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Em São Paulo
Câmara aprova Sampaprev em 1º turno, mas educadores deflagram greve. É possível vencer!
Redação

A Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou ontem, em 1º turno, projeto do prefeito Ricardo Nunes de Reforma da Previdência do funcionalismo público. Com 37 votos a favor e 16 contrários, o projeto ainda aguarda votação em 2º turno e, caso aprovada, sanção do prefeito.

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Após uma manobra na Comissão de Constituição e Justiça para tornar legal a proposta absurda do Sampaprev 2, o governo conseguiu aprovar no plenário da Câmara em 1º turno. Além de confiscar parte do salário de servidores que recebem um salário mínimo, o projeto também libera o prefeito para aumentar a alíquota previdenciária e coloca parte dos aposentados no desastroso sistema de capitalização. Na prática, o projeto faz com que os servidores paguem pela crise e ajudem a custear os altos salários do prefeito, assessores e cargos comissionados. Esse é o mesmo Nunes que aumentou seu próprio salário durante a pandemia enquanto, na véspera do dia dos professores, desfere esse brutal ataque.

Após a aprovação, os servidores deflagraram greve contra o projeto. Foram centenas, reunidos em assembleia, que votaram por cruzar os braços contra Nunes e sua reforma da previdência.

De 2016 até 2019 a categoria travou fortes mobilizações que tomaram as ruas e obrigaram as burocracias sindicais a se mexer. Nesses anos de luta, que se enfrentou com o primeiro Sampaprev de Covas, os professores expressaram inúmeros elementos de auto-organização que apontaram o caminho para vencer. A estratégia de desgaste parlamentar, tomada no final de 2018 e começo de 2019, acabou canalizando a forte disposição de luta dos trabalhadores para mera pressão, o que levou à derrota naquele momento. Agora, essa mesma estratégia se repete em 2021.

O Sinpeem apostou o ano inteiro na linha do “fica em casa”, praticamente abandonando a categoria numa greve de 120 dias sem apoio do sindicato para que ela se massificasse e enfrentasse o retorno inseguro que levou inúmeros colegas à morte. A decisão autoritária de retorno de 100% dos estudantes ocorre nesse mesmo momento em que aprovam esse projeto de maldades. Essa combinação acentua como Dória e Nunes são inimigos da população, dos servidores e das comunidades escolares.

  •  Leia mais: Por que Claudio Fonseca busca impedir que as educadoras lutem contra os ataques?

    Nesse sentido é preciso que as direções dos sindicatos dos servidores municipais e dos trabalhadores da educação, como o Sinpeem, Sindsep, a Aprofem, o Sedin, o Sinesp e tantas outras entidades, sejam consequentes com a greve aprovada nessa quinta-feira. É preciso dar um grande giro para que os trabalhadores tenham condições de fazer essa greve e se colocar como obstáculo concreto contra a aprovação desse ataque em segundo turno. Isso se torna ainda mais urgente tendo em vista que na terça-feira, dia 19, foram convocadas várias sessões extraordinárias na câmara e vão tentar aprovar esse projeto. Foi aprovada uma vigília na frente da Câmara e os sindicatos precisam fornecer condições materiais para garanti-la. Nesse dia 19 foi chamada paralisação dos servidores estaduais contra os ataques do governo Dória, o que torna fundamental a unidade entre educadores e todos os servidores do estado, bem como outras categorias em luta.

    Por útimo, é urgente ativar imediatamente um comando de greve unificado, com a base dos servidores, depositar esforços na construção de comandos regionais de greve para unificar diferentes setores do funcionalismo, com passagens nas escolas e repartições públicas. Precisamos colocar toda nossa força para impedir que esse golpe contra nossos direitos tramite em segundo turno. Os métodos de mera pressão parlamentar não vão convencer os mesmos vereadores que já aprovaram a reforma da previdência a mudar de ideia. A covardia desses vereadores é patente. Não é possível ter nenhuma confiança na Câmara e nesses atores, como se nossas súplicas fossem mudar algo. Apenas a nossa entrada em cena, com força unificada, com os métodos da luta de classes, atropelando a passividade e os equívocos que as direções vieram fazendo até aqui, pode enfrentar esse grande ataque e vencer essa luta.

  •  Leia também o balanço com lições da greve dos professores e servidores municipais de SP contra o Sampaprev, de 2019
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