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Política Pernambucana
Movimento Levanta Pernambuco, a nova tentativa da direita tradicional pernambucana
Gabriel Girão

Nesse artigo discutiremos um pouco sobre essa iniciativa da direita tradicional pernambucana.

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No dia 28 de outubro, era lançado em Recife o Movimento Levanta Pernambuco. Se trata de uma iniciativa da direita local de tentar emplacar um nome para 2022. As principais lideranças à frente dessa iniciativa reacionário é são a prefeitura de Caruaru Raquel Lyra, do PSDB, e o prefeito de Jaboatão Anderson Ferreira, do PL, que até então eram pré candidatos ao governo estadual.

A direita tradicional no estado enfrenta grandes dificuldades. Por um lado, tem de enfrentar a hegemonia do PSB, com chances desse sair em aliança com o PT. Por outro lado, está bem fragmentada. Além disso, tem de se enfrentar com a extrema direita mais bolsonarista, como por exemplo Clarissa Tércio. Nas últimas eleições da prefeitura da capital, tiveram um resultado ruim, com Mendonça Filho ficando apenas em 3º, atrás de João Campos e Marília Arraes.

Nesse sentido, a iniciativa nada tem a ver com um projeto de “desprendimento” de vaidades. Se trata de uma questão estrutural da direita no Estado que desde a eleição de Eduardo Campos em 2006 não conseguem emplacar nomes para o governo nem para a prefeitura do Recife.

Não à toa, a articulação tem focado suas primeiras ações no Agreste e no Sertão, como o debate realizado ontem em Salgueiro.

Além dos nomes já citados acima, também participam da iniciativa figuras como Daniel Coelho do Cidadania (que não é do clã Coelho de Petrolina) do ex-presidente da FIEPE e da CNI Armando Monteiro (PSDB) - e também neto de Agamenon Magalhães - e Priscila Krause, filha do ex-governador Gustavo Krause. Essa última está de saída do DEM para o PSC.

Por outro lado, a iniciativa ainda conta com uma importante limitação, que é Miguel Coelho. O representante dessa oligarquia que comanda Petrolina de forma coronelista há anos e filho do líder de Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho, está em sua pré-campanha ao governo. Em meados de novembro, Raquel convidou Miguel para a iniciativa, mas esse ainda não se posicionou.

Apesar dos nomes mais “tradicionais” estarem no movimento, não é à toa que estejam a frente figuras mais novas. Ainda que essa nova caara da direita venha para representar os mesmos interesses, esses nomes mais tradicionais já estão intimamente ligados às oligarquias tradicionais no imaginário popular, o que dificultem que emplaquem.

Além disso, essa direita tenta aproveitar a crise do PSB, que até agora não definiu um nome para disputa. Nesse sentido, Raquel Lyra tem aparecido em segundo nas últimas pesquisas eleitorais, atrás de Marília Arraes do PT.

No entanto, mesmo que agora essa direita tente surfar nessa situação com seu projeto que visa aprofundar ainda mais os traços oligárquicos e reacionários da política do estado, o cenário eleitoral não está nada definido. Ainda que estejam tentando garantir o máximo de apoio nos interiores, tentando angariar o apoio de prefeitos também para colocar a máquina pública ao seu favor – bem no estilo coronelista, ainda há muito em aberto. Sem nome certo, o PSB ainda não definiu seu nome e portanto, ainda não iniciou a campanha. Além disso, as conversas de alianças com o PT em torno do apoio ou não as eleições estaduais com certeza influenciarão muito os resultados. E assim segue a disputa para ver quem vai conseguir levar adiante os interesses da burguesia e das oligarquias regionais.

 
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