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Às ruas
04/12: Mulheres contra Bolsonaro e Mourão, a violência de gênero e todas as reformas
Pão e Rosas
@Pao_e_Rosas

Dia 25 de novembro é dia internacional de luta contra a violência à mulher e em um contexto pandêmico, a violência doméstica aumentou e a maior parte dos feminicídios ocorreram dentro de casa, uma realidade que só pode ser respondida com organização e luta das mulheres.

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Durante o ano passado, 105 mil denúncias de violência contra a mulher foram feitas através do 180, um número alarmante, mas que certamente é muito menor em relação aos casos que jamais foram denunciados. Em 2020, uma a cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência no Brasil, uma dura realidade que se repete em toda a América Latina.

A violência contra as mulheres afeta diretamente as mulheres negras, que além de receberem salários 60% inferiores aos dos homens brancos, estão entre as maiores vítimas de feminicídio, o que se soma à enorme violência policial que destrói a vida da juventude e afeta diretamente as mães trabalhadoras, como vimos poucos dias atrás em mais uma chacina da polícia carioca, dessa vez no Morro do Salgueiro.
Além da violência, as mulheres se enfrentam com o aumento da carestia de vida, os altos preços dos alimentos e do gás de cozinha e também com as reformas que estão sendo levadas à frente por Bolsonaro e todos os setores que alimentam esse governo e os ajustes econômicos contra a maioria da população. Bolsonaro, Mourão e sua trupe de ajustadores e machistas avançaram nos últimos anos sobre nossos direitos elementares e aprofundaram a reforma trabalhista, que afeta diretamente as mulheres, levaram à frente a reforma da previdência e nesse momento ameaçam com a retirada do Bolsa Família em uma situação onde são milhões de famintos em nosso país.

Durante esse ano, quando nossas condições de vida se degradaram ainda mais, vimos também o papel claro das instituições desse regime político degradado e foi assim que acompanhamos o DJ Yvis sendo solto no Ceará, depois de ter agredido brutalmente sua mulher na frente de sua sogra e seu filho. Vimos também no fim de 2020, a humilhação sofrida por Mari Ferrer por parte dessa justiça patriarcal, no dia do julgamento do estupro que ela sofreu. E foi em 2021 que vimos seu estuprador sendo absolvido, depois de a justiça ter procurado cunhar o termo “estupro culposo” para justificar o ocorrido, como se fosse possível dopar e estuprar alguém sem intenção.

Damares Alves, que é ministra dos direitos humanos e das mulheres, ocupa esse cargo justamente no sentido de esconder o nível de misoginia do governo Bolsonaro, mas suas medidas e declarações mostram bem o sentido de sua atuação. Damares prega a moral cristã e os bons costume e atua contra a o direito ao aborto legal, seguro e gratuito; contra a educação sexual nas escolas, defendendo abstinência sexual para as adolescentes e nunca é demais relembrar, prega que meninas devem vestir rosa e meninos, azul, negando todos os avanços no debate de gênero e sexualidade dos últimos anos.

O esfacelamento de direitos que as mulheres sofreram nos últimos quase dois anos de pandemia, significam um retrocesso de mais de 10 anos de luta por direitos que tivemos que arrancar no combate unificado de mulheres e homens trabalhadores.

Frente a tudo isso, é urgente nossa organização e luta contra a violência doméstica e todo tipo de violência contra a mulher, mas nosso combate deve se dar diretamente contra esse governo de extrema direita e todos os poderosos que atuam para massacrar nossas condições de vida.

Nos últimos dias, diversas organizações de mulheres que costumam estar à frente da organização do 8 de março todos os anos, fizeram um chamado para a construção de um ato contra a violência à mulher no próximo dia 4. É fundamental construir mobilizações das mulheres e por isso o Pão e Rosas estará marchando neste dia com suas próprias posições políticas. Ainda assim, precisamos apontar a necessidade de enfrentar as tentativas de transformar nossa luta em massa de manobra eleitoral, há um ano das eleições. Isso porque a desmobilização construída pelas grandes centrais sindicais como CUT e CTB, mas também por organizações políticas como o PT e o PCdoB que vieram atuando pra inclusive desmarcar os últimos atos contra Bolsonaro fazem com que terminemos o ano de forma desorganizada, sem um plano de luta real. Então estamos longe da massividade que levou às ruas milhares de mulheres nas manifestações do #EleNão em 2018 e justamente por isso nossa batalha não deve ser a de atos soltos por fora de um plano de luta real enquanto essas mesmas burocracias desmarcar e desmobilizam com objetivos puramente eleitorais.

Nós, do Pão e Rosas, avaliamos que é de extrema importância que nossa raiva e indignação com a violência que sofremos e que é propagada por esse estado capitalista e patriarcal seja respondia com luta, mas nosso combate não deve servir para fazer política eleitoral e em nome da construção de uma frente ampla com setores burgueses e ajustadores.

Nos somaremos aos atos do dia 4, colocando com muita força que nossa luta é contra Bolsonaro, Mourão e todo esse regime político fruto do golpe institucional de 2016, batalhando por uma Nova Constituinte que seja Livre e Soberana imposta pela luta para mudar não somente os jogadores mas as regras do jogo. Nosso combate é por um plano emergencial de assistência às mulheres vítimas de violência, lutando por igualdade salarial entre mulheres e homens, brancos e negros, por casa abrigo para as mulheres com médicos e psicólogos para elas e seus filhos. Além disso, lutamos pela revogação de todas as reformas que foram feitas contra nós e batalhamos pela unidade das lutas que estão em curso em nosso país para que possamos construir uma só força contra o machismo e o capitalismo.ara enfrentar a situação de violência, nossa resposta é pela unidade das mulheres com os trabalhadores, negros, a juventude e as LGBTS e essa unidade é muito mais poderosa do que qualquer frente com a burguesia.

 
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