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DEBATE
7º ato contra a passagem: Um debate com a “escola de democracia” do MPL
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC
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Nesta ultima quinta feira (28), o MPL (Movimento Passe Livre) chamou mais um ato contra o aumento das passagens. O ato teve o trajeto definido pelo MPL do Lgo. do Paissandu até a prefeitura de São Paulo, para uma suposta conversa com Haddad e Alckmin que obviamente não apareceram para dialogar com a população e principalmente a juventude em luta.

Neste 7º ato a manifestação contou com cerca de 300 pessoas, vemos que desde o primeiro ato as manifestações refluíram em numero de pessoas, e que para de fato revogar o aumento é necessário massificar e democratizar o movimento.

Porque precisamos de assembleias do movimento pra avançar na luta do transporte?

O MPL tem uma pratica arcaica de mobilização onde nos atos são necessários jograis para se passar informações ao conjunto do ato, os mesmos alegam que carro de som é “autoritário” quando na verdade tornaria todas as falas mais rápidas e inteligíveis a todos, os carros de som podem ser usados de forma burocrática a depender de que grupo o dirige como UNE ou CUT, contudo para além do método, o que o MPL não fala é que para mascarrar seu próprio burocratismo e impedir qualquer movimento político, organização ou individuo de falar, eles fazem jogral para que só a voz deles seja ouvida.

Ao chegar em frente à prefeitura sem a consulta de todos os lutadores que ali estavam foram determinadas 7 falas, uma delas inclusive feita pelo Lucio Gregori ex secretario do transporte da Erundina, para reivindicar um projeto de tarifa zero, que muito agrada um setor da burguesia, pois no fim das contas é o estado pondo dinheiro publico na mão de empresário, e estes continuando a ditar como o transporte vai funcionar. Sendo que todos nós sabemos que o problema do transporte vai para além do valor da passagem, pois combina sua péssima qualidade, trajetos que não atendem toda a população, precarização do trabalho dos motoristas e cobradores.

Nós da juventude Ás Ruas pedimos uma “questão de ordem” pra propor que aquela reunião virasse uma assembleia deliberativa e dali junto às centenas de lutadores discutimos os próximos passos do conflito, contudo essa proposta foi negada por membros do MPL sem ao menos ser colocada para o plenário, com o argumento de que o espaço havia sido chamado pelo MPL como uma mesa/reunião e não como espaço de deliberação, sem que ninguém pudesse questionar isso.

Ali estavam secundaristas, universitários, trabalhadores, que moram nos centros, nas periferias e que tem posições de como fazer a luta avançar, e para nós é fundamental que existam espaços democráticos de falas de deliberações para que cada uma dessas pessoas possa se tornar sujeitos políticos da luta. Reivindicamos que todos possam expor suas posições e com democracia a decidir coletivamente como arrancar dos governos um transporte publico, gratuito e de qualidade a serviço da população e não dos empresários.

Porque o MPL quer ouvir Alckimin e Haddad e não os lutadores que compõe o ato?!

O MPL impediu que a proposta de assembléia fosse colocada, porque na realidade sua política para organizar o movimento não prima por ouvir o que os lutadores têm a dizer e assim avançar nas pautas e forma de organização. Querem que a luta pelo transporte se restrinja as suas bandeiras, da reivindicação do passe livre, que em si pode ser inofensiva, pois Passe Livre já existe em algumas cidades, como Paulínia, onde a prefeitura subsidia os lucros das empresas, em SP após Junho de 2013, o governo Haddad fez concessões aos estudantes, para tentar desviar a luta, dividir a juventude dos trabalhadores e da população, e assim diminuir a massividade dos atos.

Provando que a pauta por passe livre tem que vir junto à estatização sobre controle dos trabalhadores e usuários, para de fato se enfrentar com os lucros dos capitalistas do transporte, e garantir que esse direito esteja a serviço da população, sem que os governos possam tentar se apropriar das pautas legitimas da juventude e dos trabalhadores, para fazer demagogia eleitoral.

Durante a reunião enquanto tentávamos colocar em votação a proposta de assembléia, podemos notar a “devoção” a democracia do MPL, quando nos diziam: “Aqui não é assembleia o ato é nosso e pronto”!”““,” Vocês não vão propor nada, chamem um ato aí vocês falam!”, absurdos como esses na verdade favorecem a própria burguesia e os governos, pois impede que os coletivos, e pessoas que tem idéias diferentes ao MPL possam se manifestar e construir conjuntamente a luta. Ao passo que falam contrários a “centralização” política, sem consultar a centenas de pessoas presentes, centralizaram todo o plenário.

Muitos que estavam ali assistindo toda a situação ficaram indignados, pois foi muito claro e evidente que o MPL não está preocupado em massificar a luta e muito menos refletir como de fato travar uma luta pelo transporte, fazendo uma convocação para o dia 25 de fevereiro, ou seja, quase um mês e até lá fazemos o que? Nada!

Por isso MPL quer dialogar com o governador e o prefeito pra falar que estão fazendo algo, mas nós achamos que nossas pautas se constroem na rua e na luta e a partir dela que vamos arrancar do governo nossas pautas. Contudo pela própria lógica burocrática de movimento, o MPL conseguiu fazer com que dos atos de 7 mil pessoas no inicio de janeiro, se transformasse em atos de 300 em menos de um mês, vendo esse refluxo o Alckimin e Haddad apostam no próprio desgaste do movimento?

No final de todas as falas, foi possível colocar a proposta, com o plenário já esvaziando, levamos ao movimento a proposta de na próxima quinta feira dia 05 de fevereiro organizar uma assembleia onde possamos votar e deliberar em conjunto os próximos passos da luta pelo transporte.

Estatiza já sob controle operário e popular

Nós da juventude ás ruas e nosso bloco reivindicamos um programa completamente diferente do que levanta o MPL, pois não queremos que a tarifa custe 3,50 como era antes, temos a audácia de querer controlar o transporte, seu trajeto, seu preço, sua qualidade e que sim o estado financie o transporte, pois já pagamos com imposta o dinheiro que hoje é destinado à máfia do transporte, pra que lucrem com o seu sucateamento e precarização.

Temos a audácia de achar que cada um que está naquela manifestação pode contribuir ativamente para que isso aconteça e não marchar passivamente sob a bandeira de revogação do aumento como quer o MPL, por isso a globo e toda a mídia burguesia sempre querem noticiar e passar que os atos são do MPL ou mesmo como o MPL tenta impor, o ato é de TODOS que o compõe, pois saíram de suas casas conscientes que ÀS RUAS, tem que lutar, pois não é só o transporte temos um problema com saúde, moradia, educação.

É necessário se organizar nos locais de trabalho, estudo, bairro para que as reuniões do movimento tenham debates prévios com delegados eleitos democraticamente para falar e não decidido por um grupo minoritário frente ao que o ato expressa. Isso e democracia de TODOS e não de uma minoria que só porque chamou o ato acho que pode determinar o que todos vão fazer, alem disso é preciso avançar em discutir um programa, o que é tarifa zero? O que estatização? A juventude que aprender com os secundas tem que ir alem da miséria do possível e questionar de fundo a nossa estrutura social.

O tempo urge, podemos e precisamos não só mudar o transporte, mas mudar o mundo!

 
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