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PRIVATIZAÇÃO DA SAÚDE
Servidores do Hospital Rocha Faria fazem manifestação contra privatização da saúde
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ
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Às oito horas da manhã dessa quinta-feira (14), servidores públicos do hospital Rocha Faria, em Campo Grande, realizaram um ato contra a privatização da saúde pública e pela permanência dos funcionários no hospital.

Nessa semana o hospital Rocha Faria, assim como o Albert Schweitzer, em Realengo, que pertenciam ao Estado do Rio de Janeiro, tiveram suas administrações passadas para a prefeitura. Essa medida do governador Pezão faz parte do plano de ajustes e cortes que seu governo vem implementando desde o ano passado. Porém, os trabalhadores do Rocha Faria não aceitaram essa medida e iniciaram uma luta contra a municipalização do hospital e pela manutenção de seus empregos.

Depois da concentração, os servidores caminharam até a direção do hospital para reivindicar suas demandas. Seguranças, guardas municipais e policiais militares (alguns com fuzis em mãos para intimidar os servidores) impediram a entrada dos trabalhadores na sala da direção, os quais tinham por objetivo ocupar essa sala até a prefeitura recuar em seu plano de privatização do Rocha Faria.

Depois de muito tumulto entre as forças de segurança e os trabalhadores, foi formada uma comissão para negociar com os diretores e inclusive com Pedro Paulo (PMDB), secretário de coordenação do município, que apareceu umas horas depois da tentativa de ocupação dos servidores. Nessa comissão estavam presentes funcionários do hospital, o vereador Babá e o deputado Paulo Ramos, ambos do PSOL, e alguns sindicalistas da CSP-Conlutas e Sindsprev.

Enquanto a negociação acontecia na sala da direção, o Esquerda Diário conversou com alguns trabalhadores sobre a situação do hospital e suas reivindicações.
Segundo o funcionário Cláudio, "o município entrou com a OS e estão nos tirando daqui, indo para outros hospitais, a gente só quer ficar". Questionado sobre a situação do hospital, o mesmo funcionário nos disse que "agora eles( prefeitura) estão esvaziando o hospital, até paciente tiraram daqui à noite, mandaram para outros hospitais, justamente para acabar com o nosso espaço, esse é o interesse imediato deles".

Questionada sobre o impacto da OS no hospital, a funcionária Josileide nos disse em tom de denúncia que "eles entraram e melhorou nada, muito pelo contrário, só piorou porque falta material, os contratados da OS são mal treinados, pessoal não ganha direito, paciente chega e é mandado pra outro hospital porque o atendimento está todo lotado, fora as mortes que acontecem". Sobre a privatização a funcionária é bem clara: "eu sou contra porque tudo que tá aqui foi privatizado, é só a comunidade ver, melhorou alguma coisa? Pelo contrário, piorou o atendimento, você marca consulta pra daqui a dois anos, precisa de um exame ou tá com uma doença grave, vai fazer um exame daqui a dois anos e aí tu já morreu, ou marca uma consulta longe lá em Ipanema e nem tem o dinheiro da passagem pra chegar lá. Aí eles alegam que o cidadão marcou a consulta e não foi"

Segundo os trabalhadores, há perseguição e assédio moral dos diretores e da chefia da empresa Pró-Saúde, a OS que administra o hospital atualmente, e como não podem ser demitidos facilmente, os funcionários que enfrentam esses assédios são punidos através da transferência de setor. Denunciaram que há trabalhadores com problemas psiquiátricos e doentes por causa dessas perseguições.

A negociação entre a comissão representativa dos trabalhadores e o secretário de coordenação Pedro Paulo foi adiada para segunda-feira (18) na secretaria de saúde com a presença do secretário de saúde do município. No entanto, Pedro Paulo adiantou que não é contra a implementação da OS e que a gestão do hospital poderia ser compartilhada entre a empresa e o funcionalismo público. Não foi garantida a permanência dos trabalhadores no hospital, pelo contrário alguns funcionários já estão sendo transferidos arbitrariamente.

A luta dos servidores públicos do hospital Rocha Faria é contra o plano de ajustes e cortes do governador Pezão, pois enquanto o mesmo mantém os privilégios dos políticos, dá subsídios para empresas privadas e renova sua frota de carros de luxo, corta da saúde, atacando os direitos básicos da população fluminense, principalmente dos trabalhadores mais necessitados que não podem pagar por um plano de saúde.

Esta luta dos funcionários do hospital Rocha Faria contra a privatização da saúde deveria ser tomada por toda a classe trabalhadora. Neste sentido seria fundamental que o Sindsprev e os sindicatos dirigidos pela esquerda construíssem nas bases das categorias de trabalhadores um forte movimento unificado contra os ajustes do Pezão.

Os trabalhadores do Rocha Faria marcaram um ato na Secretaria da Saúde, às oito horas da manhã na próxima segunda-feira, dia 18, na rua México, no Centro, para pressionar a prefeitura a recuar no seu projeto de privatização, não admitindo nenhum tipo de gestão privada da saúde e transferência de funcionários.

 
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