O deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) vem divulgando nas redes a entrevista que sua equipe filmou com um hacker, no presídio onde este está detido em Minas Gerais. No vídeo, que o deputado bolsonarista tenta divulgar como bombástico para tentar impor o voto impresso, o hacker alega que seria fácil invadir as urnas eletrônicas e manipular os resultados.
No entanto, segundo fontes com acesso às investigações dos crimes dos quais o hacker é acusado, as capacidades dele seriam muito menos sofisticadas do que o próprio jovem e o deputado bolsonarista querem fazer parecer.
As acusações ao hacker são principalmente ligadas a estelionato e fraude, como compras na internet utilizando informações de cartão de crédito de terceiros. Mas também há acusações de crimes cibernéticos como o vazamento de dados do Serasa com mais de 200 milhões de CPF. No caso da invasão de sites de instituições governamentais, o hacker conseguiu vazar dados administrativos do TSE, mas sem indícios de que tenha conseguido invadir o sistema eleitoral das urnas eletrônicas.
Os advogados do hacker, que só tomaram conhecimento da entrevista após ela ir ao ar nas redes bolsonaristas, alegam que o deputado Filipe Barros usou o hacker como “boneco de manobra política”, uma vez que é clara a tentativa de insuflar a base de apoio do governo Bolsonaro com as narrativas que convém para tentar impor o voto impresso.