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FORA BOLSONARO E MOURÃO
Sem ilusão em superpedido de impeachment! Temos que impor uma nova Constituinte pela luta
Cássia Silva

Se iniciou o protocolamento do chamado "superpedido" de impeachment na Câmara dos Deputados, bem no momento do aprofundamento da crise do governo Bolsonaro com as denúncias de negociação de propina com a vacina Astrazeneca e superfaturamento da Covaxin. Não podemos defender um projeto que Joice Hasselmann (PSL) e Alexandre Frota (PSDB) defendem e que quer colocar o reacionário Mourão no lugar de Bolsonaro. É urgente defender uma nova Constituinte imposta pela nossa luta.

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Hoje diversos partidos políticos, que vão desde a reacionária Joice Hasselmann (PSL) e Alexandre Frota (PSDB) até o PT e o PSOL, vão iniciar o protocolo de pedido de impeachment na Câmara dos Deputados. A proposta é que o documento unifique os mais de 100 pedidos de impeachment já apresentados à Casa. Depois haverá uma entrevista coletiva.

A realidade é que esse pedido unifica setores da direita à esquerda, partidos burgueses como PDT e golpistas como Rede e PSB, além de partidos de esquerda como PSOL, UP, PCB e PSTU. E nós não podemos nos unificar com nossos inimigos.

Veja mais: Quem está por trás do Superimpeachment?

Eles fazem parte de descarregar em nossas costas a crise que os próprios capitalistas criaram em forma de ataques, desde o golpe institucional de 2016, com as reformas e as privatizações. Eles querem que paguemos nas nossas contas de luz, em forma de apagões, com a nossa aposentadoria, com o desmonte do funcionalismo público, com a precarização do nosso trabalho, para que não sejam tocados os lucros dos banqueiros, dos latifundiários do agronegócio, dos acionistas de grandes empresas e indústrias. E, se precisar, irão arrancar ainda mais nossos empregos, como com o fechamento da Ford e a redução da LG.

Como podemos exigir de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, que é linha de frente da aprovação da MP da Privatização da Eletrobras? E até mesmo defender impeachment junto com setores que fazem parte do partido de Bia Kicis (PSL), que encaminha na Câmara a aprovação da Reforma Administrativa que vai acabar com o funcionalismo público? Ou confiar no Senado que aprovou a Lei Orçamentária Anual que pode fechar as portas de universidades públicas?

A intenção da defesa do impeachment de setores que se colocam no campo da oposição, como Lula e o PT, é de separar o combate necessário aos ataques e deixar intocado os lucros dos banqueiros e dos empresários do ódio contra Bolsonaro. Vimos e ouvimos Lula dizer que vai privatizar a Caixa, que perdoa os golpistas que o prenderam em 2018, acenando para ainda mais fortalecimento dos militares. A estratégia dos signatários é seguir organizando atos de rua para pressionar outros setores da sociedade e parlamentares a aderirem à causa e torcer para que a CPI da Pandemia amplie o desgaste do governo.

Não podemos aceitar e não podemos confiar, porque é incoerente com nossas manifestações deste ano, em que fizemos ecoar nosso descontentamento nas ruas nas manifestações de 29 de Maio, 19 de Junho, com grande peso da juventude que estourou sua revolta contra o corte orçamentário que ameaça fechar universidades federais históricas, e agora vamos rumo ao 3 de Junho. Também a classe trabalhadora demonstrou disposição com lutas iniciais, como a greve das trabalhadoras das fábricas que prestam serviço para a LG, os metroviários em São Paulo, rodoviários e garis por todo o país. Se não organizarmos nossas forças, os ataques continuarão passando.

O PT argumenta: “Faremos um ato conjunto com todos os partidos, organizações, lideranças e entidades que fizeram os pedidos de impeachment para a unificação de todos eles em um ‘superpedido’ de impeachment”, disse o deputado Bohn Gass (PT-RS). Faz demagogia com a revolta de centenas de milhares com mais de 500 mil mortos, precarização do trabalho, desemprego e fome contra Bolsonaro, para eleger Lula lá em 2022.

No site do PT falam que "é hora de aumentar a pressão para que o presidente da Câmara aceite o pedido de impeachment". “O que fará Arthur Lira deferir o pedido de impeachment é a pressão social. (É preciso) concentrar todos os esforços nas mobilizações de ruas”, disse o deputado federal José Guimarães (PT-CE) ao jornal Valor. Querem canalizar nossa mobilização para a via institucional porque têm medo que nossa luta auto-organizada em cada local de trabalho e estudo atrapalhe as eleições de 2022, e também porque é lá que eles poderão fazer parte de se integrar totalmente na gestão do regime político herdeiro do golpe institucional de 2016. E essa intenção já é continuidade da política dos governadores do PT dos estados do nordeste, todos estados em que foram aprovadas as Reformas da Previdência.

A articulação do impeachment também tem grandes chances de continuar a ser uma proposta falha, porque não vai ter os votos de grandes partidos do centrão e de centro-direita, como o PP de Lira, o PSDB, o PMDB, porque nisso estão blocados com Bolsonaro para seguir os ataques.

Mourão, como já dissemos tantas vezes aqui no Esquerda Diário, é um racista, defensor da ditadura militar de 64, disse que os assassinados pela polícia na chacina de Jacarezinho eram "tudo bandido", quer reformular para pior a Reforma da Previdência e que, no revoltante marco de 500 mil mortos, falou que era por causa da "desigualdade socioeconômica" (como se ele, Bolsonaro e os golpistas não tivessem sua responsabilidade no aprofundamento desse problema estrutural do capitalismo, com auxílio emergencial de miséria e inflação em plena pandemia, aumentando o desemprego e a fome). Fora Bolsonaro e Mourão!

Os trabalhadores, a juventude e os movimentos sociais, tem que se aliar com os povos originários que se revoltam contra o PL 490 contra o ataque até mesmo às terras indígenas que já foram demarcadas por direito básico. Temos que atacar os lucros dos empresários. Nesse sentido, temos que exigir das direções burocráticas dos nossos sindicatos e entidades estudantis - Centros Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) - que convoquem essa luta organizada pela base. Porque centrais sindicais como a CUT e a CTB, assim como a União Nacional dos Estudantes (UNE), que são dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, cumprem um papel de freio do nosso descontentamento, pelos objetivos eleitorais.

Nossa luta tem que ser aqui e agora por uma Greve Geral para derrubar Bolsonaro, Mourão, fazer doer a crise no bolso dos capitalistas parando o Brasil e impor uma nova Constituinte Livre e Soberana. Que elejamos representantes do povo por bairros pelo país, que poderiam ser 1 para cada 100 mil eleitores, e inclusive que possamos revogá-los, se necessário, e que ganhem o mesmo salário de uma professora. É necessário enfrentar todas essas instituições com nossa mobilização independente. Numa Constituinte como essa, poderíamos discutir uma saída de fundo para que a crise seja paga pelos capitalistas, como o não pagamento da dívida pública, a revogação de todas as reformas que vieram com o golpe, e uma reforma agrária radical. Nessa perspectiva de auto-organização, sem ilusão nas instituições, possamos batalhar por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, para que construamos uma sociedade livre das amarras de exploração e opressões.

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Com fontes da Agência Câmara de Notícias

 
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