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Trótski em Permanência
Mesa final debate a história do trotskismo
Redação

A última mesa do evento online “Trótski Em Permanência” foi transmitida ontem (05), a partir das 19h, sendo composta pelo historiador José Castilho Marques Neto; por Mercedes Petit, dirigente da Izquierda Socialista, organização-irmã da CST (PSOL) na Argentina, e da UIT-QI; e por Serge Goulart, dirigente da Esquerda Marxista (PSOL) e da Corrente Internacional dos Trabalhadores (CMI).

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(Foto: Reprodução)

Marques Neto falou sobre seu livro “Solidão revolucionária: Mario Pedrosa e as origens do trotskismo no Brasil”, resultado de uma pesquisa que utilizou não apenas fontes documentais, mas também do contato que o autor pôde ter com o próprio Mario Pedrosa, além de Livio Xavier, Fulvio Abramo e outros militantes daquela primeira geração do trotskismo brasileiro. O historiador enfatizou o caráter dinâmico e internacionalista do grupo, que era “maior que sua própria força numérica” e “transpunha todas as barreiras”. A oposição brasileira, segundo o historiador, nunca foi estritamente brasileira, e sua origem não é resultado de meros acasos e insatisfações em relação ao regime interno do PCB, diferentemente do que se costuma dizer.

Mercedes Petit comentou alguns aspectos da luta de Lênin e Trótski contra a degeneração burocrática do Estado soviético e do Partido Bolchevique, que culmina na fundação da Quarta Internacional, em 1938. Em seguida, criticou Michel Pablo e Ernest Mandel, que foram os principais dirigentes da Quarta Internacional após o assassinato de Trótski e a Segunda Guerra Mundial, contrapondo-os à trajetória do trotskista argentino Nahuel Moreno, ainda que de maneira bastante embelezada, exagerando as diferenças entre eles e o suposto caráter principista da oposição de Moreno àquela direção. Petit criticou ainda o ministerialismo da Democracia Socialista (DS), organização mandelista que fez parte do governo Lula com o ministro do desenvolvimento agrário, Miguel Rossetto, bem como o abandono do programa da ditadura do proletariado pela Liga Comunista Revolucionária (LCR), que se liquidou, em 2009, para formar o Novo Partido Anticapitalista (NPA) francês. Contra estas experiências, Petit defendeu a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade da Argentina (FIT-U, na sigla em espanhol), encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), organização-irmã do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT).

Serge Goulart também partiu de retomar elementos históricos do processo de fundação da Quarta Internacional. Ressaltou a complexidade da situação do pós-guerra e as dificuldades que os trotskistas tiveram de enfrentar naquele período, e criticou o uso de medidas administrativas para lidar com diferenças políticas, um método estranho a Lênin e Trótski. Também criticou a orientação de “entrismo sui gêneris” de Michel Pablo, para quem a Terceira Guerra Mundial era iminente e obrigaria o stalinismo a desempenhar um papel revolucionário, de modo que os trotskistas deveriam renunciar à sua organização independente e aderirem clandestinamente aos Partidos Comunistas. Entretanto, Goulart não explicou o fato de que sua própria organização, herdeira de uma tradição do trotskismo britânico representada por Ted Grant, constrói-se como tendência permanente dentro de partidos como o trabalhismo britânico e, até alguns anos atrás, o PT brasileiro. Ademais, negou que a CMI tenha apoiado o governo de Hugo Chávez, a despeito de serem conhecidos os encontros entre Chávez e o principal dirigente da Corrente, o também britânico Alan Woods.

Assista aqui a mesa “história do trotskismo”

A mesa foi precedida de dois simpósios temáticos, que ocorreram no mesmo dia, às 10h e às 14h. De manhã, o simpósio temático 7 teve comunicações a respeito da participação dos trotskistas na Revolução Portuguesa e na Revolução Vietnamita, e da relação entre o pensamento de Trótski e o do general prussiano Carl von Clausewitz. Participaram deste simpósio: Marcelo Novello, Rafael Santos e Santiago Marimbondo. À tarde, o simpósio temático 9 pautou distintos temas, como a questão nacional, a questão sindical, o fascismo, e a experiência de Trótski como correspondente da Guerra Balcânicas. Participaram deste simpósio: Mário Costa de Paiva Guimarães Jr., Carlos Eduardo Mendonça, Wanderson de Melo, Matheus Carvalho e Fernando Araujo.

Assista aqui os simpósios temáticos 7 e 8

Hoje (06), foram realizados ainda os dois últimos simpósios temáticos do evento. Pela manhã, os trabalhos apresentados foram sobre Trótski e Gramsci, a Revolução Chinesa de 1925-7 e a Revolução Permanente no século XX. Participaram deste simpósio: Jan Norden, André Bof e Savvas Matsas. À tarde, os trabalhos concentraram-se em temas relacionados à Revolução Russa e à URSS. Participaram deste simpósio: Morgana Romão, Marcio Lauria Monteiro, Paul LeBlanc e João Menezes.

Assista aqui os simpósios temáticos 9 e 10

Foi divulgado ainda o lançamento do livro “Trotskismos em Cuba – Relatos de um encontro”, que reúne trabalhos apresentados no I Encontro Internacional Leon Trótski, realizado em Havana, em 2019, por iniciativa de Frank García Hernandez. O livro foi organizado por Flo Menezes e publicado pela Nojosa Edições, e pode ser baixado gratuitamente no site oficial do evento que se encerra hoje.

 
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