O Colégio Palmares, uma das escolas mais elitistas e tradicionais de São Paulo, cuja mensalidade está na faixa dos 5.000 reais, foi comprado por uma empresa de investimento em novembro de 2020.
A antiga família que dirigia a instituição se encontrava em um momento de crise e perda de alunos, passando de mil matriculados para 450 hoje. Já a empresa compradora, LIT Capital Group, que até então não tinha atuação na área, decidiu entrar no mercado de educação de São Paulo com a aquisição milionária do Palmares e da escola Equilíbrio.
Em um primeiro momento, os pais, funcionários e professores do colégio se animaram com a notícia, esperando que a LIT Capital Group fosse aumentar os investimentos na unidade. Entretanto, já em maio deste ano, os professores sentiram a verdadeira índole da empresa, ao terem seus salários atrasados pela primeira vez. O mesmo voltou a acontecer em agosto.
Além de atrasar os salários, a empresa decidiu demitir os funcionários do setor administrativo, para recontratá-los como pessoas jurídicas com salários 30% menores e sem os mesmos direitos. Muitos se recusaram e foram demitidos sem o pagamento dos direitos rescisórios.
As contradições neste episódio colocam de um lado uma empresa que cobra das centenas de alunos mensalidades estrondosas de 5.000 reais, e de outro atrasa o salário dos professores, precariza o contrato dos funcionários e nem paga os direitos mínimos de um trabalhador. Isso só escancara quais são os reais objetivos dos empresários: arrancar o maior lucro possível, enquanto deixam os trabalhadores sem o mínimo.
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