estado.

Em Goiás a Polícia prendeu 31 manifestantes, 18 deles secundaristas, porque ocupavam a Secretaria da Educação contra a privatização via “organizações sociais” que Marconi (PSDB) tenta aplicar lá. Em São Paulo depois de sucessivos protestos contra o aumento das passagens lá reprimidos com a violência gratuita da PM mais assassina do mundo, que agora Alckmin (PSDB) decreta sigilo dos dados oficiais, vimos refluir o movimento inevitavelmente.

A solidariedade de classe, resumidamente, significa que agimos politicamente no campo da classe trabalhadora, dos explorados e oprimidos da sociedade, para aumentar suas forças contra o Estado que reprime e lhe tira direitos em beneficio dos patrões. Esta consciência de classe para nós é lógico, se lutamos por um transporte público de qualidade então a conseqüência é de fato exigir sua estatização, porque só assim podemos conseguir o passe-livre e a qualidade do transporte, mas com o critério do controle operário e popular para que não fique a mercê das burocracias do estado. O nosso apoio para as lutas dos rodoviários deve ser, neste sentido, constante.

Essa solidariedade significa apoio mútuo, isto é, também preparação compartilhada para a luta. Muitas organizações citam as lutas nos outros estados, mas parece que não podem fazer relações concretas que sirvam de lições para nós a não ser a repetida fala de “seguir o exemplo e ocupar as ruas com mobilizações”, que sabemos muito bem da sua importância, mas que sem uma alternativa real de organização tende sempre a retroceder. E aqui, então, inicio o debate estratégico essencial deste artigo.

Um salto de organização para Bloco: um salto de ação para luta

O Bloco de Lutas tem se organizado historicamente a partir de assembleias e comitês delegadas a organizarem coisas específicas, como a comunicação e a defesa dos perseguidos por lutar. Essa organicidade funcional do bloco não pode ser perdida, mas precisa evoluir. O exemplo dos secundaristas de São Paulo que ocuparam mais de 200 escolas contra o fechamento de 96 nos dá uma importante lição de organização que garantiu a vitória do movimento obrigando o Alckmin a recuar como até então não o tinha feito em seu mandato de governador nem mesmo quando os professores ficaram quase três meses de greve.

Os estudantes foram capazes de resistir porque ao ocuparem as escolas estavam constantemente presentes na luta, no local de estudo dos sujeitos que ali tomavam o protagonismo, na estrutura onde a vida dos estudantes acontece. O que acredito que avançaria a luta do Bloco de Lutas seria a força social das estruturas onde a vida dos trabalhadores, dos jovens periféricos e desempregados acontece, estarem mobilizadas nessa organicidade das nossas assembleias potencializaria as ações das massas nessa luta.

Uma vez em que um estudante, professor ou desempregado que não tem nem como sair do bairro onde mora, se coloca a participar de uma assembleia convocada aonde vive, porque sente a necessidade concreta, e toma em suas mãos o poder de decidir os rumos da luta se faz naquele mesmo instante um novo agente de transformação da sociedade.

Para ele teremos um programa a oferecer, a luta pelo Passe-Livre para estudantes, desempregados, índios e quilombolas, assim como a estatização do transporte público para efetivá-lo de fato com qualidade. Mas sendo este programa o início de uma luta que não tem um fim em si mesmo, progrediremos juntos a cada necessidade, pois se haverá greve dos professores estaduais que ainda nem receberam o 13º salário inteiro então os apoiaremos porque a luta pela educação pública e de qualidade passa por aqui!

Com assembleias gerais do bloco no centro mais assembleias por locais de estudo, trabalho e moradia, iniciando pelas escolas e bairros da periferia logo da volta às aulas, podemos fazer grandes atos massivos no centro e até fechar diversos pontos da cidade ao mesmo tempo. Fazer a voz do povo ecoar só tem uma exigência, que nós coloquemos o poder do Bloco em suas mãos.

Precisamos discutir em nossas assembleias essa organicidade, este salto fortalecerá a nossa ação apesar das grandes mídias e contra mais este ataque capitalista.

Mas este plano de organização contesta as organizações que não querem levar a luta adiante, seja por motivos eleitorais ou de acomodação as suas rotinas, espero que os arrastemos como fizemos para rearticular o Bloco de Lutas onde visivelmente alguns grupos partidários oscilaram e até tentaram manobrar a votação para que não acontecesse tal decisão na Plenária convocada pelo DCE da UFRGS.

Não repitamos o passado quando ele não vence se queremos um novo futuro!

Passe-livre, já!

Estatização do transporte sob controle dos rodoviários e usuários!

Assembleias gerais no centro e assembleias por locais de estudo, trabalho e moradia!

Por um movimento sem burocracias!

 
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