www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
Crime ambiental
A gigante Equatorial fornece energia a invasores de terras indígenas no Pará
Redação

A Equatorial Energia é uma das maiores distribuidoras do país e se pinta de sustentável nas redes sociais, mas na vida real fornece energia para redes de garimpo e grilagem ilegais que matam indígenas e desmatam áreas protegidas.

Ver online

Documentos obtidos pela Folha de São Paulo mostram que a Equatorial fornece energia em duas terras indígenas da região do Médio Xingu (PA), sem autorização da Funai e sem o licenciamento do Ibama, que é exigido pela lei. Mesmo com pedidos do Ibama e da Funai para parar com a distribuição ilegal, a empresa continuou servindo os garimpeiros. Na imprensa, representantes da Equatorial alegam que cumprem todos os requisitos ambientais na distribuição no Pará, o que é um absurdo, pois o único requisito cumprido é fazer qualquer coisa em nome do lucro.

Em São Félix do Xingu (PA), a Equatorial abastece a Vila Renascer que fica na Terra Indígena Apyterewa. Esse vilarejo é ilegal e serve de apoio a garimpeiros e grileiros. A Folha mostrou, numa reportagem em 2020, que há dezenas de quilômetros de postes de luz no acesso para a Vila e dentro da mesma. Dois meses após isso, a Funai notificou a Equatorial a remover a estrutura dentro de Payterewa em até 7 dias, a empresa não acatou o pedido e recebeu uma multa de R$201 mil, multa que não faz nem cócegas na gigante que lucra rios de dinheiro com serviço legal e ilegal. Em Apyterewa, a empresa ainda tem a coragem de dizer que está “aguardando orientações da Funai para atender à solicitação do Ibama de retirada de ligações irregulares feitas por terceiros, à revelia da empresa”.

Outra área da mesma região em que a empresa lucra com o desmatamento florestal e com a morte de índios é na Terra Indígena Ituna/Itatá, área também interditada pelo governo, em 2011. Em fevereiro a empresa foi multada em R$2,51 milhões pelas instalações elétricas irregulares, sem autorização da Funai ou do Ibama. A empresa recusou retirar a estrutura da região, pois não se importa em pagar essas multas baixíssimas comparada a seus lucros. É um absurdo que nenhuma medida mais forte tenha sido tomada por parte do governo contra a empresa e seus grandes acionistas. A Equatorial tinha pedido permissão para instalação nessa área que foi negada pela Funai, contudo a empresa não deu muita importância e instalou mesmo assim.

A empresa também pediu autorização para o Ibama e também foi negada. Nessa área, um dos compradores de energia da Equatorial é Walter Rosa Alvino, denunciado pelo MPF por desmatar 48 hectares de floresta intacta dentro da terra indígena. É para esse tipo de gente que a empresa oferece seus trabalhos.

Em ambas as regiões a situação é crítica, a Apyterewa foi a terra indígena mais desmatada do Brasil entre agosto de 2020 e julho de 2021, segundo o Inpe, tendo 11% de sua vegetação nativa transformada em pasto. Já a região de Ituna/Itatá foi a mais devastada do país em 2019, com 11.990 hectares desmatados.

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui