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RETORNO ESCOLAR
Doria descumpre liminar que convoca professores para aulas presenciais após imunização completa
Flávia Telles

Nesta quarta, depois de alguns professores paralisarem suas atividades contra a reforma administrativa de Bolsonaro e a PLC 26 de Doria, foi divulgado que depois de 3 semanas de um maior retorno escolar em agosto, com surtos e fechamentos de escolas, há uma liminar da justiça de SP que determina desde o dia 16 que os professores só voltem a trabalhar presencial depois da imunização completa da covid 19. Mas mesmo assim, o governo e as Diretorias de Ensino não vem cumprindo com a liminar.

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imagem: secretaria de educação de SP

Desde o início de agosto, Doria e Rossieli ampliaram o retorno escolar, podendo chegar até mesmo a 100% dos alunos presenciais e obrigando todos os professores a estarem presencialmente, até mesmo os que são grupo de risco e já estão imunizados, ignorando as novas variantes da doença. Ou seja, depois de um retorno que acontece desde o início do ano e de 3 semanas mais intensas, com surtos e fechamentos de escolas, surgiu a liminar da justiça.

Mas mesmo assim, o Estado de São Paulo e as Diretorias de Ensino que já vinham ignorando demais decisões judiciais e atacando a organização sindical dos professores, como vimos na greve sanitária que houve no início do ano, mais uma vez não vem cumprindo a ordem judicial. Não há orientação clara sobre esperar as duas doses da vacina para ir à escola. E cada Diretoria e escola orienta de alguma forma, ou não orienta. Ou seja, a liminar está sendo acatada de forma desigual e seletiva entre as escolas, e a resposta quando questionado é de que se o professor quiser acatar a ordem judicial que faça isso individualmente a partir de protocolar um documento na escola.

Ou seja, Doria, Rossieli e as DEs descumprem até mesmo a decisão judicial para manter a escola do jeito que querem. E a resposta da Apeoesp, sindicato de professores, é a de que os professores devem protocolar individualmente, sem oferecer nenhum espaço organizado para os que os professores coletivamente possam se reunir, refletir e tomar uma decisão coletiva frente a essa situação. E nós, professores, que somos os únicos preocupados com os caminhos que vem tomando a educação dos nossos estudantes, ficamos atomizados, muitos sem saber o que fazer.

Os governos fazem pura demagogia se dizendo "preocupados" com a defasagem dos estudantes. Os únicos preocupados com isso é a comunidade escolar: professores, pais e os próprios estudantes e não Doria e Rossieli que sucateiam a escola, passam a reforma do ensino médio que vai precarizar o ensino e agora querem até mesmo passar a reforma administrativa de Bolsonaro, com a PLC 26, para atacar nosso trabalho, tirar direitos básicos de toda educação e serviço público, abrindo espaço à privatização.

Nós queremos a escola aberta, cumprindo sua função, mas não a qualquer custo, com surtos de covid e insegurança sobre as novas variantes. Por isso é fundamental que em cada escola nós professores junto a comunidade escolar levantemos comissões de segurança sanitária, porque a verdade é que a escola da propaganda do governo não existe e que eles buscam, junto as DEs, esconderem os casos reais de covid que existem. Não querem que a gente mostre as reais condições da escola, onde falta tudo e não há espaços com ventilação e distância adequada para os alunos, e as reformas que houveram não conseguiram alterar essa realidade. Esse papel de mostrar a realidade deve ser nosso, a partir da nossa autorganizacao, exigindo testes quinzenais para professores, estudantes e funcionários, direito à EPIs, como máscara n95, espaços abertos e ventilados nas escolas e também levantando a luta contra o novo ensino médio, a PLC26 que será votada em breve e a reforma administrativa.

Veja mais em: Doria mais uma vez mostra que odeia trabalhador e quer nova e piorada reforma administrativa

Na última quarta, chamada como dia nacional de mobilização contra a reforma administrativa e em São Paulo contra a PLC 26 do Doria, vimos que apesar da Apeoesp, dirigida pelo PT, não organizar a paralisação nas escolas, houve expressão e os professores mostraram que não vão deixar que passem fácil esses ataques ao nosso trabalho e ao serviço público. Essa expressão de que os professores querem se mobilizar deve ser fortalecida, porque a verdade é que só a nossa autorganizacao, confiando na nossa força, pode decidir sobre as condições do retorno e a enfrentar os ataques. Por isso, é mais do que urgente que a apeoesp convoque assembleias e reuniões de representantes escolares, para que possamos decidir os rumos que devemos tomar para defender a educação da juventude.

 
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