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TERCEIRIZAÇÃO
Trabalhadoras da Higilimp dão exemplo e arrancam o pagamento dos salários na USP
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

Terminou hoje a greve das trabalhadoras da Higilimp na USP. Mobilizadas desde quinta-feira, com protestos em frente a reitoria as trabalhadoras conseguiram arrancar o pagamento dos salários atrasados.

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Depois de forte mobilização, as trabalhadoras da Higilimp na USP conseguiram arrancar o pagamento do salário referente ao mês de janeiro, em atraso desde o fim da semana passada, da reitoria da USP. Desde o fim de semana e durante o carnaval, a empresa Higilimp desapareceu do mapa, levando, inclusive, equipamentos das unidades onde estava locada. A possível falência da empresa deixará milhares de trabalhadoras desempregadas tanto na USP, como no Metrô, unidades do Sesc, Arquivo do Estado, etc. O calote dado pela empresa a esses trabalhadores resultou no não pagamento dos salários e benefícios legítimos como noticiamos aqui.

Na USP, as trabalhadoras se uniram e se organizaram em frente à reitoria para exigir que a USP honrasse os pagamentos, uma vez que é corresponsável pela situação. A reitoria havia informado ontem que estavam retidas as faturas de pagamento à empresa, mas que não haveria como pagar às trabalhadoras uma vez que seria necessário a Higilimp “rodar” a folha de pagamento. Tentou, portanto, jogar a reponsabilidade do pagamento à trabalhadoras, tentando, assim, lavar às mãos.

Porém, as trabalhadoras não desistiram e se mantiveram na luta. Hoje, desde às 6 horas da manhã, se reuniram em frente a reitoria com latas e batuques aos gritos de “Ôo reitoria, cadê você? Eu vim aqui pra receber!”. Às nove horas a administração geral da USP chamou uma reunião com Siemaco e uma comissão de trabalhadoras da Higilimp. Novamente, apesar de ter sido aprovada em assembleia a presença do Sintusp na negociação, a reitoria barrou a sua participação, para desagravo das trabalhadoras.

O que a reitoria alegava ser impossível de fazer, tornou-se possível: o pagamento dos salários. No acordo, a USP utilizará o crédito da Higilimp para adiantamento, para cada trabalhador que prestou serviços na universidade, do correspondente a um salário mínimo nacional, hoje 880,00 reais, além de recomendar à próxima empresa a ser contratada a absorção das atuais trabalhadoras.

Essa importante vitória das trabalhadoras foi garantida graças a forte mobilização e resistência. Hoje cedo, a própria PM no campus tentou coibir, de forma ostensiva, a presença das trabalhadoras na reitoria, sem sucesso. Nem a conversa fiada do contratante, como tentou a USP, ou tenta mesmo outros órgãos do próprio Estado, pôde dobrar essas mulheres.

A luta contra a precarização do trabalho e da vida dessas trabalhadoras ainda segue até que todos seus direitos sejam alcançados. A reitoria tem até terça-feira, dia 16/02, para pagar às trabalhadoras que, se não receberem, prometeram voltar a se mobilizar e a realizarem novos protestos. No metrô e em outros locais onde a Higilimp não pagou as trabalhadoras a luta segue, agora com o importante precedente dado na USP. Se faz necessário e urgente a articulação de trabalhadores da Higilimp de diferentes locais em unidade com os trabalhadores efetivos, como fizeram trabalhadores efetivos da USP, ativistas do SINTUSP e a juventude estudantil. CAELL e CAPPF, centros acadêmicos eleitos levaram os calouros para se solidarizarem e organizaram uma coleta para o fundo de greve. A unidade trabalhador mais estudante mostra-se mais uma vez bombástica para impulsionar a luta.

Na semana passada, mais um bandejão foi terceirizado na USP, ou seja, a política nefasta de terceirização segue na USP, mesmo com o péssimo exemplo dado pela empresa Higilimp que há anos age da mesma forma na universidade e nos locais em que atua. Assim como todas as empresas terceirizadas, onde os constantes atrasos de salários, a precariedade do trabalho e os baixíssimos salários são regras.

Para garantir que os trabalhadores não sejam mais sujeitos à esse tipo de exploração é preciso reforçar o chamado a todos os sindicatos e organizações políticas a encampar a luta pela efetivação de todos os terceirizados sem concurso. Somente assim é possível barrar o aumento da terceirização e da precarização do trabalho.

 
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