Imagem: Mohamed Abdiwahab/AFP
De acordo com o relatório, as pessoas serão forçadas a se mudarem das suas regiões por causa, principalmente, de:
●Escassez de água
●Diminuição da produtividade no campo como um todo
●Temperaturas muito elevadas (estresse térmico)
●Aumento do nível do mar, o que levará a perda de terras
●Eventos climáticos extremos, como tempestades
A África Subsaarinana deverá ser a região mais afetada, concentrando quase 40% dos migrantes climáticos (86 milhões) das próximas três décadas. Na sequência aparece o Leste Asiático e Pacífico, com 22,6% (49 milhões) das futuras migrações do tipo.
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A América Latina também é classificada como área de alerta, de onde deverão sair 17 milhões de migrantes climáticos até 2050, mais de 7% do total para o período. Demais populações que deverão sofrer com as alterações do clima estão no Sul da Ásia, Ásia Central, África do Norte e a Europa Oriental.
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O vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial, Juergen Voegele, diz que os mais afetados pelas mudanças climáticas já são e continuarão sendo os mais pobres do mundo, que segundo ele são justamente "aqueles que menos contribuem para suas causas".
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"Os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais visíveis. Acabamos de viver a década mais quente já registrada e estamos vendo eventos climáticos extremos em todo o mundo, com mudanças no clima da Terra ocorrendo em todas as regiões", diz Voegele.
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O Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), afirmou, em agosto, que as mudanças climáticas causadas por interferência humana são irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta, afetando todas as sub-regiões do mundo. Um dos alertas diz que a interferência humana aumentou a chance de eventos extremos desde 1950, incluindo a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas em escala global, incidência de fogo e inundações.
O relatório anterior do Banco Mundial sobre os refugiados climáticos, publicado em 2018, já destacava a América Latina como local de alerta para refugiados ambientais.
A América Latina já era destacada como local de alerta para refugiados ambientais pelo relatório anterior do Banco Mundial sobre os refugiados climáticos, publicado em 2018.
"Três anos atrás, o primeiro relatório Groundswell projetou que, até 2050, as mudanças climáticas poderiam levar 143 milhões de pessoas em três regiões do mundo (Sul da Ásia, América Latina e África Subsaariana) a migrar dentro de seus próprios países", disse Voegele.
O Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas também aponta a América Latina como área de preocupação para as mudanças climáticas nas próximas décadas. Entre as projeções para a América do Sul estão:
●Crescimento na duração das secas no Nordeste brasileiro;
●Redução nas chuvas no Nordeste da América do Sul (Nordeste do Brasil) e Sudoeste da região (Chile e sul do Peru).
●Crescimento da seca, da aridez e/ou das queimadas no sul da Amazônia brasileira e em parte do Centro-Oeste.
●Número de dias com temperaturas máximas superiores a 35°C na Amazônia aumentarão em, no mínimo, 60 dias por ano até o final do século (podendo passar de 150 dias em um cenário mais extremo);
●Mudança no regime das monções no sul da Amazônia brasileira e em parte do Centro-Oeste, com atraso nas chuvas torrenciais;
São os grandes monopólios, as grandes empresas, as grandes multinacionais que controlam os preços e a escassez, que intensificam a exploração da natureza, tratando os recursos naturais como fontes inesgotáveis, para convertê-los em mercadorias.
O grande culpado de toda essa crise climática não é toda a humanidade de forma indiferenciada, mas sim de grandes empresários, bancos e seus representantes políticos, como Bolsonaro, que controlam os preços e a escassez, que intensificam a exploração da natureza, tratando os recursos naturais como fontes inesgotáveis, para convertê-los em mercadorias.
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Ou seja, é o capitalismo que aprofundou o desequilíbrio entre o homem e a natureza, intensificando a contradição entre a produção da vida humana em sociedade e os ciclos da natureza. Somente a classe trabalhadora, avançando para uma sociedade de ruptura com o capitalismo em perspectiva revolucionária comunista pode construir uma sociedade totalmente sustentável, que possa colocar os bens naturais à serviço da humanidade ao mesmo tempo que a preserva, diferentemente do que vemos no capitalismo, um sistema econômico irracional baseado no crescimento infinito dos lucros dos capitalistas, enquanto temos um planeta com recursos finitos.
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