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Opinião
Pernambuco como a nova sede da Escola de Sargentos
Gabriel Girão

Há alguns dias, saiu a notícia que Pernambuco será a sede da nova Escola de Sargentos do país. O que isso significa?

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No dia 21 de outubro saiu a notícia que o estado de Pernambuco tinha sido selecionado para receber sediar a Escola de Sargentos das armas, que hoje fica em Três Corações. A decisão foi feita pelo comandante do Exército indicado por Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e contou com o aval do presidente. O estado ganhou a disputa frente ao Rio Grande do Sul e Paraná. Essa decisão não veio à toa. O Nordeste é o segundo maior colégio eleitoral do país, e onde Bolsonaro tem maior rejeição. Nesse sentido, o presidente tem feito várias medidas eleitorais visando aumentar sua popularidade na região, a mais notável sendo o auxílio Brasil, onde praticamente metade dos beneficiários será do Nordeste.

E dentro do Nordeste, Pernambuco tem sido o estado em que Bolsonaro tem focado suas ações eleitorais. Foi o estado que o presidente decidiu fazer atos e carreatas antes do dia 7 de setembro. Essa escolha não é casual. O governo sabe da capacidade que o estado tem de influenciar nos outros estados da região. Além disso, Pernambuco é a terra natal do excrementíssimo Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado. Para complementar, é o estado do Nordeste com maior percentual de evangélicos, uma importante base de apoio do governo. Portanto, a escolha de Pernambuco para sediar a nova escola faz parte de um cálculo eleitoral do presidente. Além de ser um aceno reacionário ao exército e aos setores que acreditam na moralidade das Forças Armadas, também reforça um discurso de que está trazendo desenvolvimento à região.

Para o governador Paulo Câmara, que batalhou e comemorou – junto a outros políticos da região - a escolha do estado, se trata de uma forma de legitimar com os setores mais reacionários da sociedade, colocando que será uma “grande oportunidade” para os jovens. O PSB mostra mais uma vez qual é a sua real “oposição” ao governo Bolsonaro, que é mandar a juventude para o exército. E com isso, aumenta o peso social do exército, com todo seu reacionarismo, no estado e na região. Não à toa que, após a escolha, foi anunciada que o exército iria lançar a Operação Guararapes na região

Os meios empresariais e a grande mídia local têm comemorado que a escola trará investimentos para a região. Além da decisão servir a fins totalmente reacionários, vamos analisar um pouco mais quais são os “investimentos”. O local decidido para a instalação fica na Área de Proteção Ambiental Aldeia-Beberibe e segundo entidades de defesa do meio ambiente, destruirá 150 hectares de Mata Atlântica. Também espera-se que isso impulsione as obras do Arco Metropolitano, uma obra que inicialmente tinha sido exigência da Jeep e de outras empresas da região para escoar a sua produção, mas que foi paralisada pelo desastre ambiental que causaria. Esse é o “desenvolvimento” que Pernambuco foi premiado.

O outro “grande investimento” será que instalações do exército serão transferidas para a nova área, liberando os terrenos públicos – muitos em área nobre – para a especulação imobiliária. Esse setor, responsável pela imenso déficit empresarial da região, será o “premiado” pelo desenvolvimento.

Por último, favorecerá a construção civil, que irá ganhar rios de dinheiros com as obras, criando empregos temporários e precários. Favorecer os grandes empresários e aumentar o peso dessa instituição” reacionária, esse é o “desenvolvimento” prometido por Bolsonaro e o PSB.

 
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