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Moro golpista
Veja alguns dos absurdos e mentiras mais odiosos ditos por Moro em seu discurso visando 2022
Redação

Moro, de forma claramente demagógica, proferiu uma série de absurdos, mentindo ao dizer que a Lava-Jato promoveu a justiça, que nunca atuou com interesses políticos, como se fosse honesto e que queria acabar com a corrupção. Na realidade, como já se sabe, Moro atuou na Lava-Jato de forma parcial e buscando garantir os interesses dos capitalistas, abrindo caminho para o golpe institucional de 2016, que vem realizando estrago avassalador na vida da classe trabalhadora e do povo pobre.

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Imagem: REUTERS/Adriano Machado

"Fui juiz dos casos da operação Lava Jato em Curitiba. Foi um momento histórico: quebramos a impunidade da grande corrupção de uma forma e com números sem precedentes. Julgamos e condenamos pessoas poderosas do mundo dos negócios e da política que, pela primeira vez, pagaram por seus crimes (...)Eu sempre fui considerado um juiz firme e fiz justiça na forma da Lei. Na época, todos diziam que era impossível fazer isso, mas nós fizemos. Claro, com grande apoio da população brasileira. Juntos, eu, você, nós, mostramos que a Lei se aplica a todos", disse o ex-ministro no início de seu discurso.

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Como se vê, já de início fica claro como é muito cinismo por parte de Moro dizer que a impunidade foi quebrada e que a Lava-Jato mostrou que a lei se aplica a todos. A Lava-Jato foi uma das grandes responsáveis pelo golpe de 2016, auxiliou na aprovação das reformas neoliberais desde então, retirou de forma arbitrária e criminosa Lula das eleições de 2018 e garantiu que Bolsonaro fosse eleito. Ela é, em grande medida, uma das principais responsáveis pela situação de miséria em que se encontra o povo brasileiro, sob os auspícios do falso moralismo de bacharéis reacionários.

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Após escândalos revelados pelo Intercept, veio à tona aquilo que nós do Esquerda Diário vínhamos falando a tempos: as arbitrariedades e as intenções políticas dos promotores e de seu juíz, Sergio Moro. Ao mesmo tempo, revela a força que um poder judiciário adquiriu no Brasil nos últimos anos, com superpoderes a juízes e promotores, permitindo que magistrados eleitos por ninguém possam decidir os rumos de eleições. Uma tutela antidemocrática sem igual. Se Moro alguma vez "fez justiça", então foi para os ricos contra a classe trabalhadora e os pobres.

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Sobre a sua entrada no governo Bolsonaro, ao aceitar o cargo de ministro da Justiça, ele declarou: "O meu objetivo era melhorar a vida das pessoas por meio de um trabalho técnico, principalmente, reduzindo a corrupção e outros crimes".

Mas existem vários exemplos mostrando como Moro fez vista grossa em relação aos escândalos de corrupção do governo e da família Bolsonaro. Moro agora tenta se eximir, fazendo críticas ao governo que participou, agora depois da obra econômica e social do golpe já ter realizado um estrago avassalador na vida da classe trabalhadora, ao qual ele mesmo ajudou a realizar.

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"Ninguém combateu o crime organizado de forma mais vigorosa do que o ministério da Justiça na nossa gestão", disse Moro em outro momento, sendo que na realidade o que o ex-ministro fez foi tentar avançar na violência policial contra a população negra e pobre das periferias, quando tentou aprovar um pacote anticrime que continha o absurdo excludente de ilicitude, que dava carta branca para a polícia matar sem ser presa, o que é totalmente apoiado por Bolsonaro, ao mesmo tempo que milhares da negras e negros jovens, inclusive crianças, morriam e seguem morrendo pelas balas da polícia, como foi o caso de Agatha Félix, Ketellen, Kauê, Marielle e muitos outros jovens.

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"Depois que saí do governo, precisei, então, como a maioria do povo brasileiro, buscar um emprego a fim de ganhar a vida. Eu precisava trabalhar, nunca enriqueci sendo juiz ou ministro. Tenho família para cuidar", disse cinicamente Moro, porque na verdade a sua vida está a milhas longe de ser igual à maioria do povo brasileiro". Após sair do Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, ele foi assumir um cargo de diretoria na área de “Disputas e Investigações” na consultoria estadunidense Alvarez & Marsal, ganhando R$1,7 milhão por ano para salvar empresas alvo da Lava Jato. No Brasil há 15 milhões de desempregados e 30 milhões de pessoas com "até" um salário mínimo, e com uma média salarial de R$ 2.433, e ainda sim Moro tem a cara de pau de se comparar com a maioria do povo brasileiro, com esse salário de R$1,7 milhão por mês e vivendo nos EUA.

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Moro também se "solidarizou" e mostrou o seu "pesar" com as vítimas da pandemia, além de "registrar sua homenagem" aos profissionais da saúde, além de cinicamente defender o SUS, como se ele, como já falamos, não fosse um dos responsáveis pelos ataques do regime do golpe que, em meio ao governo Bolsonaro, levaram às milhares de mortes e ao sucateamento e precarização da saúde pública.

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Moro também disse defender a "justiça para todos", mas, como já falamos, Moro defende apenas os interesses dos políticos golpistas e burgueses, como demonstra a sua atuação claramente parcial e interessada na Lava-Jato.

"Nossas únicas armas serão a verdade, a ciência e a justiça. Trataremos a todos com caridade e sem malícia (...) Precisamos privatizar estatais ineficientes. Precisamos abrir e modernizar nossa economia buscando mercados externos" (...) Mas nesse país que compartilhamos, o nosso senso de comunidade impede que adotemos um capitalismo cego, sem solidariedade ou compaixão" (...) "Nunca tive ambições políticas, quero apenas ajudar".

Nesse punhado de frases pode-se ver como Moro é uma figura deplorável e grotesca, pois a realidade é que a "verdade" de Moro é a "verdade" e a "justiça" dos golpistas, que quer impor os ataques mais brutais contra a classe trabalhadora, como as reformas e privatizações que o próprio Moro defende, buscando abrir o Brasil para o imperialismo (que treinou o próprio Moro), para superexplorar até a medula a classe trabalhadora que cada vez mais se encontra precarizada e sem direitos, justamente pelos ataques sofridos pelo regime do golpe que Moro é um dos atores. Além disso, Moro também defendeu o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, que continue sendo paga a dívida pública, um verdadeiro bolsa-banqueiro que toma o dinheiro da classe trabalhadora e os dá para os banqueiros, em vez de ser usado à serviço da classe trabalhadora. Esse é o capitalismo com "solidariedade" e "compaixão" que Moro defende: Milhões de desempregados, precarizados, passando fome, superexplorados, com negras e negras morrendo pelas balas da polícia racista, garantindo os lucros dos capitalistas nacionais e do imperialismo.

Entre outras canalhices, Moro fechou seu discurso falando de "construir juntos um Brasil justo para todos" e que sempre irá fazer a coisa certa. Mas, depois de termos destrinchado e relembrado como Moro sempre atuou a serviço dos capitalistas e contra a classe trabalhadora, fica mais uma vez claro que não há nenhuma dúvida que Moro seguirá nesse mesmo caminho, buscando garantir o insaciável desejo da burguesia de lucros às custas da superexploração, miséria e morte da classe trabalhadora.

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