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Blocos classistas
PSOL deveria romper com a política do PT de abraçar MDB e DEM, e construir blocos classistas
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
Pedro Costa

Neste sábado (2) está sendo chamado mais um ato nacional pelo Fora Bolsonaro. Para conseguir avançar na luta contra o governo e os ataques precisamos batalhar por uma política de independência de classe, para isso, chamamos o PSOL a construir um bloco classista e romper com a política do PT que se alia com a direita, como DEM, MDB e até PSL. O chamado se estende a todas as organizações da esquerda socialista.

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Imagem: Divulgação

Após os últimos atos pelo Fora Bolsonaro em 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho, que contaram com dezenas de milhares só em SP, e centenas de milhares pelo Brasil, após os atos bolsonaristas de 7 de setembro, depois dos atos fracassados de 12/09, impulsionados pelo MBL, do aumento ainda maior do desgaste do presidente e às vésperas da votação da reforma administrativa, o ato de amanhã conta uma participação muito maior da direita, com 14 partidos abertamente golpistas e de direita aderindo. Dentre eles estão Cidadania, DEM, MDB, PDT, PL, Podemos, Solidariedade, PSD, PSB, PSDB, PV, Rede, Novo e até o PSL, antigo partido de Bolsonaro.

Esses partidos estão interessados em impulsionar a chamada terceira via e, após o fiasco do 12 de setembro, foram chamados pela campanha Fora Bolsonaro a integrar um arco de aliança ainda maior nas manifestações. Entretanto, todos sabemos que estes são os mesmos setores que nos atacam, que estão junto com Bolsonaro na aprovação de todas as reformas e que não têm nenhuma capacidade de mobilização. Não podemos confiar em nenhum tipo de aliança com esses setores, pois se fazem um discurso demagógico e supostamente democrático contra Bolsonaro, é porque têm interesses eleitorais para 2022.

É por isso que é vergonhoso que o PT considere esses partidos, inimigos da classe trabalhadora, aliados na luta contra Bolsonaro, reivindicando uma “unidade de ação” o mais ampla possível, abrindo os braços para esses partidos, que são responsáveis pela crise que estamos vivendo, pelo corte de direitos, pela miséria, fome e desemprego que milhões de brasileiros vivem.

O PT igualmente está de olho nas eleições de 2022 e com esse objetivo vem deixando claro como está disposto a tudo. As declarações de Lula dizendo que vai ter políticas de privatização, beneficiando grandes empresas, deixam isso claro. Mas nós já sabemos o que acontece quando apostamos na conciliação de classe, o golpe institucional de 2016 foi exemplo de como os partidos burgueses de onde leva a unidade com partidos burgueses e de direita.

Para responder à situação de crise em que estamos não podemos confiar na estratégia eleitoral do PT de desgastar Bolsonaro com atos e ações espaçados e sem construção nas bases, esperando 2022. É por isso que é criminosa a traição e paralisia das centrais sindicais que o PT e o PCdoB dirigem, a CUT e a CTB, que têm garantido uma grande passividade, sem organizar os trabalhadores contra todos os ataques que estão sendo despejados e isolando os focos de resistência que se expressam. Mesmo com a reforma administrativa avançando, se negam a erguer as categorias do serviço público contra esse ataque.

Veja mais: Por que CUT e CTB não organizaram servidores para lutar contra a reforma administrativa nos atos do dia 02?

A saída não estará na confiança em partidos de direita que hoje se colocam como de oposição a Bolsonaro, nem nas eleições de 2022 e muito menos na bandeira de defesa do impeachment, que colocaria o reacionário militar racista Hamilton Mourão na presidência, preservando o regime político que é também é responsável por todos os ataques e a miséria que estamos vivendo.

É preciso confiarmos nas nossas próprias forças organizadas. Por isso é fundamental que as centrais sindicais, as entidades estudantis, os movimentos sociais e todos os partidos de esquerda que impulsionam esses organismos, como PSOL, mas também o PSTU, não caiam na política do PT e exijam desse partido que está à frente dos principais sindicatos e entidades do país, que organize reuniões e assembleias em cada local de estudo e trabalho, incentivando a organização dos trabalhadores e da juventude e construindo um verdadeiro plano de lutas que possa derrotar Bolsonaro, Mourão e todos os ataques.

É por isso que nós do Esquerda Diário e do MRT viemos chamando todos os partidos de esquerda a construir blocos classistas nos atos deste dia 02 de outubro, unificando forças com independência de classe, enfrentando também a direita que quer participar das mobilizações nas ruas e levantando um conteúdo de independência de classe. Consideramos que isso seria um primeiro passo para confirmar nacionalmente um polo antiburocrático que atuasse em comum no cenário nacional e pudesse apontar uma política alternativa, articulando exigências unificadas às grandes centrais sindicais e dando exemplos nas categorias onde CSP-Conlutas e Intersindicais têm peso. Também através dos parlamentares do PSOL uma política assim poderia ser levada à frente e ter maior alcance. É a força da classe trabalhadora por todo o país, aliada à juventude, às mulheres, negros, indígenas e LGBTQIA+, única capaz de derrotar todos nossos inimigos.

 
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